Com um nome desses quando elevada a villa (município, então) em 1871, era evidente que o nome seria logo simplificado para Araras. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro nomeou a estação ferroviária com o nome já reduzido em sua inauguração no ano de 1877, um pequeno barracão de madeira que, em 1882, já estava em péssimo estado.
Uma nova estação condizente com o crescimento que a cidade teve em poucos anos de ferrovia foi então aberta nesse mesmo ano. O barraco desapareceu. O novo prédio em alvenaria duraria mais do que cem anos, tendo sofrido nos anos 1920 uma grande reforma que mudaria boa parte de sua aparência. Em 1991, estava mal de vida, com o ramal recém-abandonado para cargas e sem passageiros havia catorze anos – estes trens foram desativados exatamente nos cem anos de abertura do velho barracão.
Restaurada, não durou um ano para já estar largada de novo. Uma tristeza. Trilhos, armazéns e casas de funcionários continuavam ali, mas sem nenhum movimento de trens. O velho ramal, desativado, foi tendo seus trilhos retirados de Descalvado para Cordeirópolis pouco a pouco. No final de 2001, chegou a vez de o último trecho ser arrancado, exatamente da estação até a saída do ramal na antiga Cordeiro. O prédio da estação e de seus armazéns já era de ruína. Quem mais sofria era a estação, ou seja, o pequeno prédio de embarque e desembarque já sem uso algum.
Logo em seguida um projeto foi aprovado a partir do esforço de João de Mello Neto, um veterinário que lutava havia tempos pela conservação e restauração do imenso patrimônio arquitetônico da cidade de Araras. A Nestlé, colada à plataforma da estação desde 1921, e a Citrovita aceitaram restaurar o conjunto, que em junho de 2008 teve inaugurado seu agora chamado Centro Cultural. Faltava, nesse dia, ainda a estaçãozinha, em estado terminal e arruinada.
Somente no final de 2008 começou a sua restauração. Ontem a velha estação foi entregue pronta, com um evento festivo a que fui convidado, sempre pelo amigo João de Mello. Compareci a ele, que abriu às 6 da tarde e se encerrou perto das 11 da noite, tendo entre suas testemunhas um grupo de cinco casinhas ferroviárias da Paulista que hoje estão do outro lado da avenida que acompanhava o velho leito da linha e das quais somente uma conserva a sua singela beleza, com as janelas originais — as outras foram enfeiadas pelos atuais proprietários, que trocaram as janelas de madeira do princípio do século 20 por janelas menores de metal que nada têm a ver com as pequenas construções.
Parabéns a João de Mello, a Araras e ao ex-prefeito de 2000 que teve a ideia de desapropriar os prédios agora restaurados e acreditou que um dia isso efetivamente aconteceria. E parabéns a quem pôs dinheiro para que isso se concretizasse — não foi pouco.
A cidade sai engrandecida. A velha Araras — até os anos 1950 confinada entre o que hoje é a Vila Anhanguera, o rio Araras e seu afluente e a região da estação, justamente no final da zona urbana de então — e a nova, que se estendeu para além desses limites que se confundem agora historicamente. E que voltem os olhos agora para a velha Guabiroba, chamada também de Elihu Root, local de muita história e de uma estação que está também para cair — infelizmente.
Uma nova estação condizente com o crescimento que a cidade teve em poucos anos de ferrovia foi então aberta nesse mesmo ano. O barraco desapareceu. O novo prédio em alvenaria duraria mais do que cem anos, tendo sofrido nos anos 1920 uma grande reforma que mudaria boa parte de sua aparência. Em 1991, estava mal de vida, com o ramal recém-abandonado para cargas e sem passageiros havia catorze anos – estes trens foram desativados exatamente nos cem anos de abertura do velho barracão.
Restaurada, não durou um ano para já estar largada de novo. Uma tristeza. Trilhos, armazéns e casas de funcionários continuavam ali, mas sem nenhum movimento de trens. O velho ramal, desativado, foi tendo seus trilhos retirados de Descalvado para Cordeirópolis pouco a pouco. No final de 2001, chegou a vez de o último trecho ser arrancado, exatamente da estação até a saída do ramal na antiga Cordeiro. O prédio da estação e de seus armazéns já era de ruína. Quem mais sofria era a estação, ou seja, o pequeno prédio de embarque e desembarque já sem uso algum.
Logo em seguida um projeto foi aprovado a partir do esforço de João de Mello Neto, um veterinário que lutava havia tempos pela conservação e restauração do imenso patrimônio arquitetônico da cidade de Araras. A Nestlé, colada à plataforma da estação desde 1921, e a Citrovita aceitaram restaurar o conjunto, que em junho de 2008 teve inaugurado seu agora chamado Centro Cultural. Faltava, nesse dia, ainda a estaçãozinha, em estado terminal e arruinada.
Somente no final de 2008 começou a sua restauração. Ontem a velha estação foi entregue pronta, com um evento festivo a que fui convidado, sempre pelo amigo João de Mello. Compareci a ele, que abriu às 6 da tarde e se encerrou perto das 11 da noite, tendo entre suas testemunhas um grupo de cinco casinhas ferroviárias da Paulista que hoje estão do outro lado da avenida que acompanhava o velho leito da linha e das quais somente uma conserva a sua singela beleza, com as janelas originais — as outras foram enfeiadas pelos atuais proprietários, que trocaram as janelas de madeira do princípio do século 20 por janelas menores de metal que nada têm a ver com as pequenas construções.
Parabéns a João de Mello, a Araras e ao ex-prefeito de 2000 que teve a ideia de desapropriar os prédios agora restaurados e acreditou que um dia isso efetivamente aconteceria. E parabéns a quem pôs dinheiro para que isso se concretizasse — não foi pouco.
A cidade sai engrandecida. A velha Araras — até os anos 1950 confinada entre o que hoje é a Vila Anhanguera, o rio Araras e seu afluente e a região da estação, justamente no final da zona urbana de então — e a nova, que se estendeu para além desses limites que se confundem agora historicamente. E que voltem os olhos agora para a velha Guabiroba, chamada também de Elihu Root, local de muita história e de uma estação que está também para cair — infelizmente.
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