domingo, 7 de março de 2010

PISOS HIDRÁULICOS

A estação de Cachoeira Paulista, em ruínas, ainda conservava nesta foto tirada em 2004 por Diogo S. G. Reis o piso hidráulico, muito bonito, por sinal. Para se o ver houve de se retirar a intensa poeira e sujeira que o cobria.

O que são pisos hidráulicos? São aqueles pisos que encontramos em construções antigas, que não são de cerâmica, mas têm desenhos diferentes das cerâmicas de hoje, com diversas cores no mesmo azulejo. Tinham esse nome por serem feitos com cimento (para ser sincero, não tenho certeza se era cimento) e pigmentos de cores diferentes sobre cada peça e depois prensados com prensas hidráulicas para adquirir o desenho final, como se pode ver na fotografia acima.

Hoje em dia o uso destes pisos é muito pequeno, mas ainda há fabricantes que o produzem. São caros, em comparação com um piso de cerâmica comum, e seu preço fica mais alto na medida que se aumenta o número de cores.

Estações ferroviárias, cozinhas, copas e mesmo salas de casas antigas usavam este tipo de piso. Várias estações que foram demolidas há muito tempo ainda apresentam no chão da plataforma que sustentava as paredes da casa da estação ainda têm estes pisos debaixo da poeira, pois quem demole uma estação ferroviária geralmente não demole a plataforma de pedras e, se o piso era hidráulico, acaba ficando ali colado, debaixo de pó e/ou mato que cresce.

Geralmente procuro fotografar esses pisos onde quer que eles se encontrem. A fotografia ao alto, no entanto, não é minha.

Eles são, realmente, a marca de uma época.

10 comentários:

  1. E infelizmente são um prato cheio para vândalos que se intitulam vendedores de antiguidades. A rigor, o nome correto é "ladrilho hidráulico", ao invés de "Piso hidráulico", mesmo que no google existem milhares de ocorrências para "piso hidráulico". Não são pisos cerâmicos e (até onde sei) são feitos de cimento sim. Na Estrada de Ferro Goyaz, a única estação em que existem esses ladrilhos é a de Anápolis. Nas outras, o que existia era tábua corrida, tacos de madeira, e piso de nata de cimento (o chamado "cimento queimado"), nas cores amarelo bem claro ou verde acinzentado) (às vezes texturizados com "furinhos"). O IPHAN deveria urgentemente obrigar o governo do estado de São Paulo a criar vergonha e começar a recuperar essas estações. Cachoeira Paulista seria um bom começo. Quanto mais o tempo passa, mais aumentam as críticas ao governo paulista. Nós, como admiradores, estudiosos ou pesquisadores, temos que endossar o côro. Estados bem mais pobres estão recuperando os seus prédios ferroviários.

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  2. Também os chamamos de ladrilhos hidráulicos, mas como na maioria das vezes são vistos em pisos, ficam com o primeiro nome. Para ser sincero, enquanto escrevia, nem me lembrei do nome "ladrilho". Uma falha, realmente. Com relação a Cachoeira, o IPHAN não a tem tombada, está em processo apenas. O CONDEPHAAT sim a tombou. E nas estações paulistas é mais fácil encontrar ladrilhos, mas pisos de madeira são também comuns. Não saberia lhe dizer quais deles existem mais. Na de Araraquara, por exemplo, existe tanto madeira como ladrilhos. Abraços

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  3. Um ótimo post e uma bela contribuição para a memória histórica das nossas ferrovias.

    Meus parabéns pelo blog! Já sou um seguidor!

    Abraços,

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  4. Em Goiás existem várias estações que nunca foram tombadas pelo IPHAN. A maioria tem uma importância tão local, que talvez jamais serão. E ainda que não estejam tombadas pelo IPHAN, este vem desempenhando um excelente trabalho no estado, mesmo em localidades onde prefeitos insistem em "fazer bobeira". Mas o que a gente percebe é que a maior parte dos prefeitos de cidades goianas que têm ferrovia se sensibilizaram mesmo antes do IPHAN, e alguns municípios, como Urutaí (que não alcança nem 3 mil habitantes) restauraram as suas, mesmo com seus parcos recursos próprios. Outras, como Cumari e Pires do Rio, lutaram muitos anos para conseguir recursos para as suas, hoje brilhando de novas, servindo de bibliotecas e outros equipamentos públicos bastante requisitados. Outras quatro estações goianas, como Vianópolis e Goiandira também já estão em fase adiantada de recuperação. Como pode-se perceber, não é necessário que uma estação esteja nem tombada para que ela mereça ser preservada. Esse é o exemplo que um estado pobre como Goiás está ensinando de lavada para um quase-país tão rico, escolado e sempre em evidência como é São Paulo. O que será preciso para que o estado restaure Cachoeira Paulista? O Condephaat precisa de uma reestruturação completa, o que demanda recursos, que me recuso a acreditar que o estado não tenha. É tudo questão de planejamento, prioridades e pressão popular.

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  5. Em São Paulo diversas estações foram restauradas por iniciativa dos municípios. Uma das últimas foi a de Araras, que estava em ruínas. Há municípios (leia-se prefeitos) que se interessam e outros que não se interessam. O IPHAN somente tem duas ou três estações tombadas no Estado de SP e não é muito atuante aqui em termos de estimular restaurações, como é em MG e GO. O CONDEPHAAT tem várias estações tombadas. O que vale, no fim, em SP, é o interesse municipal. Quanto a Cachoeira, ela tem um enorme problema: está em ruínas, é grande demais, sua recuperação é muito cara, e como fica no limite da área urbana não tem muitos usos para ela, a cidade é muito pequena e a segurança dela recuperada seria cara e ninguém está disposto a pagar por isso. Uma pena, pois é uma estação linda e de valor histórico muito grande.

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  6. Abaixo vai o comentário que queria colocar no seu blog mas não consigo...recebo uma mensagem de erro que vai em anexo.
    sera que você pode me ajudar.....infelizmente não domino muito bem esta arte de "computação"... Daniel Gentili
    Comentário : Ola Ralph. Em 1953 quando eu tinha 9 anos e morava
    em Botucatu próximo a casa da minha avó
    tinha uma pequena fábrica deste tipo de
    piso que eram chamados simplesmente de
    ladrilhos, me elmbro que era uma fabricação
    bastante manual pois era feita peça por
    peça....o que me lembro mais era o operário
    colocando tinta na forma com uma canequinha..
    a garotada ficava horas observando a fabricação pois esta fábrica ficava a céu aberto e no terreno nem tinha portões.. a casa da minha avó quando foi reformada utilizou ladrilhos feitos nesta fábrica. Também tenho algumas fotos de estações em que aparece este tipo de piso sendo o mais significativo o da estação de São Manuel. Daniel Gentili

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  7. Bom dia Ralph.

    Sou estudante de jornalismo e estou no último ano. Meu TCC será sobre a Marginal Pinheiros e gostaria de saber onde você pegou as informações sobre a história da via.

    Meu e-mail é andregomes1988@hotmail.com, tambem gostaria de falar com você, se possível.

    Abraço

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  8. Se eu não me engano, o piso da estação de Guia de Pacobaíba é neste estilo, pude observa-lo(por baixo da porta, pois a estação encontrava-se trancada) na última vez que fui à estação.
    No Youtube há um vídeo feito por alguém (não me lembro o nome) que mostra a estação por dentro, na ocasião ela estava aberta e mais abandonada do que hoje, mas dá pra ver bem o piso e afirmar se se tratava deste material ou não ... se eu conseguir o link posto aqui !

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  9. Ralph, O ladrilho hidráulico é realmente feito de cimento, não é queimado em fornos, como o são os ladrilhos vitrificados. Secam ao relento, por alguns dias. O processo é todo artezanal, a produção é pequena. Mas estão voltando a moda, alguns arquitetos os estão redescobrindo. Visitei uma fábrica existente em S. Carlos, pena que não fotografei. Sei que existe uma fábrica próximo à Vl. Leopoldina, talvez seja possível visitá-la.

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  10. Obrigado, Dario. Inclusive, eu conheço uma representante de f'bricas que os vende.

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