Antigo local da estação já demolida de Ambuitá e também o vazio onde existia a segunda linha métrica. Foto Carlos Roberto de Almeida tomada hoje
Desde que a CPTM fechou a linha que liga Itapevi a Amador Bueno, aquele trecho que percorria apenas 4 paradas e que ainda utilizava os Toshiba de 1957, re-re-reformados e velhos, eu não fui mais para aquela região. Portanto, hoje resolvi perguntar ao Carlos, assíduo frequentador daquelas bandas e fotógrafo ferroviário, a quantas andavam as obras. Afinal, haveria mesmo obras para adaptar a linha ao atual padrão CPTM ou era somente papo-furado?
Segundo o Carlos, que me mandou inclusive algumas fotos - uma delas, acima - praticamente toda a segunda linha foi arrancada, mantendo-se a outra para a contínua circulação de cargueiros da ALL, e também todas as quatro paradas foram derrubadas: viraram pó Cimenrita, Santa Rita, Ambuitá e Amador Bueno. Como se sabe, nesse trecho a linha é métrica, vem dos tempos de 1928, quando a Sorocabana duplicou a linha até Iperó e de 1944, quando este trecho todo foi entregue eletrificado. Em princípio, a CPTM deve colocar ali linha dupla de bitola larga, para que seus trens que vêm hoje de Julio Prestes possam chegar até Amador Bueno sem haver baldeação em Itapevi. Se a outra linha vai seguir somente métrica ou em bitola mista, também é algo a se esperar para ver.
Torçamos para que tudo dê certo, para que a população daquela parte do município de Itapevi ganhe um trem melhor até o final do próximo ano. Até 1998, o Toshiba seguia até Mairinque, mas ao que tudo indica este trecho não voltará a ser operado pela CPTM, embora a linha seja dela até esta cidade.
Mas como eram esses trens de subúrbio no começo? A linha original de 1875 era métrica e singela. Após atravessar o rio Pinheiros vinda de São Paulo, a ferrovia passava por uma região quase desabitada pelo vale do Tietê e do rio São João. Nesse trecho São Paulo-São João (hoje a estação é São João Novo, um pouco além e distante de São João "velho"), havia apenas três estações e uma parada (São Paulo, Barueri, Cotia e São João). A parada era a de Cotia, um estribo construído no mesmo ponto onde hoje está a estação de Itapevi. Para se ter uma ideia, a população em volta da estação de Barueri era de, no máximo, cinquenta pessoas, incluindo aí a Aldeia de Barueri, situada a cerca de um quilômetro do acampamento para construção da ferrovia que se montou em volta da estação de Barueri. A parada de Cotia ganhou esse nome porque onde hoje é Itapevi não existia coisa alguma. A existência dessas paradas devia-se à necessidade de alimentação de água e lenha para as locomotivas, além de facilitar o cruzamento de trens numa linha singela que se duplicava apenas nesses pontos, construídos a 27, 36 e 48 km da estação inicial.
Com tudo isso, é evidente que a circulação de trens suburbanos - ou seja, trens que fazem o percurso somente na região em volta da metrópole com muito mais horários que os trens normais que iam até o final da linha e voltavam - somente foi estabelecida muito mais tarde. Estações foram sendo construídas por diversos motivos nesse trecho, como a de Osasco, em 1892, atendendo à pequena usina do italiano Agu, e a da Barra Funda - mas o trem de subúrbio somente foi colocado em funcionamento em 1922. A partir daí, aumentou o número de estações próximas a São Paulo.
Hoje, a CPTM tem 20 estações entre São Paulo e Itapevi.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
A CPTM, A FEPASA E A SOROCABANA
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Seria legal a CPTM operar até Mairinque, no mínimo por causa da belíssima estação de lá!
ResponderExcluirEm período eleitoral é dificil acreditar nas tão batidas "promessas de campanha", entretanto, vocês viram o Geraldo,candidato a governador, prometendo a CPTM até Sorocaba? Vocês acham isso possivel?
ResponderExcluirGrande Abraço
Possível é. Se vai sair, vamos ter de esperar para ver. De qualquer forma, já se fala nisso deste o começo deste ano. A CPTM quer fazer esta linha já há algum tempo.
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