terça-feira, 22 de setembro de 2009

SÃO ESSAS PESSOAS QUE NOS GOVERNAM

Que o Governo do Estado e muitas prefeituras não estejam se importando com a poluição do rio Tietê, eu até acredito, pois nada é feito de peso e coordenado para resolver a situação. Agora, que tenha gente que tome atitudes estúpidas, já é demais.

É curioso que um rio que até sessenta anos atrás ainda fosse passível de ter competições de natação e canoagem esteja hoje em dia na situação em que está na Grande São Paulo. Primeiro quero deixar claro que não sou nenhum especialista em poluição de rios e nem posso dizer que li bastante sobre o que é ou não é feito para resolver de vez esse absurdo que é a alta poluição. Mas também não sou burro.

Para começar, desde o tempo de Mário Covas como governador não ouço falar em grandes obras que pudessem encaminhar a situação para um desfecho feliz. Sei que Covas trabalhou bastante nesse sentido, com a construção de estações de tratamento etc., como a de Barueri, por exemplo. E olhe que jamais fui e continuo não sendo um admirador desse governador. Aqui, no entanto, ele trabalhou bem, principalmente porque seus sucessores pouco fizeram para dar continuidade ao trabalho.

Moro em Santana de Parnaíba, bairro Alphaville, a 500 metros do rio Tietê. Há um desnível entre onde moro e o leito do rio — e, no caso, o leito antigo, que existiu até antes da retificação dos anos 1970. A curva que ele fazia ali foi fechada quando se fez o atalho para unir suas extremidades e separada do leito atual do rio, foi tratada e hoje faz parte do Parque Ecológico. As águas são limpas, ou pelo menos infinitamente mais limpas do que as do rio em si.

Em Parnaíba, os prefeitos e vereadores muito falam do tratamento do rio — o mau cheiro existe e às vezes chega ao limite do suportável —, mas nada fazem. Aliás, pouquíssimo podem fazer, a não ser tratar o esgoto da cidade, coisa que não é feita. O resto depende dos municípios a montante — pela ordem, Barueri, Carapicuíba, Osasco, São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba e dali para trás até a nascente: enquanto a água que passa por eles não for tratada, pouco ajuda se a limpar por aqui. Talvez até por isso poucos façam algo de útil, como, por exemplo, tentar limpar a enorme quantidade de detritos que são atirados ao rio, como garrafas plásticas, por exemplo.

O absurdo de toda a história é o que ontem ouvi na Rádio Eldorado, em uma entrevista com um especialista: a cidade de Guarulhos ganhou uma “moratória” de alguém (Governo do Estado?) e não precisará fazer nada pelos próximos trinta anos. Só ela. Isto significa que tudo o que for feito nos municípios a jusante dela vai ser (bastante) prejudicado.

Não é mentira. É verdade. E dane-se a saúde do povo. Danem-se os peixes que não existem mais, o mau cheiro, a espuma, as garrafas de plástico que boiam até se acumular nas margens. É por isso que reafirmo o que falei acima: os governos em geral pouco se importam com o rio Tietê. Se se importassem, agiriam de forma bem diferente.

3 comentários:

  1. Ué, Sr. Raalph, o que qeremos nós, se elegemos governos e gente que aplaude a descoberta das jazidas de petróleo do pre´-sal? Está coprovado que a destruição do planeta está diretamente associada ao uso de combustíveis fósseis, e ainda acharam mais, no Brasil, para acabar com tudo de vez. Lógico, o Brasil vai ficar mais rico economicamente, mas ambientalmente, melhor seria deixar aquela podridão no fundo do mar. Deveríamos pensar de maneira série, e não amadora - nesse século XXI, em energias alternativas - eólica e principalmente solar - e não ficar "desincavoucando" essa coisa preta. Sim: a era do vapor se foi, veio a era do óleo, e agora esta dev ir embora também. E, por que não, revitalizar o vapor, a partir de tecnologia mais moderna. Há dias um experimento bateu novo recorde de velociodade com um veículo a vapor, aquecido, veja só, com eletricidade.

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  2. Não acho que no Brasil existiria um presidente de qualquer partido que fosse que não faria festas para o pre-sal. Quanto às energias eólica e solar, eu realmente não entendo como não se investe mais nesse tipo de energia, não só no Brasil como em qualquer outro país (com rarissimas exceções). Nesse ripo de coisa, as atidudes do Brasil são iguais às de qualquer outro país.

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  3. Ralph, deveria ter incluído nessa lista de municípios os de Taboão da Serra, Cotia, Diadema, Santo André, Mauá, entre outros, pois, apesar do Tietê não atravessar esses municípios, há os afluentes, como o Pinheiros, o Tamanduateí e o Aricanduva, alem dos inúmeros córregos que desaguam nesses rios.

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