Do “Estado de S. Paulo” de 10/9/2009, dois dias após a enchente do dia 8 em São Paulo:
MP quer suspensão de obra na Marginal (politicagem) e Serra culpa natureza por estragos (o óbvio, desde que não houvesse culpa humana histórica de diversos lados).
SP está preparada para enchentes, afirma Kassab (acho que ele mora em outra cidade).
Prefeito volta a culpar gestão petista (de Marta, mas e os outros prefeitos antes dela?).
Prefeito acaba enfrentando fúria de moradora (de Itaquera, que jogou toda a culpa no atual prefeito). Ela está certa somente em parte.
O prefeito negou que o corte de 20% no orçamento da varrição e coleta de lixo contribuiu com alagamentos (obviamente contribuiu) e prometeu punir as cinco empresas responsáveis pelo serviço com o rompimento do contrato (alguém acredita?).
Ceagesp perde R$ 220 mil e planeja reforma (só agora? Não é a primeira vez que ele inunda).
Garis ameaçam paralisar varrição das ruas de São Paulo na próxima semana (mais gente atrapalhando em vez de ajudar num momento difícil).
Marginais amanheceram cheias de lixo.
Até os cones quebrados do CET ficaram à margem da pista.
“A boca de lobo entupiu. É que faz uma semana que a Prefeitura não recolhe o lixo aqui” (de uma moradora dos Campos Elíseos).
“Os carroceiros recolhem entulho e material de construção dos apartamentos de Higienópolis e descarregam em qualquer lugar nas ruas daqui e embaixo do Minhocão” (de outro morador dos Campos Elíseos).
Do mesmo morador: “Antes, o caminhão de lixo passava todo dia. Agora não. Ele passa uma vez por semana. Quando chove, a água arrasta tudo isso”.
Do dia anterior (9 de setembro): Em Osasco, uma pessoa morre e 3 estão desaparecidas (no deslizamento de terra que houve ali. As pessoas se negam a mudar dali).
Conclusão: as inundações, enchentes e alagamentos vão continuar por muito tempo. Foto acima: O Estado de S. Paulo, 9/9/2009, por Antonio Milena: Ponte da Anhanguera sobre a Marginal do Tietê.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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Destruímos a natureza, e roubar o espaço de um rio, com nossas construções, é a coisa menos ruim que fizemos, em relação ao meio ambiente. Não adianta esperarmos pela classe política, eles são políticos, a função dos políticos é mentir, e com isso desvirtuam o nobre e real conceito de política dos gregos. Assim, resta-nos a educação, e o bom senso, e o bom senso de nossa sobrevivência, e o respeito pela natureza. Menos sacolas de supermercado, menos garrafas pet, menos embalagens, menos consumismo, menos emporcalhamento das cidades. Acho que isso deve ajudar um pouco. Há alguns anos adquiri, por herança, um relógio "eight", marca Ansonia, de uma tia, fabricado em 1897. Porque um coisa dessa foi feita para durar 150 anos ou mai, e as coisas de hoje foram feitas para ser substituidas em meses?
ResponderExcluirCulpa da chuva
ResponderExcluirCusto a entender como o paulistano suporta diariamente esse indescritível colapso dos transportes urbanos e continua elegendo a mesma casta política para administrar o Estado. Ninguém jamais será responsabilizado pelo cenário apocalíptico das enchentes e dos congestionamentos monstruosos? O eleitor entregou-se a tamanha catatonia que simplesmente acredita na culpa do temporal, do feriado, do “grande fluxo de veículos”?
São décadas de continuidade administrativa ininterrupta, com uma fortuna já incalculável pretensamente gasta em investimentos, obras faraônicas e propaganda. A malha metroviária continua ridícula e os rios infectos, transbordando sob qualquer chuvisco passageiro (não, isso não acontece apenas com precipitações intensas). E o máximo que o cidadão consegue fazer é dar de ombros e concordar que vida nas cidades piorou muito nos últimos tempos...
Claro, essa passividade tem a colaboração militante da imprensa paulista. Um governo petista seria trucidado pelo espetáculo ignóbil destes dias chuvosos (e não mencionei segurança, educação, saúde). Mas, como a reeleição de Lula provou, a mídia não fabrica eleições sozinha. É impossível assistir ao martírio da população da capital sem constatar um sutil lampejo de merecimento.
Pode ser, Guilherme, mas governante algum paulistano ou paulista, de vários partidos, conseguiu ou sequer tentou dar um jeito nesses problemas. Começou pelos mais antigos, que deixaram a cidade se espraiar por zonas alagadiças e não educaram o povo o suficiente para não jogar lixo em qualquer lugar. Os seus sucessores agiram da mesma forma até hoje. Acho que a única solução que deu certo nos cem anos que se passaram foram os piscinões. Mesmo assim, o que existe é sempre insuficiente pois a impermeabilização e assoreamentos só aumentam. Ralph
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