sexta-feira, 3 de setembro de 2010

OS GATOS DE VOVÓ

Minha avó Maria, em 1909. Já postei esta foto no blog anteriormente.

Falo e falei muito aqui neste blog sobre meu avô Sud. Pouco falei de sua esposa, Maria. Porém, eu a conheci, enquanto a Sud, não - ele morreu três anos antes de eu nascer.

Vovó Maria - como eu a chamava - viveu durante 36 anos de minha vida. Eu gostava muito dela. Passei boa parte de minha vida em sua casa. Parte dela, a de que mais me recordo, na rua Capitão Cavalcanti. Quando eu tinha 15 anos, em 1966, ela se mudou de lá, tendo vendido a casa que meu avô construiu. A casa, reformada, ainda está lá, com o mesmo dono que a comprou.

Dali, vovó se mudou para a avenida Doutor Arnaldo, no Sumaré. Morou ali três anos. A casa foi desapropriada pela Prefeitura para a construção da avenida Paulo VI, sob ela (ligação Brasil-Sumaré) e vovó se mudou de volta para a Vila Mariana, na rua Azevedo Macedo, 112. Esta casa foi comprada pelo hospital Amico, que ficava em frente, e, em 1971, vovó se mudou para a rua Maracaju, muito próximo dali. Nessa casa faleceu, em 1987, com 93 anos de idade.

Vovó sempre morou com duas de suas três filhas - somente Astréa, minha mãe, se casou e deixou a casa. A quarta filha, na verdade a mais velha, morreu criança, em 1924. Vovó sempre falava dela, de sua boneca Agapito e de suas mechas loiras enroladas dentro de um envelope de papel-manteiga - que eu preservo até hoje. A verdadeira história de Astarté eu somente soube muito tempo depois, quando escrevi o livro sobre meu avô. Vovó chorava quando falava dela.

Interessante são as histórias que ela contava e que minha mãe hoje conta, algumas tão antigas que não são nem do tempo de minha mãe. Uma das que eu mais gostei foi a do gato que minha avó tinha quando era estudante em Porto Ferreira. Ela estudava na Escola Normal de Pirassununga, isso pelos anos de 1912, 1913. Tomava o trem da Paulista para ir e para voltar. Estudava à noite, pelo menos parte do período em que lá esteve.

Vovó sempre gostou de gatos. Nos anos 1950, quando eu tinha uns seis anos, eu via sempre em sua casa os dois gatos da época, o Cianeto e o Potássio. Os nomes foram dados pela minha tia solteira e química, Lélia Mennucci. Mas em Porto Ferreira, vovó também tinha um gato que, quando escutava todos os dias o apito do trem se aproximando da estação, corria da casa até lá - eram uns 3 quarteirões - para esperar e voltar com Maria para casa.

3 comentários:

  1. Ola Ralph

    Dizem que os gatos não se apegam aos donos
    mas os fatos acontecidos com a sua avó....
    demonstram claramente que isto não é verdade..

    Daniel Gentili

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  2. Olá Ralph!

    Meu nome é Henrique Madeira e pesquiso sobre a cidade de Cruz Alta. Recentemente achei uma foto da cidade em uma página sua da ferrovia. Teria como me enviar as fotos da Cruz Alta do seu arquivo da Revista "Eu Sei Tudo" de 1929?
    Meu e-mail é l.h.madeira@hotmail.com

    Agradeço se puder me responder.

    Obrigado

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  3. Sempre animais com nomes exóticos, Lembro-me muito bem dos cachorros Lítio e Titã, o pop já estava muito velinho quando cheguei lá, que pessoas maravilhosas, saudades da minha infância na rua Maracaju, com D. Mévia, D. Angélica, D. Ester, D.Lélia, Gelse, Pércio e Marcelo... anos 90 Tempo bom...e lá se foram quase 30 anos...

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