Dizem que tudo nasce, cresce e morre, tanto pessoas quanto, por exemplo, construções. As igrejas também. Mas precisamos forçar a sua morte precoce?
Caiu a igreja de Cravinhos. Tinha 120 anos e ficou somente a fachada da igreja de São Benedito. É notícia velha, o fato ocorreu em 24 de fevereiro passado, e ficou somente a fachada em pé – fachada que, agora, disseram que vão conservar. Até acho bom, mas, convenhamos – por que não conservaram a igreja inteira dando-lhe manutenção? Afinal, ela não era a igreja matriz da cidade, mas fazia parte da história inicial de uma cidade fundada apenas cinco anos antes com o estabelecimento da estação ferroviária da Mogiana, estava em pé e, até três anos atrás, era ainda utilizada. Só que a interditaram depois, alegando risco de cair. Estavam certos, infelizmente, mas nem assim o vigário se mexeu para consertar as infiltrações e rachaduras que os engenheiros haviam assinalado. “Era um patrimônio, deixaram cair”, lamentou o prefeito. E neste caso, não culpe o político: a igreja é da Igreja, ou seja, propriedade do Vaticano (ok, ou de seus representantes por aqui; não entendo nada de hierarquia católica). Aliás, a Igreja Católica vem perdendo fiéis no Brasil. Por que será, hein?
O fato me chamou a atenção quando vi a notícia no jornal no final de fevereiro porque a igreja lembra a matriz daqui, de Santana de Parnaíba, em alguns aspectos: as duas foram concluídas no mesmo ano e são cotós (têm uma torre somente). Além do mais, ontem encontrei uma revista sobre Cravinhos publicada em 1954 que falava com orgulho de sua igreja – ou seja, 55 anos atrás, a igreja tinha então 66 anos de vida e estava bem de saúde. Segundo o jornal, a igreja era de 1888 (como escrito acima) e foi construída por Francisco Bonfim, um dos fundadores da cidade ao lado de Luiz Pereira Barreto. Foi matriz até por volta de 1905, quando passou a ser apenas a Capela de São Benedito, nome que ainda possuía em 1954. Que se mantenha mesmo a fachada, como prêmio de consolação.
E que a Igreja abra o olho. Ontem, no mesmo jornal, O Estado de S. Paulo, saiu a notícia de que vão mal a Igreja Matriz e o Convento de Itanhaém, com cupins e rachaduras... (foto: Célio Messias, O Estado de S. Paulo, 26/2/2009)
Caiu a igreja de Cravinhos. Tinha 120 anos e ficou somente a fachada da igreja de São Benedito. É notícia velha, o fato ocorreu em 24 de fevereiro passado, e ficou somente a fachada em pé – fachada que, agora, disseram que vão conservar. Até acho bom, mas, convenhamos – por que não conservaram a igreja inteira dando-lhe manutenção? Afinal, ela não era a igreja matriz da cidade, mas fazia parte da história inicial de uma cidade fundada apenas cinco anos antes com o estabelecimento da estação ferroviária da Mogiana, estava em pé e, até três anos atrás, era ainda utilizada. Só que a interditaram depois, alegando risco de cair. Estavam certos, infelizmente, mas nem assim o vigário se mexeu para consertar as infiltrações e rachaduras que os engenheiros haviam assinalado. “Era um patrimônio, deixaram cair”, lamentou o prefeito. E neste caso, não culpe o político: a igreja é da Igreja, ou seja, propriedade do Vaticano (ok, ou de seus representantes por aqui; não entendo nada de hierarquia católica). Aliás, a Igreja Católica vem perdendo fiéis no Brasil. Por que será, hein?
O fato me chamou a atenção quando vi a notícia no jornal no final de fevereiro porque a igreja lembra a matriz daqui, de Santana de Parnaíba, em alguns aspectos: as duas foram concluídas no mesmo ano e são cotós (têm uma torre somente). Além do mais, ontem encontrei uma revista sobre Cravinhos publicada em 1954 que falava com orgulho de sua igreja – ou seja, 55 anos atrás, a igreja tinha então 66 anos de vida e estava bem de saúde. Segundo o jornal, a igreja era de 1888 (como escrito acima) e foi construída por Francisco Bonfim, um dos fundadores da cidade ao lado de Luiz Pereira Barreto. Foi matriz até por volta de 1905, quando passou a ser apenas a Capela de São Benedito, nome que ainda possuía em 1954. Que se mantenha mesmo a fachada, como prêmio de consolação.
E que a Igreja abra o olho. Ontem, no mesmo jornal, O Estado de S. Paulo, saiu a notícia de que vão mal a Igreja Matriz e o Convento de Itanhaém, com cupins e rachaduras... (foto: Célio Messias, O Estado de S. Paulo, 26/2/2009)
"A capela estava mal conservada, com marcas de infiltração. Já havia um tempo em que nós buscávamos recursos para a reforma. Achei que tivéssemos tempo e condição de fazer", disse o paroco Ronaldo Ferreira Vianna. (...)
ResponderExcluirSobre a demora para a restauração da capela, o arcebispo de Ribeirão Preto informou que os recursos da paróquia São José foram canalizados para as obras de reforma da atual Matriz de Cravinhos, que também é centenária. (...)
Luis Rodrigo Rigo Benzi, advogado do padre Ronaldo Ferreira Vianna, pároco da igreja São José, afirmou que a reforma da atual Matriz foi realizada em três etapas, a última delas concluída em janeiro do ano passado. O advogado também afirmou que a paróquia dispõe de um pequeno saldo, que será totalmente usado para prestar assistência à família vizinha à capela, que teve dois cômodos da casa destruídos.
De acordo com o advogado, o saldo --cujo valor não foi divulgado-- seria insuficiente para a contratação de especialistas em restauração para obras na capela de São Benedito.
Com Veridiana Ribeiro, da Folha Ribeirão