Ontem conheci o restante de Florianópolis. Fui ao norte da ilha, incluindo a área central onde estão os maiores edifícios de apartamentos, a tal “Agronômica”, com uma muralha de prédios se estendendo ao longo da avenida que costeia o litoral dando frente para o canal da ilha – sem praia, portanto.
Outro lugar muito bem cuidado e que dá acesso para o extremo norte da ilha, onde estão outros bairros-praias, como Jurerê e Jurerê Internacional (ô nome arrogante), Canasvieiras, e mais para leste, os Ingleses, além de outras menores. O curioso da ilha é que você pode chegar aos bairros, mas quase nunca vê as praias: ou elas estão separadas das ruas por dunas ou por matas, ou ainda por casas grandes. Para atingir as praias, há que estacionar o carro e seguir a pé.
Descendo pela costa leste, há ainda as praias Mole, da Joaquina e da Barra da Lagoa.
Depois de ver boa parte da ilha (rapidamente, claro), a conclusão não é difícil: o caos poderá chegar mais rápido do que se imagina. Os prédios altos estão próximos ao centro e as outras praias têm tanto casas (em maior número) do que prédios de apartamentos (com no máximo quatro andares). Porém, há muitos terrenos vazios e as ruas e avenidas são muito estreitas sem possibilidade de alargamento a não ser que se façam enormes e caras desapropriações. Seriam necessários diversos túneis (posso estar enganado, mas somente existem dois, um de ida e outro de volta, próximos ao centro) e até em alguns casos serviços de barcas e lanchas, que já existem, mas mais em termos turísticos, com preços elevados.
Fora isto, na região do mangue do bairro de Rio Tavares, quer-se construir um elevado, mas os ecologistas estão frontalmente contra e, sem essa obra, os enormes congestionamentos que existem todo final de tarde no chamado trevo do Rio Tavares vão somente piorar. A construção de uma ou mais pontes ligando o continente à ilha (seja em que local for) somente facilitará a entrada de carros nela, piorando substancialmente o trânsito, embora melhorando os congestionamentos das duas pontes (uma ao lado da outra). A belíssima e imponente Hercílio Luz continua e deverá continuar interditada.
Finalmente, parece inviável a construção de vias férreas subterrâneas (metrô): estes teriam de ser metrôs de superfície ou VLTs.
O aumento do número de veículos dentro da ilha causado pelo aumento da população através da construção de prédios de apartamentos ou excesso de casas, portanto, poderá trazer o caos viário em pouco tempo.
Vão acabar me chamando de profeta do caos, mas os moradores com os quais conversei concordam comigo. Que estejamos errados.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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Conheço bem Floripa ( Ou Nossa Senhora do Desterro) como gostam os manequinhos da ilha...
ResponderExcluiré linda, lembra as belezas do Rio de Janeiro sem o Caos.... mas planejamento é tudo!!!
Estive há pouco em Paris e Barcelona (sim Barcelona). Paris já é conhecidíssima por seu sistema de metro, mas Barcelona me pegou de surpresa!!! Que planejamento!!! Que visão de futuro e que sistema de transportes!!! A olimpíada lá fez bem... Tomara que para o Rio de Janeiro também. Vale o recado para a (ainda) maravilhosa Floripa.
Mas existem exemplos catastróficos como o do prefeito de Jacareí (interior de SP), Sr. Hamilton Ribeiro Mota - PT foi a Brasília defender estação do trem bala na cidade !!!!
Pra que??? para ele mandar arrancar os trilhos na primeira oportunidade como fez com a Central do Brasil??
Esses mesmos trillhos amputados da cidade poderiam ser uma moderna ligação entre Jacareí, São José dos Campos e Mogi das Cruzes (e garantir a integração hoje com o TAV), não fosse a cabeça de minhoca dessa gente.
ricardo_schoenfelder@yahoo.com.br
Em minha opinião a nova estação deveria integrar o Sul de Minas Gerais, gerando um vetor de desenvolvimento sustentável para toda a região.
Quanto a Florianópolis, saiu no Estadão de hoje uma reportagem sobre VLTs afirmando que o plano da cidade é colocar 60 km de trilhos. Se vai ser feito, só o tempo dirá.
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