Lajes, Santa Catarina, bonita cidade no alto da serra catarinense, uma das mais antigas do Estado, fundada por bandeirantes, passagem de tropeiros durante quase 200 anos, pouso existente na Estrada da Mata, também conhecida por Caminho dos Tropeiros. Lajes era um dos pontos de repouso de tropas entre Viamão e Sorocaba.
O fluxo de tropas foi acabando à medida que a ferrovia crescia. Não é coincidência que o último mercado de tropas em Sorocaba tenha se realizado em 1908 quando a união das ferrovias São Paulo–Rio Grande e Sorocabana estava para se realizar em Itararé — fato que se deu em março de 1909.
Enquanto o ramal de Itararé, da Sorocabana, seguiu basicamente a Estrada da Mata, bem como o trecho da São Paulo–Rio Grande até Ponta Grossa, seguido do trajeto da E. F. do Paraná entre Ponta Grossa e Rio Negro, o percurso entre Rio Negro e Lajes não foi presenteado com o trem de ferro.
Ou melhor, até foi-o: porém, tal ligação ferroviária somente se concluiu em 1963, quando, depois de 24 anos de construção e mais 23 de projetos, Lajes estava finalmente unida a São Paulo e Rio de Janeiro por trem. Era, no entanto, uma época em que as ferrovias já não tinham mais o monopólio (praticamente) dos transportes nacionais: as rodovias já tinham a maioria do transporte de carga e de passageiros.
Embora a ferrovia tenha sido inaugurada oficialmente em 1965 como mandava o figurino — estações para passageiros, armazéns de cargas, casas para ferroviários em cada pátio etc. — estas instalações foram em geral pouco usadas. As linhas, nessa época, já tinham de contornar cidades por fora, pois a desapropriação de terrenos já era muito cara e havia-se ido o tempo em que fazendeiros doavam terras para a construção de linhas e pátios ferroviários.
Por outro lado, a ferrovia não era mais construída com curvas e mais curvas. Tanto que, pouco depois de abrirem a Mafra-Lajes, a linha entre Ponta Grossa e Rio Negro foi totalmente retificada, passando a ter um trajeto bastante diferente do anterior, de 1894, e bem mais moderno em termos tecnológicos.
O resultado de tudo isto foi que, embora se tenha mantido o transporte ferroviário entre São Paulo, Itararé, Ponta Grossa, Curitiba e Rio Negro, os trens de passageiros que agora sairiam de Rio Negro e Mafra no sentido de Lajes eram apenas trens mistos que paravam em estações bastante distantes das cidades do percurso — que, aliás, não eram nada populosas na época, como Papanduva, Itaópolis, Curitibanos e a própria Lajes, entre outras.
Esse trem durou até 1983, ano da grande enchente no Sul do País, que pegou ferrovias já semi-abandonadas de surpresa, destruindo pátios, trilhos e material rodante em várias delas. Excelente desculpa, na época, para a RFFSA deixar de ter os trens de passageiros, que, na época, tanto no Paraná quanto em Santa Catarina, eram somente de trens mistos, quando ainda existiam.
Enquanto cidades como Ponta Grossa, Joinville, Rio Negro, Mafra e Curitiba ainda se lembram dos tempos em que havia trens de passageiros, com Lajes isso não acontece. Já cansei de tentar obter dados e reminiscências do tempo em que se ia de Mafra a Lajes de trem — sempre mistos e lentos — e nada. Fotografias desses trens são raríssimas e lembranças de viagens mais ainda. Ele provavelmente atuou como uma espécie de “trem de subúrbios” naquela região — com a linha acompanhando ora a leste ora a oeste a BR-116 em Santa Catarina, o cidadão que tomava o mistinho era o que não tinha problema de tempo mas certamente tinha de dinheiro.
E não há memórias. O trem que passou por lá por dezoito anos era um verdadeiro trem-fantasma. Quem quiser me desmentir será bem-vindo.
O fluxo de tropas foi acabando à medida que a ferrovia crescia. Não é coincidência que o último mercado de tropas em Sorocaba tenha se realizado em 1908 quando a união das ferrovias São Paulo–Rio Grande e Sorocabana estava para se realizar em Itararé — fato que se deu em março de 1909.
Enquanto o ramal de Itararé, da Sorocabana, seguiu basicamente a Estrada da Mata, bem como o trecho da São Paulo–Rio Grande até Ponta Grossa, seguido do trajeto da E. F. do Paraná entre Ponta Grossa e Rio Negro, o percurso entre Rio Negro e Lajes não foi presenteado com o trem de ferro.
Ou melhor, até foi-o: porém, tal ligação ferroviária somente se concluiu em 1963, quando, depois de 24 anos de construção e mais 23 de projetos, Lajes estava finalmente unida a São Paulo e Rio de Janeiro por trem. Era, no entanto, uma época em que as ferrovias já não tinham mais o monopólio (praticamente) dos transportes nacionais: as rodovias já tinham a maioria do transporte de carga e de passageiros.
Embora a ferrovia tenha sido inaugurada oficialmente em 1965 como mandava o figurino — estações para passageiros, armazéns de cargas, casas para ferroviários em cada pátio etc. — estas instalações foram em geral pouco usadas. As linhas, nessa época, já tinham de contornar cidades por fora, pois a desapropriação de terrenos já era muito cara e havia-se ido o tempo em que fazendeiros doavam terras para a construção de linhas e pátios ferroviários.
Por outro lado, a ferrovia não era mais construída com curvas e mais curvas. Tanto que, pouco depois de abrirem a Mafra-Lajes, a linha entre Ponta Grossa e Rio Negro foi totalmente retificada, passando a ter um trajeto bastante diferente do anterior, de 1894, e bem mais moderno em termos tecnológicos.
O resultado de tudo isto foi que, embora se tenha mantido o transporte ferroviário entre São Paulo, Itararé, Ponta Grossa, Curitiba e Rio Negro, os trens de passageiros que agora sairiam de Rio Negro e Mafra no sentido de Lajes eram apenas trens mistos que paravam em estações bastante distantes das cidades do percurso — que, aliás, não eram nada populosas na época, como Papanduva, Itaópolis, Curitibanos e a própria Lajes, entre outras.
Esse trem durou até 1983, ano da grande enchente no Sul do País, que pegou ferrovias já semi-abandonadas de surpresa, destruindo pátios, trilhos e material rodante em várias delas. Excelente desculpa, na época, para a RFFSA deixar de ter os trens de passageiros, que, na época, tanto no Paraná quanto em Santa Catarina, eram somente de trens mistos, quando ainda existiam.
Enquanto cidades como Ponta Grossa, Joinville, Rio Negro, Mafra e Curitiba ainda se lembram dos tempos em que havia trens de passageiros, com Lajes isso não acontece. Já cansei de tentar obter dados e reminiscências do tempo em que se ia de Mafra a Lajes de trem — sempre mistos e lentos — e nada. Fotografias desses trens são raríssimas e lembranças de viagens mais ainda. Ele provavelmente atuou como uma espécie de “trem de subúrbios” naquela região — com a linha acompanhando ora a leste ora a oeste a BR-116 em Santa Catarina, o cidadão que tomava o mistinho era o que não tinha problema de tempo mas certamente tinha de dinheiro.
E não há memórias. O trem que passou por lá por dezoito anos era um verdadeiro trem-fantasma. Quem quiser me desmentir será bem-vindo.
Que surpresa interessante!
ResponderExcluirA década de 1960 tão cruel com as ferrovias ainda assistiu ao nascimento de uma.
Ao contrário, a década de 1960, 70 e mesmo de 80 tiveram o nascimento da ferrovias. Não foi pouca a kmtragem, mas o problema é que muito mais kms fecharam no mesmo período. Porém, a de Lages foi uma das últimas que foi entregue nessa época e teve trem de passageiros. A continuação dela, Lajes-General Luz, foi aberta em 1969 e nunca teve trem de passageiros. Idem com a Apucarana-Ponta Grossa, entregue em 1975. Acho que a última ferrovia que foi aberta e teve trens de passageiros foi a de Carajás, em 1985
ResponderExcluirEu Oliveira Passei nas estações que morei antes não tivésse ido depositei minha meninice, volte emgasgado oras não suportei, as casas estavam crecendo arvores nas repartiçoes das casa que éram contridas pelo 2ºBatalhão Ferroviario Batalhão Maúa,, depois passsou para RFFSA
ResponderExcluira ALL é uma terceirizada Multinacionais o enterece dela é outra e não dar serviço aquem nessecita trasem maquinas técnológicas mas o Seguro Nacional não vai superar ela vai acabar ((Volte vida dos 50 anos que se foi é triste mas a saudade é devorada pela nét viajamos no tempo com éla abraço aqueles que sabem chorar o porque
Oliveira neto oliveira acompanhe esse Bloger
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