As ferrovias são mesmo uma prioridade neste País? Senão, vejamos: o Governo Federal vive dizendo aos quatro cantos que as ferrovias são hoje uma prioridade no Brasil. Porém, parece que os anos de desinteresse, descaso e abandono das mesmas influenciou mal o povo em geral. “O povo” inclui políticos, construtores, imprensa etc.
Hoje dois assuntos diferentes me vieram às mãos. Numa delas, um jornal da região litorânea de Santa Catarina mete o pau na ALL com o título: “O que ontem foi progresso, hoje é um grande atraso para São Francisco do Sul”. Esta cidade do norte catarinense é um porto que recebeu a chamada linha do São Francisco em 1906, ou seja, 104 anos atrás. A notícia reclama que os trens — hoje enormes comboios que transportam grãos que vêm do interior do Estado — cruzam o centro da cidade para descarregá-los no porto da cidade, que, salvo engano, é o maior porto do Estado. Acontece que há mais caminhões descarregando no porto do que trens. Os trens atrapalham e os caminhões não? Ora, este tipo de atitude é típico de um povo que se desacostumou com as ferrovias depois de ver todo o descaso com que ela foi tratada nos últimos (pelo menos) 40 anos. A má vontade com elas é notória.
Além do mais, o jornal acusa a ALL, concessionária das linhas, de “não se importar com o crescimento da cidade”. Ora, com todos os defeitos que a ALL possa ter, ela realmente não tem que se meter nisso. Ela recebeu as linhas em concessão e vai usá-las do jeito que julgar necessário. A ALL não vai gastar dinheiro com isso. Quem teria de fazê-lo seria o governo de forma a atender aos anseios da cidade, pois a ALL nada está fazendo de irregular. E, se a cidade tem problemas, é porque (somente “para variar”) cresceu sem prever o problema que os trilhos poderiam causar. Não é novidade — diversas cidades reclamam da mesma coisa e na maioria das vezes, no meu modo de ver, sem razão alguma.
A pelo menos 3 mil quilômetros dali, no Nordeste, notícias dizem que o presidente Lula está furioso com as obras da Transnordestina, que não acabam nunca —aliás, mal começaram e deveriam tê-lo feito em 2008 (ou antes). O presidente precisa começar a fiscalizar certas obras, principalmente as que ele considera uma prioridade, bem mais de perto, pois parece que as pessoas que para ele trabalham e deveriam estar vendo isso não estão fazendo direito o serviço. Eu me lembro do famigerado Paulo Maluf neste caso. Maluf pode ter todos os defeitos do mundo, já falaram que ele fez muita coisa errada, mas ele também é conhecido por outra: ele fiscalizava as obras que encomendava com mão de ferro. Era o primeiro a estar no canteiro de obras, às 7 da manhã, para ver como as coisas andavam, nas obras de viadutos, avenidas e prédios — e ai do chefe que não estivesse fazendo as coisas no tempo e da forma que ele, Maluf, esperava.
Pelo jeito, o presidente vai ter de atuar como um “gerentão” para tentar avançar o máximo possível com as obras na ferrovia Transnordestina, pois, do contrário, vai deixar o governo no final do ano sem ver nada — ele já reconhece que a linha não estará pronta neste ano.
Estas são as agruras das ferrovias no Brasil. Mesmo sendo consideradas uma prioridade, uma urgência para ficar prontas, tem gente que não acha isso e continua agindo como no tempo das vacas magras. Tem gente querendo arrancar trilhos até com ela funcionando, e tem gente que não quer pô-los mesmo tendo verba para isto. O primeiro tem como motivo a implicância. O segundo precisa ser averiguado.
Hoje dois assuntos diferentes me vieram às mãos. Numa delas, um jornal da região litorânea de Santa Catarina mete o pau na ALL com o título: “O que ontem foi progresso, hoje é um grande atraso para São Francisco do Sul”. Esta cidade do norte catarinense é um porto que recebeu a chamada linha do São Francisco em 1906, ou seja, 104 anos atrás. A notícia reclama que os trens — hoje enormes comboios que transportam grãos que vêm do interior do Estado — cruzam o centro da cidade para descarregá-los no porto da cidade, que, salvo engano, é o maior porto do Estado. Acontece que há mais caminhões descarregando no porto do que trens. Os trens atrapalham e os caminhões não? Ora, este tipo de atitude é típico de um povo que se desacostumou com as ferrovias depois de ver todo o descaso com que ela foi tratada nos últimos (pelo menos) 40 anos. A má vontade com elas é notória.
Além do mais, o jornal acusa a ALL, concessionária das linhas, de “não se importar com o crescimento da cidade”. Ora, com todos os defeitos que a ALL possa ter, ela realmente não tem que se meter nisso. Ela recebeu as linhas em concessão e vai usá-las do jeito que julgar necessário. A ALL não vai gastar dinheiro com isso. Quem teria de fazê-lo seria o governo de forma a atender aos anseios da cidade, pois a ALL nada está fazendo de irregular. E, se a cidade tem problemas, é porque (somente “para variar”) cresceu sem prever o problema que os trilhos poderiam causar. Não é novidade — diversas cidades reclamam da mesma coisa e na maioria das vezes, no meu modo de ver, sem razão alguma.
A pelo menos 3 mil quilômetros dali, no Nordeste, notícias dizem que o presidente Lula está furioso com as obras da Transnordestina, que não acabam nunca —aliás, mal começaram e deveriam tê-lo feito em 2008 (ou antes). O presidente precisa começar a fiscalizar certas obras, principalmente as que ele considera uma prioridade, bem mais de perto, pois parece que as pessoas que para ele trabalham e deveriam estar vendo isso não estão fazendo direito o serviço. Eu me lembro do famigerado Paulo Maluf neste caso. Maluf pode ter todos os defeitos do mundo, já falaram que ele fez muita coisa errada, mas ele também é conhecido por outra: ele fiscalizava as obras que encomendava com mão de ferro. Era o primeiro a estar no canteiro de obras, às 7 da manhã, para ver como as coisas andavam, nas obras de viadutos, avenidas e prédios — e ai do chefe que não estivesse fazendo as coisas no tempo e da forma que ele, Maluf, esperava.
Pelo jeito, o presidente vai ter de atuar como um “gerentão” para tentar avançar o máximo possível com as obras na ferrovia Transnordestina, pois, do contrário, vai deixar o governo no final do ano sem ver nada — ele já reconhece que a linha não estará pronta neste ano.
Estas são as agruras das ferrovias no Brasil. Mesmo sendo consideradas uma prioridade, uma urgência para ficar prontas, tem gente que não acha isso e continua agindo como no tempo das vacas magras. Tem gente querendo arrancar trilhos até com ela funcionando, e tem gente que não quer pô-los mesmo tendo verba para isto. O primeiro tem como motivo a implicância. O segundo precisa ser averiguado.
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