Alguns fatos caem nas “brumas do tempo” e somente são “reencontrados” depois por acaso. Alguns são, acharão muitos, irrelevantes. Pode ser, mas para mim são sempre interessantes. Olhando mapas e notícias antigas encontram-se coisas que eu, pelo menos, não sabia, e que hoje, certamente, muita gente não sabe – e provavelmente não se importa.
Bem, para os curiosos de plantão, nos últimos dias, por diversos meios e motivos, eu soube que: Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, se chamava Villa Platina no início do século 20. Na mesma época, o bairro do Botequim era o nome do atual bairro da Previdência, ao longo da avenida Francisco Morato, em São Paulo. Esta, por sua vez, teve uma série de nomes – vários diferentes são achados em um mapa de 1913 – e um deles foi a Estrada do Botequim. O local onde fica a praça da Paineira, ali no início da mesma avenida, hoje, final da Eusébio Matoso (aliás, Paineira que já foi retirada há 35 anos dali) era um local chamado Barreira.
Ainda por ali: a atual avenida dos Três Poderes era uma estrada para Cotia. A Estrada de Itu, ou de Osasco, ela tinha diversos nomes, era a Corifeu de Azevedo Marques. E o seu primeiro trecho, exatamente entre a Vital Brasil e a rua Santanésia, não ficava onde fica hoje (um retão). Ficava à direita, cheia de curvas, não muito longe: fui verificar, e esse trecho ainda existe quase inteiro: no mapa de hoje, chama-se “Avenida Osasco”, mas, na prática, somente pode ser alcançada depois de passar a portaria do Instituto Butantan e é uma rua sem movimento algum e péssimo asfalto. Placas com o nome, nem pensar.
Houve pelo menos mais uma retificação feita na antiga Estrada de Itu, e esta fica já logo depois que a Corifeu cruza a divisa do município de Osasco e passa a se chamar avenida dos Autonomistas: é a rua Deputado Emílio Carlos o trecho antigo e original da estrada. Quem conhece esta rua sabe de onde falo. Andei de carro nessa rua e não consigo imaginar por que a estrada mudou seu curso ali. Essas mudanças na Estrada de Itu ocorreram provavelmente em 1922, quando a estrada foi alargada e, depois de Barueri, passou a correr por Parnaíba, Pirapora e Cabreúva e não mais pela esquerda da linha da Sorocabana até Jandira, onde a cruzava e seguia para Itu via Cururuquara e Araçariguama. O fato é que em 1930 o traçado já era como o é hoje e em 1913 não.
Outras “descobertas” levaram-me a saber que a “Chácara da Vila Mariana”, que ficava atrás da casa de meu avô, nas nascentes do córrego do Sapateiro, chamava-se na verdade “Chácara Conceição", vizinha da "Chácara Flora”. Nada a ver com a atual Chácara Flora, o primeiro dos loteamentos fechados de São Paulo e que fica próxima ao centro do hoje bairro de Santo Amaro.
Há alguns mistérios. Uma fotografia de uma revista nos anos 1920, que mostra “um trem da Rede Sul-Mineira acidentado junto à estação de Monte Alegre, em Minas Gerais”. Tento há anos saber que estação é essa. Jamais consegui nada. Também vi em algum texto do final do século 19 o nome Sapucaí nomeando a cidade de Batatais. Procurei em várias fontes saber se por algum tempo a cidade havia se chamado Sapucaí (afinal, ela fica próxima ao rio Sapucaí-Mirim, a nordeste do Estado de São Paulo). Nunca encontrei nada. Mas, sem dúvida, no texto, ele falava de Batatais, que, aliás, é um nome antigo, já existia desde o início do século 19, pelo menos.
E por aí vai. Fatos como estes muitas vezes dificultam bastante a pesquisa histórica. É muito difícil saber todas estas mudanças, que às vezes eram feitas de modo oficial e às vezes apenas pelo uso da população. Já houve artigos por aqui onde eu critiquei essa constante troca de nomes nas cidades e logradouros brasileiros, perdendo-se as tradições.
Bem, para os curiosos de plantão, nos últimos dias, por diversos meios e motivos, eu soube que: Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, se chamava Villa Platina no início do século 20. Na mesma época, o bairro do Botequim era o nome do atual bairro da Previdência, ao longo da avenida Francisco Morato, em São Paulo. Esta, por sua vez, teve uma série de nomes – vários diferentes são achados em um mapa de 1913 – e um deles foi a Estrada do Botequim. O local onde fica a praça da Paineira, ali no início da mesma avenida, hoje, final da Eusébio Matoso (aliás, Paineira que já foi retirada há 35 anos dali) era um local chamado Barreira.
Ainda por ali: a atual avenida dos Três Poderes era uma estrada para Cotia. A Estrada de Itu, ou de Osasco, ela tinha diversos nomes, era a Corifeu de Azevedo Marques. E o seu primeiro trecho, exatamente entre a Vital Brasil e a rua Santanésia, não ficava onde fica hoje (um retão). Ficava à direita, cheia de curvas, não muito longe: fui verificar, e esse trecho ainda existe quase inteiro: no mapa de hoje, chama-se “Avenida Osasco”, mas, na prática, somente pode ser alcançada depois de passar a portaria do Instituto Butantan e é uma rua sem movimento algum e péssimo asfalto. Placas com o nome, nem pensar.
Houve pelo menos mais uma retificação feita na antiga Estrada de Itu, e esta fica já logo depois que a Corifeu cruza a divisa do município de Osasco e passa a se chamar avenida dos Autonomistas: é a rua Deputado Emílio Carlos o trecho antigo e original da estrada. Quem conhece esta rua sabe de onde falo. Andei de carro nessa rua e não consigo imaginar por que a estrada mudou seu curso ali. Essas mudanças na Estrada de Itu ocorreram provavelmente em 1922, quando a estrada foi alargada e, depois de Barueri, passou a correr por Parnaíba, Pirapora e Cabreúva e não mais pela esquerda da linha da Sorocabana até Jandira, onde a cruzava e seguia para Itu via Cururuquara e Araçariguama. O fato é que em 1930 o traçado já era como o é hoje e em 1913 não.
Outras “descobertas” levaram-me a saber que a “Chácara da Vila Mariana”, que ficava atrás da casa de meu avô, nas nascentes do córrego do Sapateiro, chamava-se na verdade “Chácara Conceição", vizinha da "Chácara Flora”. Nada a ver com a atual Chácara Flora, o primeiro dos loteamentos fechados de São Paulo e que fica próxima ao centro do hoje bairro de Santo Amaro.
Há alguns mistérios. Uma fotografia de uma revista nos anos 1920, que mostra “um trem da Rede Sul-Mineira acidentado junto à estação de Monte Alegre, em Minas Gerais”. Tento há anos saber que estação é essa. Jamais consegui nada. Também vi em algum texto do final do século 19 o nome Sapucaí nomeando a cidade de Batatais. Procurei em várias fontes saber se por algum tempo a cidade havia se chamado Sapucaí (afinal, ela fica próxima ao rio Sapucaí-Mirim, a nordeste do Estado de São Paulo). Nunca encontrei nada. Mas, sem dúvida, no texto, ele falava de Batatais, que, aliás, é um nome antigo, já existia desde o início do século 19, pelo menos.
E por aí vai. Fatos como estes muitas vezes dificultam bastante a pesquisa histórica. É muito difícil saber todas estas mudanças, que às vezes eram feitas de modo oficial e às vezes apenas pelo uso da população. Já houve artigos por aqui onde eu critiquei essa constante troca de nomes nas cidades e logradouros brasileiros, perdendo-se as tradições.
ola Ralph, gostaria de saber um pouco mais sobre a estrada de rodagem em Osasco, depois que ela seguia pea Deputado Emilio Carlos, ela retornava na atual av Autonomistas cruzando o corrego bussocaba?Ela chegava a cruzar toda aquela regiao da Rua antonio agu e Av joão Batista?obrigado
ResponderExcluirSim,Carlos, ela seguia o trajeto atual até o centro de Carapicuiba. Ali ela desviava (pela atual Rui Barbosa) mas voltava ao leito atual na divisa com Barueri.
ResponderExcluirHummm, descobri aonde que existe filme da decada de 20 com a ampliação das estradas, mas ainda não fui ver.Mas pretendo achar fotos de casas na região de osasco nessa estrada em torno do ano de 1900, vou tentar jornais e revistas da época, mas vou precisar de muita sorte pois maquina fotografica na época era dificil.mas pelo menos comentarios descritos em jornal quero ver se encontro.obrigado
ResponderExcluirO mapa da Sara Brasil, de 1930, que mostrava todas as edificações do município de São Paulo, mostra pouquíssimas edificações no trecho da estrada entre o Jaguaré e Quitaúna (lembre-se que Osasco pertencia à capital). Só havia algumas na esq. com a Primitiva Vianco, a casa do aviador (ainda hoje lá), algumas no km 18 e outras em Quitauna do mesmo lado do quartesl. E mais nada.
ResponderExcluirPoxa, muito obrigado por essa dica que não conhecia. Vi comentarios na Revista A Cigarra de fotos da estrada de rodagem mas não essa e sim de Santo amaro e Santos e Rio de Janeiro.Essa de Osasco até então nao conhecia nada se não fosse por seu Blog.abraços
ResponderExcluirVi no site da Cinemateca em Sao Paulo que possuem filme da estrada de rodagem, talves tenham fotos tbem do local tbem.Qdo for à Sampa pretendo dar uma passada por lá.
ResponderExcluirRalph, aonde posso achar esse mapa Sara Brasil que tem trechos da estrada de rodagem de Osasco? Aqui em Sorocaba é dificil encontrar algo.Obrigado
ResponderExcluirgostaria de pesquisar mais antigas estradas
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