Bom, todos os paulistanos souberam e/ou viram ou, pior ainda, e/ou sentiram o que aconteceu na cidade ontem. “Paulistanos”. No caso, pode se estender aos habitantes das 39 cidades em volta do município que formam a área metropolitana de São Paulo ou mesmo se estende ainda mais.
A cidade ficou debaixo d’água, com já ficou várias vezes. Desta vez atingiu mais a zone oeste e sul do que a zona leste, que vinha sido escolhida pela Natureza nas últimas enchentes. Os prejuízos particulares e públicos, além dos empresariais (CEASA) foram imensos. Estes (os valores do prejuízo) podem até ter sido exagerados, mas o fato é que são difíceis de se calcular, e, mais ainda, existem os prejuízos indiretos, que envolvem a dificuldade de se chegar ou sair do trabalho, paralisação de transportes etc.
Fora isto, morreram pelo menos oito pessoas, pelo que se lê nos jornais. Aqui, o valor é incalculável.
Está mais do que claro que cidades com o tamanho de São Paulo não podem mais existir da forma que está. Ainda mais como aqui, sendo uma cidade que teve um crescimento totalmente desordenado sem nenhum planejamento. Quando se começou a fazê-los (vide zoneamento, no início dos anos 1970), não foram seguidos à risca e, em alguns casos, desviaram-se totalmente dos objetivos, sempre para o lado do interesse financeiro e prejudicial ao ambiente.
As enchentes em São Paulo sempre existiram. Só que, até o início do século 20, alagavam áreas onde pouca gente vivia. Com o crescimento da cidade, as áreas alagadiças foram sendo locais de construções, legais ou ilegais. E as prefeituras jamais se importaram com isso.
É preciso urgentemente se proibir novas construções em São Paulo. Passar a permitir somente reformas dos prédios, grandes ou pequenos, transformar galpões velhos em habitáveis ou comerciais — enfim, não aumentar mais a área construída. Da mesma forma, transformar todas as áreas cimentadas em áreas gramadas ou mesmo com terra aparente.
Loucura? Sonho? Utopia? Talvez, mas fisicamente impossível. Ou as catástrofes seguirão aumentando em número e em tamanho, pessoas continuarão morrendo, prejuízos tornar-se-ão cada vez mais altos em valor.
Que se combatam os interesses em contrário. Que as empresas construtoras que hoje constroem prédios e mais prédios, aumentando a concentração de gente e dificultando a infraestrutura, passem a ser empresas que reformam o que está abandonado — sem aumentar a área construída. E, claro, arrumem o que precisa ser arrumado na cidade, como as bombas dos piscinões e túneis, que precisam de manutenção mensal, não sei se vocês sabem. “Ah, mas esse Ralph é um louco! Internem-no num hospício.” Sim, façam isso. Mas, por favor, procurem um hospício que não alague.
E continuem esperando pelas próximas catástrofes. Elas virão cada vez mais vezes e em intervalos mais curtos. E o prefeito continuará dizendo que a culpa é das administrações anteriores e que ele está fazendo obras para impedir que isto não mais ocorra. E vocês continuarão acreditando em Papai Noel.
A cidade ficou debaixo d’água, com já ficou várias vezes. Desta vez atingiu mais a zone oeste e sul do que a zona leste, que vinha sido escolhida pela Natureza nas últimas enchentes. Os prejuízos particulares e públicos, além dos empresariais (CEASA) foram imensos. Estes (os valores do prejuízo) podem até ter sido exagerados, mas o fato é que são difíceis de se calcular, e, mais ainda, existem os prejuízos indiretos, que envolvem a dificuldade de se chegar ou sair do trabalho, paralisação de transportes etc.
Fora isto, morreram pelo menos oito pessoas, pelo que se lê nos jornais. Aqui, o valor é incalculável.
Está mais do que claro que cidades com o tamanho de São Paulo não podem mais existir da forma que está. Ainda mais como aqui, sendo uma cidade que teve um crescimento totalmente desordenado sem nenhum planejamento. Quando se começou a fazê-los (vide zoneamento, no início dos anos 1970), não foram seguidos à risca e, em alguns casos, desviaram-se totalmente dos objetivos, sempre para o lado do interesse financeiro e prejudicial ao ambiente.
As enchentes em São Paulo sempre existiram. Só que, até o início do século 20, alagavam áreas onde pouca gente vivia. Com o crescimento da cidade, as áreas alagadiças foram sendo locais de construções, legais ou ilegais. E as prefeituras jamais se importaram com isso.
É preciso urgentemente se proibir novas construções em São Paulo. Passar a permitir somente reformas dos prédios, grandes ou pequenos, transformar galpões velhos em habitáveis ou comerciais — enfim, não aumentar mais a área construída. Da mesma forma, transformar todas as áreas cimentadas em áreas gramadas ou mesmo com terra aparente.
Loucura? Sonho? Utopia? Talvez, mas fisicamente impossível. Ou as catástrofes seguirão aumentando em número e em tamanho, pessoas continuarão morrendo, prejuízos tornar-se-ão cada vez mais altos em valor.
Que se combatam os interesses em contrário. Que as empresas construtoras que hoje constroem prédios e mais prédios, aumentando a concentração de gente e dificultando a infraestrutura, passem a ser empresas que reformam o que está abandonado — sem aumentar a área construída. E, claro, arrumem o que precisa ser arrumado na cidade, como as bombas dos piscinões e túneis, que precisam de manutenção mensal, não sei se vocês sabem. “Ah, mas esse Ralph é um louco! Internem-no num hospício.” Sim, façam isso. Mas, por favor, procurem um hospício que não alague.
E continuem esperando pelas próximas catástrofes. Elas virão cada vez mais vezes e em intervalos mais curtos. E o prefeito continuará dizendo que a culpa é das administrações anteriores e que ele está fazendo obras para impedir que isto não mais ocorra. E vocês continuarão acreditando em Papai Noel.
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