A avenida do Vidoca hoje às 8 da manhã: surpreendentemente, sem trânsito. Mas ontem à noite...
Quem pensa que os congestionamentos-monstro somente existem atualmente na Grande São Paulo, está por fora. Ontem, em São José dos Campos, entre 5 e 7 da tarde, o caos no trânsito era total. Com um agravante: pegava a Dutra também de roldão. Eu vinha de Taubaté para São José e tive de entrar na cidade. Fiquei mais de uma hora na Dutra e dando voltas na cidade.
É difícil não dar voltas em São José: somente quem conhece muito bem a parte mais antiga da cidade - que é justamente a entrada principal até o centro, com seus arredores e a avenida Nelson Davila - pode escapar dessa sina. Eu até que conhecia bem, mas não tendo ido já há 3-4 anos na cidade e ter chegado nela já no escuro rodeado de carros, ônibus e caminhões por todos os lados prejudicaram a memória de meu conhecimento.
O sistema viário dessa área da cidade é horroroso - para resolver, só mesmo arrasando tudo e construindo as ruas de novo. Entre outras coisas, como ruas estreitas, ruas sem saída e ainda por cima sem formar quadriláteros e mãos e contra-mãos em excesso, a sinalização é péssima (isso parece ser uma constante nas cidades do Vale do Paraíba).
O aumento populacional e o de automóveis, como sucedeu em outros locais do Brasil, nos últimos anos, agora causam o caos. Por enquanto ainda é no início da noite (quando eu ia constantemente para lá de 1999 a 2006, isso não ocorria), mas claramente a cidade vai logo se afogar em carros em períodos mais longos.
Se você perde uma entrada em São José, você está frito. A volta para chegar ao mesmo lugar é geralmente gigantesca. Mesmo na avenida do córrego do Vidoca que tem o nome de um politicozinho qualquer), não há retornos - e há farto espaço para construí-los. Se você desce a avenida São João vindo do centro e quer ir aos hotéis que ficam na esquina desta com o Vidoca, mas à esquerda, v. tem de fazer o retorno quase lá na Dutra.
E por aí vai. Realmente, o sonho acabou. A velha São José vai desaparecendo, não somente em sua tranquilidade quanto nos seus velhos ícones e indicadores - parte da estrada velha Rio-São Paulo desapareceu na região do Aquarius; a estação ferroviária original desapareceu há muuuuito tempo; a linha original foi-se recentemente no Banhado; o próprio Banhado corre riscos (o local é lindo). O velho casario do início do século XX vai sendo derrubado aos poucos. A cidade vai perdendo sua identidade e aos poucos vai se tornando igual a qualquer outra.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
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Para mim, os piores engenheiros de tráfego estão em São José dos Campos, se é que lá existe engenharia de tráfego. Dá para desconfiar que não.
ResponderExcluirEu acho que é impossível um engenheiro de tráfego conseguir alguma coisa lá. A solução é, como eu disse, derrubar toda a área em volta da Nelson Davila e traçar tudo de novo...
ResponderExcluirRalph, não é somente SJC. todas as cidades do Vale cresceram, e isto acontece em praticamente todas elas. Taubaté é a mesma coisa.... As cidades estão conurbando, e o planejamento viário não é levado em conta. Tranquilidade mesmo, só nas cidades "mortas", que são aquelas a beira da antiga SP/Rio ( Silveira, SJ Barreiro, Bananal, Areias) Mas por pouco tempo, pois loteamentos de chácaras de luxo estão chegando por lá.
ResponderExcluirÉ que o Ralph não pegou a avenida JK na zona leste em horário de pico, rs. Mas de fato, a construção do Anel Viário foi uma sacada que, se não fosse isso, hoje seria muito pior.
ResponderExcluirSobre a sinalização, eu conheço pessoas que falam o contrário. Eu também acho bom - pelo menos nas vias principais - pelo menos há 3 anos atrás, quando ainda morava lá.
Sobre os retornos, concordo plenamente com o Ralph.
Se quiser ver sinalização ruim e placas artesanais em péssimo estado, ande aqui em Mogi das Cruzes, rs...
Mas que é fato que a cidade está crescendo muito e o trânsito se tornando (já está) um caos, é triste.
De todas as cidades do Vale, SJC foi a que teve o crescimento mais acelerado. Até os anos 70, a maior cidade do vale era Taubaté. Mas a maior proximidade de SJC para a capital trouxe grande número de empresas (GM, CTA/ITA, Embraer, Avibrás, Kodak, Johnson&Johnson, Fujifilm, Panasonic, Ericsson, Hitachi, Refinaria da Petrobras, etc.) e a cidade inchou. Tanto que uma pesquisa mostrou que apenas 48%(aproximadamente, não lembro exatamente quanto) dos moradores de São José dos Campos nasceram na cidade.
ResponderExcluirAcho que essa diferença brusca entre o apertado centro velho, dos tempos mais modestos, e a "paulistana" área expandida é fruto dessa expansão em ritmo de Big Bang.
Infelizmente, diversas outras cidades do interior se descaracterizaram também com a expansão e ficam longe da capital...
ResponderExcluirVocê tem razão, pois agora Taubaté enfrenta uma especulação imobiliária das fortes, com vários prédios sendo construídos. Várias cidades estão se expandindo, devido ao crescimento da economia do país.
ResponderExcluirO que eu apontei é que SJC, que era menor que Taubaté, teve um crescimento maior que a "vizinha", em ritmo mais intenso, e imaginei que a maior proximidade para a capital seria a explicação para SJC atrair mais investimentos que Taubaté.