Já houve tempos em que se torcia pela Seleção Brasileira pelo rádio. Aliás, eu sou desse tempo – ouvi as Copas do Mundo de 1962 e de 1966 pelo rádio de pilha. Não havia transmissão direta de jogos pela televisão, pelo menos para o Brasil; os vídeo-tapes chegavam por avião e eram transmitidos pelas televisões geralmente dois dias depois dos jogos.
Somente em 1970 houve a primeira transmissão de uma Copa do Mundo para o Brasil. Foi em branco e preto, pois não havia ainda televisão colorida por aqui. Em 1974, a transmissão já era colorida.
Mas como seria nas copas que eu não acompanhei? 1954 e 1958, por exemplo? Eu já era nascido, mas muito pequeno. Sei, por gravações de transmissões, que o som que chegava da Europa era ruim, com altos e baixos, ecos etc.. Em 1950, a Copa foi no Brasil, suponho que a transmissão tenha sido um pouco melhor em termos de som, mas não me lembro de ter ouvido gravações desses jogos.
A foto acima mostra o pedaço de um jornal com o povo no centro de São Paulo ouvindo um dos jogos da Copa de 1938. Note que o texto – é bom clicar sobre a foto, para poder ver direito – escreve o nome errado da hoje extinta Tcheco-Eslováquia (escreve como Tcheco-Slovania, nome que jamais existiu). Não sei que jornal é, na verdade: tal recorte vem dos arquivos de meu avô e pode ser de O Estado de São Paulo, que tinha um suplemento em off-set na época (chamado de Estadinho) e também porque o nome do jornal aparece ao fundo, na fotografia.
No texto, o “futebolês” da época, com palavras como “onze”, “players”, “pugna”, “pacatos cidadãos do planalto”, “peripécias”, “enthusiasmo” e outras. Note que pela reportagem não dá para saber a qual jogo estão ouvindo: se contra a Polônia, contra a Tcheco-Eslováquia (foram dois) ou a Itália. O jornal deve ter sido lançado depois deste último e antes do jogo seguinte, que foi a decisão do terceiro lugar, quando o Brasil jogou contra a Suécia, a quem venceu por 4 a 2.
É claro que as pessoas podiam ouvir os jogos em rádios em sua casa, mas provavelmente preferiam ouvi-los junto com a multidão à frente de caixas de som colocadas em algum lugar do centro. Aliás, não sei quantas pessoas ainda teriam rádios em casa, aparelho este que não tinha nem dez anos de implantação no País naquela época.
Será que saía briga, como acontece hoje, entre os “manos”? Com todo aquele pessoal de terno? Como terá sido a reação daquele mundaréu de gente ante os gols do Brasil e dos adversários, e principalmente ante a derrota contra a Itália?
Somente em 1970 houve a primeira transmissão de uma Copa do Mundo para o Brasil. Foi em branco e preto, pois não havia ainda televisão colorida por aqui. Em 1974, a transmissão já era colorida.
Mas como seria nas copas que eu não acompanhei? 1954 e 1958, por exemplo? Eu já era nascido, mas muito pequeno. Sei, por gravações de transmissões, que o som que chegava da Europa era ruim, com altos e baixos, ecos etc.. Em 1950, a Copa foi no Brasil, suponho que a transmissão tenha sido um pouco melhor em termos de som, mas não me lembro de ter ouvido gravações desses jogos.
A foto acima mostra o pedaço de um jornal com o povo no centro de São Paulo ouvindo um dos jogos da Copa de 1938. Note que o texto – é bom clicar sobre a foto, para poder ver direito – escreve o nome errado da hoje extinta Tcheco-Eslováquia (escreve como Tcheco-Slovania, nome que jamais existiu). Não sei que jornal é, na verdade: tal recorte vem dos arquivos de meu avô e pode ser de O Estado de São Paulo, que tinha um suplemento em off-set na época (chamado de Estadinho) e também porque o nome do jornal aparece ao fundo, na fotografia.
No texto, o “futebolês” da época, com palavras como “onze”, “players”, “pugna”, “pacatos cidadãos do planalto”, “peripécias”, “enthusiasmo” e outras. Note que pela reportagem não dá para saber a qual jogo estão ouvindo: se contra a Polônia, contra a Tcheco-Eslováquia (foram dois) ou a Itália. O jornal deve ter sido lançado depois deste último e antes do jogo seguinte, que foi a decisão do terceiro lugar, quando o Brasil jogou contra a Suécia, a quem venceu por 4 a 2.
É claro que as pessoas podiam ouvir os jogos em rádios em sua casa, mas provavelmente preferiam ouvi-los junto com a multidão à frente de caixas de som colocadas em algum lugar do centro. Aliás, não sei quantas pessoas ainda teriam rádios em casa, aparelho este que não tinha nem dez anos de implantação no País naquela época.
Será que saía briga, como acontece hoje, entre os “manos”? Com todo aquele pessoal de terno? Como terá sido a reação daquele mundaréu de gente ante os gols do Brasil e dos adversários, e principalmente ante a derrota contra a Itália?
Ola Ralph
ResponderExcluirSobre o Blog 'Torcendo pelo Rádio' lembro da Copa de 1950.. só do album de figurinhas que vinham em embrulhadas em uma bala, da de 1954, 1958 a lembraça é das tramissões pelo rádio em ondas curtas e retransmitidas pelos chamados 'Serviços de Altofalantes' que nas praças tinham uns altofalantes de alumínio " amarrados" nos postes ....que durante a semana principalmente no horário da tarde mantinham uma "programação" de músicas e de propaganda e que nos sábados e domingos "retransmitiam" jogos de futebol....como as transmissões eram " em ondas curtas " o sinal
de vez em quando " sumia" pelo efeito de propagação na atmosfera....então havia segundos
e até minutos de silêncio era um verdadeiro suplício para os admiradores do futebol....eu achava engraçado a "raiva" dos torcedores.....bons tempos aqueles sem a tcnologia de hoje.. era mais divertido....
Daniel Gentili
Em tempo.......
No final das transmissôes dos jogos as emissoras de rádio.... por ex. a Radio Tupi ficavam informando por um bom tempo as outras rádios que retransmitiam o sinal e ai incluindo a lista dos "serviços de altofalante" praticamente do Brasil inteiro........
Tenho o LP das gravações dos gols da Copa de 1958 dos jogos do Brasil. Está riscado pacas, mas ainda daria para ouvir - se eu tivesse uma vitrola...
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