No final dos anos 1860, quando a Estrada de Ferro Dom Pedro II já havia subido a serra com seus trilhos e já acompanhava o rio Paraíba do Sul junto à fronteira do Rio de Janeiro com Minas Gerais, a direção se decidiu por construir um ramal, também em bitola larga (1,60 m) para, saindo da estação de Entre Rios (a atual Três Rios), chegasse a uma localidade denominada Porto Novo do Cunha. Ali era um excelente ponto para se receber cargas pelo rio, posto que ele era navegável até aquele ponto e, por outro lado, em Entre Rios a ferrovia deveria seguir para o norte, cruzando definitivamente a fronteira mineira e seguindo em demanda de Juiz de Fora.
O ramal foi construído e ficou pronto em 1871, tendo sido inaugurado no mês de agosto com a sua chegada àquela localidade. (Por que Porto Novo do Cunha? Bom, não sei realmente quem foi o Cunha, não sei mesmo se ele foi uma pessoa, mas o fato é que existia também o Porto Velho do Cunha, a jusante do novo).
Parte do ramal, no entanto, foi entregue antes, até a localidade de Chiador, já em Minas e também às margens (norte) do rio Paraíba. Ali se construiu uma estação que lembra outras do mesmo ramal no estilo arquitetônico, como a de Simplício, de Sapucaia e de Porto Novo, por exemplo, Lembra também a enorme estação de Cachoeira Paulista, aberta no atual ramal de São Paulo pela mesma ferrovia, mas em 1876, portanto sete anos depois.
Por isso, Chiador ficou com a fama e a glória de ter sido a primeira estação ferroviária da Província de Minas Gerais, já que, até aquele ponto, não havia ferrovia nenhuma no atual Estado mineiro. Curiosamente, depois de Chiador, a ferrovia cruzava o rio novamente, voltava (na verdade, podemos pôr estes verbos no presente, pois a ferrovia ali ainda existe e funciona) passava pelas cidades de Anta e de Sapucaia no lado fluminense, para depois voltar a cruzar o rio entrando em Minas novamente.
Em 1869, poucas Províncias tinham estradas de ferro em funcionamento: Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e São Paulo - apenas estas quatro ouviam o apito do trem. Minas era a que tinha menos quilômetros de trilhos, os do ramal de Porto Novo do Cunha.
A ferrovia cresceu no Brasil e chegou a diversos – não todos – os Estados da Federação. Sem um planejamento decente, porém, o Norte e o Sul somente se ligaram em 1950, e de uma forma bastante precária, pelos Estados de Minas e da Bahia. A Dom Pedro II virou Central do Brasil em 1890, com a queda da monarquia; já o ramal em 1913 teve a bitola reduzida para métrica e Chiador continuava lá, firme. Um prédio muito bonito, como costumeiramente se fazia, especialmente em se tratando da Pedro II/Central. E por causa do mau planejamento na construção e diversos outros fatores, a ferrovia foi sendo relegada a segundo plano até que, com imensos prejuízos, os trens de passageiros, que rodavam por mais de 37 mil quilômetros de trilhos em 1960, no seu pico, foram sendo desativados. A quilometragem máxima já fora atingida no período de decadência. Em 1984, já eram apenas 10 mil quilômetros. Hoje, mal passam de 2 mil, incluídos os trens metropolitanos. A quilometragem de trilhos, que chegou a esses 37 mil em 1960 (todas as linhas tinham trens de passageiros), hoje não passa de 28 mil.
As estações ferroviárias, outrora fervilhantes de gente, principalmente as das cidades – mesmo das pequenas, como Chiador – foram sendo abandonadas, sem uso. Em Chiador, o último trem de passageiros passou na primeira metade dos anos 1980. Depois disso, o abandono total para um prédio muito grande e sem serventia. Chegou às ruínas, assim como inúmeras outras estações dentro das quase 5 mil que existem ou existiram pelas linhas do País.
Chiador não teve a mesma sorte que muitas tiveram: de renascer das cinzas, de ser recuperada, restaurada e usada para outras necessidades. Já se anunciou pelo menos em duas oportunidades – provavelmente foram mais – sua recuperação. Não passou das intenções. Agora, nestes dias, anuncia-se pela terceira vez. Será que “desta vez vamos”?
O ramal foi construído e ficou pronto em 1871, tendo sido inaugurado no mês de agosto com a sua chegada àquela localidade. (Por que Porto Novo do Cunha? Bom, não sei realmente quem foi o Cunha, não sei mesmo se ele foi uma pessoa, mas o fato é que existia também o Porto Velho do Cunha, a jusante do novo).
Parte do ramal, no entanto, foi entregue antes, até a localidade de Chiador, já em Minas e também às margens (norte) do rio Paraíba. Ali se construiu uma estação que lembra outras do mesmo ramal no estilo arquitetônico, como a de Simplício, de Sapucaia e de Porto Novo, por exemplo, Lembra também a enorme estação de Cachoeira Paulista, aberta no atual ramal de São Paulo pela mesma ferrovia, mas em 1876, portanto sete anos depois.
Por isso, Chiador ficou com a fama e a glória de ter sido a primeira estação ferroviária da Província de Minas Gerais, já que, até aquele ponto, não havia ferrovia nenhuma no atual Estado mineiro. Curiosamente, depois de Chiador, a ferrovia cruzava o rio novamente, voltava (na verdade, podemos pôr estes verbos no presente, pois a ferrovia ali ainda existe e funciona) passava pelas cidades de Anta e de Sapucaia no lado fluminense, para depois voltar a cruzar o rio entrando em Minas novamente.
Em 1869, poucas Províncias tinham estradas de ferro em funcionamento: Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e São Paulo - apenas estas quatro ouviam o apito do trem. Minas era a que tinha menos quilômetros de trilhos, os do ramal de Porto Novo do Cunha.
A ferrovia cresceu no Brasil e chegou a diversos – não todos – os Estados da Federação. Sem um planejamento decente, porém, o Norte e o Sul somente se ligaram em 1950, e de uma forma bastante precária, pelos Estados de Minas e da Bahia. A Dom Pedro II virou Central do Brasil em 1890, com a queda da monarquia; já o ramal em 1913 teve a bitola reduzida para métrica e Chiador continuava lá, firme. Um prédio muito bonito, como costumeiramente se fazia, especialmente em se tratando da Pedro II/Central. E por causa do mau planejamento na construção e diversos outros fatores, a ferrovia foi sendo relegada a segundo plano até que, com imensos prejuízos, os trens de passageiros, que rodavam por mais de 37 mil quilômetros de trilhos em 1960, no seu pico, foram sendo desativados. A quilometragem máxima já fora atingida no período de decadência. Em 1984, já eram apenas 10 mil quilômetros. Hoje, mal passam de 2 mil, incluídos os trens metropolitanos. A quilometragem de trilhos, que chegou a esses 37 mil em 1960 (todas as linhas tinham trens de passageiros), hoje não passa de 28 mil.
As estações ferroviárias, outrora fervilhantes de gente, principalmente as das cidades – mesmo das pequenas, como Chiador – foram sendo abandonadas, sem uso. Em Chiador, o último trem de passageiros passou na primeira metade dos anos 1980. Depois disso, o abandono total para um prédio muito grande e sem serventia. Chegou às ruínas, assim como inúmeras outras estações dentro das quase 5 mil que existem ou existiram pelas linhas do País.
Chiador não teve a mesma sorte que muitas tiveram: de renascer das cinzas, de ser recuperada, restaurada e usada para outras necessidades. Já se anunciou pelo menos em duas oportunidades – provavelmente foram mais – sua recuperação. Não passou das intenções. Agora, nestes dias, anuncia-se pela terceira vez. Será que “desta vez vamos”?
O Cunha era o Governador da Província das Minas Gerais.
ResponderExcluirO Porto Novo do Cunha é onde fica Além Paraíba e o Porto Velho do Cunha é uma localidade no município de Carmo, RJ.
A estrada que nos leva a estação e a cidade é pura poeira. E quando passei por lá, vi o abandono a qual ela foi condenada. A primeira estação da província deste jeito...só no Brasil.
Outro dia passou uma reportagem na afiliada da Globo aqui da região sobre a estação.
ResponderExcluirNela foi anunciada a intenção da prefeitura em restaurar o prédio e anexos, obra avaliada em R$50 milhões de reais
50 milhões? Cruzes, tem superfaturamento nisso...
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