sexta-feira, 26 de março de 2010

O ANTONIO DA LISTA


De vez em quando a gente fica chateado por causa de um problema em que a gente se mete, ou porque alguém nos sacaneia, ou ainda porque fazemos uma bobagem qualquer. Mas também há vezes em que a damos risada sozinhos ou algo que lemos nos faz sentir mais alegres.

Isso é o que acontece quando o Antonio, frequentador de listas de discussão de ferrovias (no caso), desanda a comentar algumas mensagens que são enviadas para a lista. Realmente, ele tem o dom de fazer os outros ficar alegres com as tiradas engraçadas que escreve.

Geralmente são frases curtas e bem humoradas comentando algum assunto, um qualquer. Ele tem o dom. Além disso, escreve muito bem — com exceção do fato de teimar em colocar o verbo haver no plural, no sentido de existir, o que está errado — e ainda temos de levar em conta o fato de que em computador se escreve rápido. Eu paro para pensar, tenho de rever e, se não faço, já escrevi muita besteira por falta de atenção. Até quando escreve bobagem pelo mesmo motivo ele corrige bem humorado.

É assim que eu gostaria de ser. Eu também gosto de fazer piadinhas, muitas vezes sem graça alguma provavelmente, mas faço. Não aprendo. Mas não tenho o humor cáustico dele, sempre muito bem colocado. Realmente, invejo gente assim. Mas o sujeito tem cultura e conhecimento tambem. Tiro o chapéu para ele. Não que os outros da mesma lista não tenham, mas creio que, de todos, ele é o campeão.

Bem, talvez não seja: há outro, que parece uma enciclopédia. O Nico responde na bucha qualquer pergunta sobre ferrovias fora do Brasil. Até na África. E olhe que não dá tempo de ir buscar em alfarrábios ou no arquivos de computador, pela velocidade com que vem a resposta. Será ele um mentiroso? Não, não é, mesmo. Anos acompanhando o cara pelas listas já mostraram que ele tem o que se chama de memória fotográfica.

O que é bom nestas listas de discussão é que se discute mesmo, e bastante. É sobre ferrovias, mas vira e mexe o tema envereda por outros assuntos. Às vezes dá briga, sempre tem um teimoso, sempre tem alguém que escreve algo um pouco mais inflamado sem querer ser malcriado, mas a escrita sai como tal... eu muitas vezes ponho alguma dúvida para ser sanada, e há discussões que às vezes tomam o dia inteiro. Foi o caso da ponte metálica do rio Pinheiros.

De tanto discutirmos, chegamos à conclusão que ela existiu mesmo. O interesse era meu em saber, mas vários colaboraram, escrevendo uma série de coisas e mandando vários assuntos. E eu me convenci de que ela de fato existiu. A impressão que deu neste caso específico foi que muita gente até se lembrava de ter lido algo ou visto alguma foto dela, mas ninguém parecia estar muito convencido. Enfim, saiu a prova, aliás, várias provas.

E que o Antonio conserve seu bom humor.

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