domingo, 30 de agosto de 2009

OBRAS E PROJETOS, SONHOS E MENTIRAS

Nos últimos dias houve notícias sobre a suspensão das obras (que, aliás, nem haviam começado) do trem do Aeroporto em São Paulo, a ser implantado pela CPTM. A notícia foi que, bem, a suspensão foi revogada. Bom saber, mas quando começarão efetivamente as obras?

No metrô de Fortaleza, suspenso também desde junho, a suspensão das obras também foi revogada e as notícias são que foram retomadas. Nos outros projetos, tudo continua mais ou menos igual: no que ainda não começou, muito se fala e pouco ou nada se faz (metrô de Curitiba, linha 3 do metrô em Niterói, prolongamento da Ferroeste, prolongamento da Ferronorte, a Leste-Oeste na Bahia, Transnordestina, VLTs em diversas cidades). No que está já em obras, parece que a coisa vai seguindo normalmente, como as linhas do metrô em São Paulo e a Norte-Sul em Tocantins.

No norte do Paraná, a movimentação das cidades no eixo Londrina-Maringá para ter de volta um trem de passageiros que ligue essa cidade é surpreendente, pois já se fala nisso há anos e nunca dá em nada. Será agora mais uma sessão de papo furado? Afinal, quando a linha de passageiros foi suspensa em março de 1981, pouca reclamação houve. Está certo que o serviço estava jogado às traças, mas de qualquer forma, bem ou mal, ele existia.

É curioso ver como a história dos “papos-furados” mostra que o meu pessimismo tem fundamento (embora, repito, quisera eu estar erradíssimo sobre isto). Desenterrei aqui nos meus arquivos uma reportagem publicada em 2003 com o título de “País deve ganhar 10 ferrovias turísticas em 2004”. Ou seja, no ano seguinte. Pois bem: dessas dez linhas, somente uma vingou: a Ouro Preto-Mariana, em Minas Gerais. O resto (que nem vale a pena citar quais são) ficou no esquecimento mesmo.

Seria melhor que não se publicasse notícia alguma, deixando os interessados trabalhar sozinhos, no anonimato e sem alarde. Assim, quem se interessa em que elas sejam implantadas não se frustra. Aliás, foi curioso um dos comentários na mesma notícia: “(o Governo) aposta, inclusive, que as linhas inicialmente lançadas para o turismo acabarão dando lugar a um fluxo regular de passageiros que ajudará a melhorar o trânsito em áreas metropolitanas”. Belos sonhos.

E para os saudosos dos tempos em que existiam trens de passageiros em São Paulo, preparei uma pequena página em meu site de estações ferroviárias sobre o assunto “Trens da Fepasa”. Não eram grandes coisas, mas como hoje em dia até dos trens da “Velha Fepa” sentimos saudades... Vai mal a coisa. Para vê-la, eis aqui o link. Ainda tem pouca coisa.

Por falar em novas obras, acabo de receber a informação de que o trem Santa Cruz a Itaguaí (de fato um prolongamento do trem Deodoro-Santa Cruz, subúrbios cariocas) será reativado em 2010. Para isso, será preciso retirar barracos de cima da linha, reconstruir a linha e construir uma nova estação em Itaguaí. A mesma notícia diz que em 2010 o trecho estará reativado. Façam suas apostas. Quanto à foto acima, é de Jorge Cialowski, mostra um trem da Noroeste em 1987.

Um comentário:

  1. O Ralph, aqui no Rio de Janeiro, dois ramais de trem estão há anos para ser reativado (estão na pauta do governo estadual): O Barrinha (Inclusive com as composições já restauradas desde 2001) e o ramal de Itaguaí (A Supervia á obrigada a reativar a linha desde 1997). Porém, até agora, só foi papo furado, se os dois ramais entrassem em funcionamento, a rede ferroviária de passageiros no RJ aumentaria 42 quilometros e mais 27 estações.

    Danilo Cabral de Aguiar
    sitiodosaguiar@ig.com.br

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