 A estação de Taubaté, hoje. Foto minha, como todas as outras desta postagem.
A estação de Taubaté, hoje. Foto minha, como todas as outras desta postagem.Hoje estive na cidade de Taubaté, a trabalho. Aproveitei e dei uma passada pela estação. A última vez que havia passado por ali havia sido há uns doze anos.
 A fachada da estação
A fachada da estaçãoA estação, de tipologia aparentemente única nas estações da Central, está em frangalhos. O prédio não é, certamente, o orignal de 1876; este fora construído pela E. F. do Norte, empresa paulista que, falida, foi comprada pela Central do Brasil em 1895. Por causa disto, a estação de Taubaté serviu como ponto de baldeação nos trens Rio-São Paulo (e vice-versa) de cerca de 1902 até por volta de 1906.
 Portas laterais
Portas lateraisA baldeação era originalmente na estação de Cachoeira Paulista, que originalmente era o final da E. F. Dom Pedro II (que virou Central do Brasil em 1890) e da E. F. do Norte; como as duas tinham bitolas diferentes (respectivamente, 1,60 m e 1 metro), a baldeação era obrigatória. Com a compra de uma ferrovia pela outra, a Central decidiu, sabiamente, igualar as bitolas pela maior; e foi fazendo isso primeiro no trecho Cachoeira-Taubaté, depois Taubaté-Mogi e por fim Mogi-São Paulo. Com isso, as baldeações pularam de uma estação para outra até a entrega do trecho todo em 1908.
 Armazém ferroviário do outro lado da linha, em frente à estação
Armazém ferroviário do outro lado da linha, em frente à estaçãoNa estação de Taubaté ocorreu um caso misterioso que causou a morte do Conde do Pinhal, em 1902: durante a baldeação, ele teria sido roubado em uma grande quantia por um seu funcionário de confiança, que viajava com ele para o Rio de Janeiro. O Conde passou mal e desistiu da viagem, retornando para São Carlos, onde faleceu um mês depois. O dinheiro acabou aparecendo algum tempo depois em outro local.
O prédio atual teria sido construído quando? Possivelmente nos anos 1910, mesma época da reconstrução do de Guaratinguetá.
 Pontilhão da linha antiga, preservado no local original.
Pontilhão da linha antiga, preservado no local original.Outra coisa interessante: entre a estação de Taubaté e a de Quiririm, esta desativada em 1953 com a construção de uma variante entre Taubaté e Caçapava, existe hoje um pontilhão, atrás do shopping center da cidade, mantido como monumento, no meio de uma avenida. Ele pertencia à linha velha, arrancada depois da desativação.
 A praça em frente à estação
A praça em frente à estaçãoE a pergunta final: quando vão recuperar o magnífico prédio da estação de Taubaté? Depois de ele cair sozinho?
 
 
Por coincidencia tambem estive em Taubaté há pouco.Tambem visitei a pobre estação. Ela na realidade é muito bonita. Aquela torre foi imaginada provavelmente por um caxubio pomerano
ResponderExcluirde passagem pelo Brasil no inicio do seculo XX.
Moro em Taubaté, perto da antiga linha Taubaté-Quiririm. Nos anos 90 a linha, saindo da estação no Centro da cidade, ainda existia, mas terminava na Mecânica Pesada/Alstom, para atender a empresa, que produz peças grandes(como turbinas de usinas hidroelétricas). Ao lado, antes de chegar na Mec. Pesada, havia um ramal para atender a vizinha Ford Motor Company (onde são montados os motores e transmissões dos carros da marca) com ferro-gusa.
ResponderExcluirTenho 22 anos e quando criança, vi trens passarem ali, coisa rara, mas para transportar caminhões (não sei se carregados ou vazios, ou o que transportavam, ou o destino, mas lembro que as caçambas eram do tipo "carga seca"), que embarcavam atrás da fábrica da Ford. Mecânica Pesada e Ford já não utilizavam os trens pra mais nada.
Ainda nos anos 90, os trens pararam de passar ali, e aproximadamente no ano 2000 os trilhos foram retirados e no lugar fizeram ruas e avenidas. Sendo parte desse "ramal", o pontilhão que você fotografou atrás do Taubaté Shopping ainda tinha trilhos até doze anos atrás.
Nota: Eu adoraria saber pra onde esses caminhões eram mandados que não podiam chegar por estradas...