Acreditem ou não, no dia 11 de dezembro foi publicada a Portaria nº. 260 do MT — Ministério dos Transportes —, no DOU — Diário Oficial da União —, que versa sobre a realização de estudos de viabilidade em trechos de ferrovias brasileiras para a implantação de trens de passageiros. Tal medida foi anunciada como sendo a retomada do Projeto Trens Regionais e indica 14 trechos pré-selecionados pelo MT.
Houve autorização e dotação orçamentária no orçamento da União Federal para que esses estudos de viabilidade sejam coordenados pela Universidade Federal de Santa Catarina. Sabe-se Deus o critério dessa escolha. À primeira vista, é claramente uma medida pré-eleitoral — se bem que não consigo entender muito bem por que a implantação de trens de passageiros possa representar votos para a situação. Afinal, a eliminação dos trens de passageiros foi algo que foi feito paulatinamente entre os anos 1960 e 1990 e em praticamente nenhum caso houve reação por parte do povo supostamente afetado por ela. Quando houve, foi curta e pequena.
É possível que aproveitando a lembrança do povo mais simples, que tomava trens porque eram bem mais baratos do que ônibus numa época terminal e acha que se esses trens voltarem vão continuar baratos. Ora, para voltarem baratos, precisariam ser da mesma forma que eram quando foram eliminados — na maioria dos casos, uma droga, sujos, lentos, sem horário etc.
Os trechos são: Em SE, São Cristóvão-Aracaju-Laranjeiras; no PR, Londrina-Maringá; no RS, Bento Gonçalves-Caxias do Sul e Pelotas-Rio Grande; em PE, Recife-Caruaru; no RJ, Campos-Macaé e Santa Cruz-Mangaratiba; em MG, Belo Horizonte-Ouro Preto-Cons. Lafaiete e Bocaiúva-Montes Claros-Janaúba; em SC, Itajaí-Blumenau-Rio do Sul; em SP, Campinas-Araraquara e São Paulo-Itapetininga; na BA, Conceição da Feira-Salvador-Alagoinhas e no MA/PI, Codó-Teresina.
São todos trechos bastante populosos, o que justificaria a presença desses trens mais agindo como metropolitanos do que de longa distância. Aliás, nenhum deles passa dos 200 quilômetros de percurso. Os estudos deverão considerar, se forem sérios, novas linhas, independentes das atuais usadas pelos cargueiros; novos trens; e atuação, repetindo, como trens metropolitanos, ou seja, com distâncias entre as paradas sendo bem inferiores ao que costumava ser antigamente nos trens de longo percurso (de 7 a 20 quilômetros). Teriam de ter um trem expresso, ligando as cidades das extremidades da linha, e outro parador. Sobre este assunto, vejam minha postagem de alguns dias atrás.
Somente assim poderiam se justificar, mas somente um estudo econômico vai ditar isto. Não adianta querer recuperar linhas e material rodante já existentes, a não ser talvez em uma ou outra exceção. Como admirador de ferrovias e conhecendo razoavelmente o assunto, torço para que vá em frente; sinceramente, porém, meu ceticismo teima em tentar atrapalhar minha esperança de que tudo dê certo.
Houve autorização e dotação orçamentária no orçamento da União Federal para que esses estudos de viabilidade sejam coordenados pela Universidade Federal de Santa Catarina. Sabe-se Deus o critério dessa escolha. À primeira vista, é claramente uma medida pré-eleitoral — se bem que não consigo entender muito bem por que a implantação de trens de passageiros possa representar votos para a situação. Afinal, a eliminação dos trens de passageiros foi algo que foi feito paulatinamente entre os anos 1960 e 1990 e em praticamente nenhum caso houve reação por parte do povo supostamente afetado por ela. Quando houve, foi curta e pequena.
É possível que aproveitando a lembrança do povo mais simples, que tomava trens porque eram bem mais baratos do que ônibus numa época terminal e acha que se esses trens voltarem vão continuar baratos. Ora, para voltarem baratos, precisariam ser da mesma forma que eram quando foram eliminados — na maioria dos casos, uma droga, sujos, lentos, sem horário etc.
Os trechos são: Em SE, São Cristóvão-Aracaju-Laranjeiras; no PR, Londrina-Maringá; no RS, Bento Gonçalves-Caxias do Sul e Pelotas-Rio Grande; em PE, Recife-Caruaru; no RJ, Campos-Macaé e Santa Cruz-Mangaratiba; em MG, Belo Horizonte-Ouro Preto-Cons. Lafaiete e Bocaiúva-Montes Claros-Janaúba; em SC, Itajaí-Blumenau-Rio do Sul; em SP, Campinas-Araraquara e São Paulo-Itapetininga; na BA, Conceição da Feira-Salvador-Alagoinhas e no MA/PI, Codó-Teresina.
São todos trechos bastante populosos, o que justificaria a presença desses trens mais agindo como metropolitanos do que de longa distância. Aliás, nenhum deles passa dos 200 quilômetros de percurso. Os estudos deverão considerar, se forem sérios, novas linhas, independentes das atuais usadas pelos cargueiros; novos trens; e atuação, repetindo, como trens metropolitanos, ou seja, com distâncias entre as paradas sendo bem inferiores ao que costumava ser antigamente nos trens de longo percurso (de 7 a 20 quilômetros). Teriam de ter um trem expresso, ligando as cidades das extremidades da linha, e outro parador. Sobre este assunto, vejam minha postagem de alguns dias atrás.
Somente assim poderiam se justificar, mas somente um estudo econômico vai ditar isto. Não adianta querer recuperar linhas e material rodante já existentes, a não ser talvez em uma ou outra exceção. Como admirador de ferrovias e conhecendo razoavelmente o assunto, torço para que vá em frente; sinceramente, porém, meu ceticismo teima em tentar atrapalhar minha esperança de que tudo dê certo.
Ralph,
ResponderExcluirAté Campinas-SP, pelo menos, há duas linhas correndo paralelamente. Que eu saiba, de Jundiaí, sentido interior, somente a concessionária MRS ocupa uma das linhas, estando a outra sem utilização. Não seria viável, também, um estudo São Paulo - Campinas?
Olhe, eu já acho muito difícil tudo, ou parte disso (dos estudos) dar certo, imagine colocar uma linha a mais. A CPTM poderia, por sua vez, forçar a barra para um trem expresso SP-Campinas. Mas pelo visto ela tem outras prioridades. Sem dúvida, um trem desses seria necessário - mas acho que, pela linha atual, ele não concorreria com os ônibus no quesito tempo. Haveria de ser uma linha nova - no caso, se sair o trem-bala... outra coisa altamente duvidosa. Sou muito cético, embora um pingo de esperança sempre exista.
ResponderExcluirA minha grande dúvida é se realmente vão comprar material rodante "NOVO" pra isso, ou o futuro será de trens com "remendos de carro fepasa".
ResponderExcluirA questão também é: se um mliagre acontecer e eles reativarem todas essas 14 linhas, haveria tanto material assim? Que eu saiba, não! De qualquer forma, é como eu penso: em linhas já existentes, trem nenhum pode concorrer com onibus. Tem de ser linha nova.
ResponderExcluirdexa eu ver se entendi. vao fazer estudo para inplantar o trem mas vao fazer outra linha? que que isso olha ai as cacas começando tinha que ser um sistema que nem nos eua a estatal antrak com passageiro nas linhas das privadas que tao bem privadas digasse de passagem
ResponderExcluirNão disse isto. Eu disse que em alguns casos nem trilhos mais tem e em outros a linha atual esstá uma m****, então para ter algo decente vai ter de ter trilhos ou mesmo leito novo. Mas é a minha opinião.
ResponderExcluirsim as linhas atuais tao ruins mas sai mais barato arrumar um parceria com as empresas privadas para arrumar as linhas que fazer monte de desapropriação e terraplanagem e tudo mais
ResponderExcluirLeandro, o problema é o tempo da viagem. A não ser que seja um trem "parador", com caracteristicas de subúrbio, não vão conseguir concorrer com ônibus em termos de tempo. Um trem expresso, por exemplo, SP-Campinas, não consegue concorrer com ônibus nem a pau numa linha já existente. E tem também os pátios, que são muito grandes e longos perto de SP e retardam a passagem dos trens.
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