Recebi hoje do Antonio Pastori uma série de fotografias - não sei o autor, mas as fotos vieram dele - da depredação das oficinas de Lavras, em Minas Gerais.
O complexo ferroviário de Lavras-Ribeirão Vermelho, criado no século XIX e originalmente construído pela E. F. Oeste de Minas, tinha importância bastante relevante na região. As duas estações eram muito próximas estando, na sua criação, dentro do mesmo município (Lavras). Com o tempo, as duas estações receberam bitola mista, pois por elas também passou a linha Angra dos Reis-Goiandira, a partir dos anos 1920.
Com toda essa importância, era natural que ali passasse a existir oficinas e pátios grandes. Em 1965, mais uma estação se juntou às duas que existiam em Lavras e à de Ribeirão Vermelho: o pátio de Engenheiro Behring. Pouco depois, eliminou-se a linha de bitola menor (76 cm), permanecendo somente a métrica. Com os ramais que foram construídos ali perto, do complexo era também possível chegar ao Triângulo Mineiro e à região de Campinas, através de outra linha que saía dali e, chegando a Três Corações, possibilitava o acesso ao ramal de Sapucaí, que alcançava Mogi-Mirim.
Porém, a hecatombe ferroviária brasileira eliminou trens de passageiros, eliminou os trens elétricos que também passavaam por Lavras e Ribeirão Vermelho, eliminou muitas das cargas que enchiam a linha e eliminou um dos ramais, exatamente o que ligava a Campinas. As oficinas do complexo foram sendo abandonadas. Em Ribeirão Vermelho, a bela rotunda é hoje ruínas. Em Lavras, as oficinas ainda estiveram nas mãos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) até algum tempo atrás.
Num determinado momento, a FCA desinteressou-se pelo prédio e por suas instalações. Em vez de agir conforme exige o contrato de concessão (neste ponto, semelhante a um contrato de aluguel de uma casa, ou seja, quando o inquilino a deixa, tem de deixar em ordem), simplesmente largou o prédio totalmente abandonado: hoje, é fácil se entrar nele e fotografar o material espalhado de qualquer forma no meio da sujeira... sem contar vidros quebrados, telhas faltantes, goteiras, vazamentos, depredações, etc.
O que está grassando pelo País, cada vez com mais frequencia, é a falta de vergonha, de ética, em nome de se lucrar o máximo sem dar valor às obrigações. E também a falta de fiscalização da União por seu patrimônio - embora, antes de devolver seu imposto de renda, ela fará o possível para lhe glosar tudo que pode (e o que não pode) e te encher de multas retroativas. Já com a FCA e outras concessionárias... finge que esquece.
Este sábado estive em Além Paraíba (MG) e pude constatar situação semelhante. As oficinas da Leopoldina, encravadas no meio da cidade estão jogadas ao abandono.
ResponderExcluirVamos ser sinceros? Como entusiasta ferroviário, queria ver aqueles prédios sendo preservados e com alguma utilidade para a população do município. Mas, sendo realista, vejo que vários pontos da construção que estão à meio passo do desabamento terão este triste fim muito em breve.
Já o caso do complexo de Porto Novo se configura mais grave ainda. A estação em si, que por sinal está razoavelmente conservada e pomposamente denominada como Centro Cultural da Estrada de Ferro ou algo parecido, de Centro Cultural nada tem. Serve como sombra pros velhinhos que ficam jogando biriba na frente da estação.
Mas os dois prédios do outro lado do pátio, então, nem se fala. Acho que fica feio para uma cidade ver douas edificações com um estilo arquitetônico tão ímpar ficarem caindo aos pedaços em pleno centro comercial da cidade. Um local tão simpático como Além Paraíba merecia um cartão de visitas melhor.
Tanto o pátio de Porto Novo como o pátio das oficinas são utilizados pela FCA pa. Infelizmente, la não vai perder o seu valioso tempo em querer preservar algo que ela não usa. Então, Iphan, abre o olho. Não vamos permitir que partes da nossa história continuem caindo aos pedaços por pura negligência.
Por falar em oficinas sr viu que fizeram em jundiai? gravaram um programa ridiculo de gincana dentro das oficinas
ResponderExcluirhttp://noticias.r7.com/videos/mauricio-do-volei-participa-do-convocado/idmedia/ce789fcae23c83334912fa390f062f34.html
o que mais me incomoda e agente ir la e nao deixaram entrar pra fotografar e alegando que o teto esta caindo e que e perigoso mas entrar ai p´ra isso pode