segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DILEMAS DO TRANSPORTE PÚBLICO SOBRE TRILHOS

Monotrilho em construção na Vila Prudente - foto Sérgio Neves, Agencia Estado, publicada hoje

Continuam saindo notícias nos jornais falando sobre o problema das superlotações dos trens da CPTM e do metrô, e também sobre as queixas de moradores sobre os monotrilhos elevados que serão construídos passando pela Vila Prudente e pelo Morumbi. Ao mesmo tempo, há reclamações de moradores de Higienópolis por causa da construção de uma estação na avenida Angélica.

A superlotação é um problema de difícil solução. Dizem que ela existe por causa de mau planejamento por parte das empresas na construção das linhas, mas será verdade? Quem consegue realmente prever o crescimento da demanda ao longo das linhas construídas? Quando a Light traçava suas linhas de bondes, ela já criava bairros nos anos 1900 a 1930. Antes ainda, quando a E. F. do Norte lançou sua linha para o Vale do Paraíba em 1875 e antes, a São Paulo Railway em 1867, já estavam criando bairros.

Só que antes era controlável, era menos gente, eram muitíssimo menos casas e depois apartamentos a construir, eram muitíssimo menos carros a circular! Mas, dos anos 1970 para cá... a verdade é que a destruição de imóveis na cidade somente diminuiu em termos proporcionais nos anos 1980 e 1990 porque a crise, a inflação, maus governos, pouca construção de metrôs causaram a baixa no mercado imobiliário.

Porém, da metade dos anos 1990 para cá, os carros ficaram ainda mais baratos, a construção civil arrumou seus próprios financiamentos, a inflação quase sumiu e a renda aumentou (pelo menos, dizem!). Aí, quanto mais linhas constroem de metrô, mais cheia ela fica... ela já nasce lotada. E fazer o que? Não construir?

E os monotrilhos REALMENTE degradam os locais por que passam. Tudo se acumula em volta dos pilares por falta de limpeza e fiscalização. Visualmente são tubulões de concreto horrorosos. Vão ser pichados, pois aqui ainda existe um monte de cretinos achando que pichação é arte, dizendo que é diferente de grafiti, etc. Dizem que é frescura de nouveaux-riches que não querem a "gentalha" por ali. Pode até ser, tem gente que é assim, infelizmente. De qualquer forma, como condenar alguém por não querer sujeira e pichação em volta?

Quanto às estações... quanto maior o movimento das estações, maior a degradação em volta. Exemplos? Bom, a estação Sumaré não degradou. Não degradou porque seu movimento é muito pequeno e não porque alguém cuida mais dela do que de outras. Já a estação Marechal Deodoro, por exemplo, mantém o seu entorno sujo. Há camelôs, etc. Não vou analisar uma por uma porque seria desgastante e inútil. Só conheço um caso de boa fiscalização no entorno: a estação de Barueri, onde tudo em volta está limpo. Aliás, não existe UM camelô na cidade toda. Com certeza, há fiscalização da Prefeitura. Já na cidade vizinha, Carapicuíba, é uma sujeira enorme em volta da estação e da cidade toda...

4 comentários:

  1. Camelô é degradante e sinônimo de sujeira?

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  2. Nunca vi um camelô limpar o que suja. Sobra para a prefeitura. Camelôs degradam, sim. Se v. acha o contrário... bom, nAo sou o dono da verdade.

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  3. Estranho é que na Zona Leste as estações não são sujas ... seria porque as áreas do Centro são naturalmente desgastadas, pela falta de uma população fixa que adote tais lugares como sua casa?

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  4. É muito provável. A situação piora onde há grande circulação de pessoas, como as entradas e saídas de estações do metrô e da CPTM. Note, no entanto, que estou falando das áreas externas das estações, não seu interior, este, sempre limpo.

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