Acima, em mapa atual extraído do Google Maps, a área onde a estrada Parnaíba-Perus foi destruída em parte (clique para ver melhor os detalhes): no canto esquerdo superior, a Tenente Marques, vindo de Parnaíba; a seguir, a curva para o sul (rua Bento da Silva Bueno), uma área vazia, o reapareceimento do leito na Estrada de Pirapora, a centro-sul do mapa; no centro-direita, a estrada subindo para nordeste e desaparecendo no vale do Santa Fé e finalmente, no canto direito superior, reaparecendo como Estrada de Perus.
Resolvi falar um pouco mais sobre a "Estrada de Pirapora", sobre a qual discorri ontem no meu artigo Percorrendo Velhos Caminhos. A estrada de rodagem que ligaria Parnahyba a Perus começou a ser traçada em 1922, quando a Prefeitura parnaibana resolveu melhorar a travessia do topo do morro do Vacanga, um obstáculo natural entre a sede do município e o vale do Juqueri-Guaçu, onde hoje está o enorme bairro da Fazendinha, que, na época, apenas continha pequeníssimos povoados, um deles, a Várzea do Souza.
Percebendo que a extensão da travessia do Vacanga até o povoado dos Perus, já no município da Capital e estação ferroviária da São Paulo Railway poderia ser uma alternativa ao caminho até Barueri para tomar a Sorocabana, a Prefeitura decidiu tocar a obra em frente já em 1923. Em 1928 já chegava ao Polvilho, avançando por dentro do que hoje é parte do município de Cajamar, mas que na época era terra parnaibana. No ano seguinte, a faixa junto à divisa Parnaíba-São Paulo (córrego do Itaim, onde hoje está o bairro Colinas do Anhanguera) era desapropriada para passagem da estrada. Parnaíba pagou pela construção no seu município e São Paulo na dele; porém, quem empreitou a obra nas terras da Capital para ser reembolsada mais tarde foi Parnaíba. Em 1929 a estrada já estava pronta até a divisa no cõrrego do Itaim.
Já dentro da Capital, o trecho mais crítico foi a passagem pelo córrego Santa Fé (nas proximidades de onde 20 anos mais tarde seria construída a via Anhanguera). Em 1930 a ligação Parnahyba-Perus estava pronta. O mapa da Sara Brasil deste ano já mostra o seu leito em terras paulistanas. Esta ligação ainda existe em boa parte de sua extensão. Ela segue desde a ponte sobre o Tietê, a única em território parnaibano, pela Estrada Tenente Marques (nome dado nos anos 1960) até as margens do córrego do Itaim, a cerca de um quilômetro do km 29 na via Anhanquera; a seguir, ela, em 1930, dobrava à direita (sul) e seguia próxima a este córrego até entrar para o vale do Santa Fé, depois de galgar um morro (seria o Morro Doce?), cruzando o córrego, depois de várias curvas, e finalmente chegar ao ponto que hoje é aproxumadamente o km 24 da Anhanguera e saída da atual Estrada de Perus, daí tomando a estrada que mantém o leito original até chegar à estação, costeando em grande parte o atual Parque Anhanguera.
Este trecho entre a curva no Itaim e o afastamento deste já dentro de solo paulistano não durou muito. Desapareceu em parte, para manter-se depois com o nome atual de Estrada de Pirapora e depois desaparecer de novo junto ao Santa Fé, reaparecendo depois somente no trevo do km 24 da Anhanguera - acesso para Perus.
Vê-se, portanto, que uma estrada que era considerada estratégica em 1930 já estava abandonada em 1950, com a Anhanguera pronta. Com os alargamentos pelos quais passou esta rodovia nos anos seguintes, o que estava perto desapareceu. O acesso da Tenente Marques a Perus passou a ser, entre os quilômetros 29 e 24 da rodovia, a própria rodovia, sendo que no 29 foi construída, possivelmente ainda nos anos 1940 (ou mais tarde, há que se pesquisar isto), o trecho ligando a Tenente Marques a essa estrada, transformando o trecho semi-desaparecido em trechos de ruas locais. A rua Bento da Silva Bueno, na atual divisa Cajamar-São Paulo, é quase que certamente um trecho dessa velha estrada.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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Olá Ralph, tudo bem?
ResponderExcluirLi e gostei de seu post, ele fala sobre uma questão muito importante.
Estou escrevendo aqui para trazer a informação de como tem sido tratado o Rio Juquery. Neste vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=vca810sNthE) é possível ver que a falta de tratamento e saneamento básico esta destruindo dia após dia a fauna e flora do rio e que se continuarmos sem ter alguém na assembléia que o defenda, em breve não teremos mais nada o que defender.
Por isto peço que no dia 03/10 ajude-me a ser eleito para que possamos defender juntos o Rio Juquery e oferecer saneamento básico a todos que moram nestas cidades por onde o rio passa.
Para encontrar mais informações sobre minhas propostas acesse o site: http://anesiodecampos.com.br
Anésio de Campos
Deputado Estadual - 43.133
Olhe, Anésio, eu sei dos problemas, pois estou no grupo da EFPP. Porém, sinceramente e com todo o respeito... não acredito em políticos. Abraços
ResponderExcluirAgora só para eu entender melhor o traçado dessa estrada ela e mesma estrada velha de perus? Ou não tem nada a ver com ela? Fico no aguardo da resposta
ResponderExcluirNos moradores do morro doce somos carentes de historia do nosso bairro
ResponderExcluirA estrada de Perus, que hoje sai da Anhanguera, faz parte dessa estrada Parnahyba-Perus. Como eu disse, há um intervalo entre esse ponto e a divisa Cjamar/Parnaiba/S. Paulo. Antes era contínua, mas a construção da Anhanguera em 1940 seccionou-a em duas partes.
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