Santa Clara é o que se chama de um vilarejo. Bairro afastado do município de Dourado, tem uma estação ferroviária sem trilhos e em más condições – pelo menos assim estava há uns 5 anos, quando estive lá pela última vez – e mais algumas casas. Aliás, a placa que ficava na plataforma da estação foi transferida para a entrada do bairro, somente alcançado por uma estradinha de terra a cerca de sete quilômetros da cidade de Dourado.
A impressão que da é que hoje o bairro não contribui em nada, ou quase nada, para a arrecadação de Dourado. Mas nem sempre foi assim. Em 1934, o bairro pertencia a Ribeirão Bonito, que pedia à Comissão Reorganizadora da Divisão Municipal Administrativa e Judiciária do Estado, comissão esta organizada em 1931 para estudar a redivisão dos municípios e distritos do Estado baseados em premissas econômicas e não políticas (acreditem – ela existiu mesmo!), para que se elevasse a distrito de paz o “povoado de Santa Clara”.
Na época, Dourado reivindicava a posse do bairro. A Comissão entendia que a reivindicação deste município fazia sentido, pois ficava à metade da distância de Dourado que de Ribeirão Bonito. Além do mais, a “divisa natural, pelo espigão das águas entre o rio da Boa Esperança e o Ribeirão Potreiro, indicá-la-ia como pertencendo a Dourado”. O pedido de Ribeirão Bonito estava se revertendo contra ele. Só que a Comissão também sabia que o povoado respondia por metade da arrecadação do município de Ribeirão Bonito na época. Ambos os municípios tinham arrecadação superior ao mínimo exigido para se manterem como tal, mas, sem Santa Clara, Ribeirão Bonito corria o risco de ser extinto pela própria Comissão.
Não fui conferir o que se decidiu na época. Hoje, Santa Clara pertence a Dourado e não sei realmente quando foi feita a modificação. No entanto, sem a estação ferroviária e sem trens desde 1966, o vilarejo decaiu demais. É o famoso, perigoso e negligenciado em seus efeitos “êxodo rural”. Certamente, a não ser por alguma fazenda rentável na área, nenhuma das duas cidades se preocuparia muito em perdê-lo para a outra.
Os moradores do local, no entanto, não acham Santa Clara um problema. Nos últimos anos, as poucas casas em sua maioria foram restauradas e um de seus habitantes tem por sonho montar um restaurante no local, por sinal, muito agradável. Um dos que visita e gosta de Santa Clara é meu vizinho Guilherme, aqui em Santana de Parnaíba, proprietário de uma fazenda em Dourado, embora do outro lado da cidade em relação a Santa Clara. Eu mesmo achei o vilarejo um local bastante simpático.
Realmente, os tempos mudam. E muito. E rápido demais.
A impressão que da é que hoje o bairro não contribui em nada, ou quase nada, para a arrecadação de Dourado. Mas nem sempre foi assim. Em 1934, o bairro pertencia a Ribeirão Bonito, que pedia à Comissão Reorganizadora da Divisão Municipal Administrativa e Judiciária do Estado, comissão esta organizada em 1931 para estudar a redivisão dos municípios e distritos do Estado baseados em premissas econômicas e não políticas (acreditem – ela existiu mesmo!), para que se elevasse a distrito de paz o “povoado de Santa Clara”.
Na época, Dourado reivindicava a posse do bairro. A Comissão entendia que a reivindicação deste município fazia sentido, pois ficava à metade da distância de Dourado que de Ribeirão Bonito. Além do mais, a “divisa natural, pelo espigão das águas entre o rio da Boa Esperança e o Ribeirão Potreiro, indicá-la-ia como pertencendo a Dourado”. O pedido de Ribeirão Bonito estava se revertendo contra ele. Só que a Comissão também sabia que o povoado respondia por metade da arrecadação do município de Ribeirão Bonito na época. Ambos os municípios tinham arrecadação superior ao mínimo exigido para se manterem como tal, mas, sem Santa Clara, Ribeirão Bonito corria o risco de ser extinto pela própria Comissão.
Não fui conferir o que se decidiu na época. Hoje, Santa Clara pertence a Dourado e não sei realmente quando foi feita a modificação. No entanto, sem a estação ferroviária e sem trens desde 1966, o vilarejo decaiu demais. É o famoso, perigoso e negligenciado em seus efeitos “êxodo rural”. Certamente, a não ser por alguma fazenda rentável na área, nenhuma das duas cidades se preocuparia muito em perdê-lo para a outra.
Os moradores do local, no entanto, não acham Santa Clara um problema. Nos últimos anos, as poucas casas em sua maioria foram restauradas e um de seus habitantes tem por sonho montar um restaurante no local, por sinal, muito agradável. Um dos que visita e gosta de Santa Clara é meu vizinho Guilherme, aqui em Santana de Parnaíba, proprietário de uma fazenda em Dourado, embora do outro lado da cidade em relação a Santa Clara. Eu mesmo achei o vilarejo um local bastante simpático.
Realmente, os tempos mudam. E muito. E rápido demais.
Nasci em Sta. Clara, uma infância maravilhosa,
ResponderExcluirna época era uma Vila linda "cheia de gente";
Nasci em 1957, e fui registrada em Dourado,
não em Rib. Bonito.
Quando vou para Trabijú, passo por lá, a ultima vez foi há tres anos.
Muitas saudades!!
Toninha