sábado, 5 de setembro de 2009

MÁXIMO DE MOURA SANTOS

Este senhor, um professor, foi um grande amigo de meu avô Sud. É impressionante o volume de cartas e bilhetes que ele escreveu ao meu avô no período mais ou menos de 1928 ao final dos anos 1930. É verdade também que eles foram sócios numa escola particular (o Ginásio Moura Santos) no final dos anos 1920, e que com a crise de 1929 entrou em crise também.

Nesta escola, eram três sócios: ele, Sud e Maneco (Manoel da Silva Oliveira), este cunhado de Sud e o irmão mais velho de minha avó Maria. Curioso – Máximo não se dava com Maneco (não consegui descobrir por quê), mas este se mantinha na sociedade por causa de Sud. E, na crise, quem “segurou o rojão” foi exatamente Maneco, dando inclusive a cara para bater – o que levou a um bilhete de Máximo se desculpando com Sud por ter sido sempre intolerante com Maneco.

A escola acabou sobrevivendo e se tornou, através de algumas modificações societárias e objetivos, de uma forma ou de outra, transformando-se, por volta de 1931, no Colégio Moura Santos, nome pouco depois alterado para Ginásio Paulistano. Sud voltou a ser sócio de Máximo alguns meses depois da fundação do colégio. Foi vendido para outro dono por volta de 1934. Chegou a ser considerada uma das melhores escolas de São Paulo.

Eu não conheci Máximo, embora ele tenha sobrevivido a meu avô e vivido até bem depois de meu nascimento, creio que até os anos 1970, mas lembro-me, antes de saber de suas aventuras com meu avô, de ter utilizado livros didáticos de sua autoria na escola.

Máximo era extremamente fiel à amizade que tinha com Sud. Dá para se notar isso nas cartas escritas por ele. Mesmo após a saída de Sud, que vendeu sua participação na escola no final de 1929 para os outros dois sócios, a amizade não se rompeu. No episódio da Revolução de 1932, quando meu avô teve de se esconder no Embu (no sítio de Maneco) por quase três meses por ter sido acusado de traidor dos ideais da Revolução (e ele não era), Máximo foi o mensageiro das notícias da família com Sud. Minha avó Maria ficou isolada com as filhas Lélia e Mévia na casa da Vila Mariana, enquanto os filhos mais velhos – minha mãe inclusive – foram mandados para São Simão na casa da tia Angélica. Máximo também mantinha Sud informado das notícias da revolta e das mentiras publicadas sobre meu avô (como a que ele havia sido capturado no Mato Grosso, onde jamais esteve).

Em 1929, a escola mudou-se para a rua Domingos de Moraes, onde Sud também passou a morar com a família enquanto a casa da rua Capitão Cavalcanti estava sendo terminada. Nessa casa (vista acima, em foto de 1929), nasceu a terceira filha do casal, Lélia (1929-2002). A casa ficava, segundo lembra minha mãe, no lado par da rua, não muito longe da rua Capitão Cavalcanti, provavelmente (minha mãe não tem certeza) entre as ruas Araxans (hoje Sud Mennucci) e França Pinto. O número da casa era 148, mas, com a mudança da numeração para métrica, em fins dos anos 1930, esse número hoje pouco quer dizer em termos de localização. Já foi infelizmente demolida.

Um comentário:

  1. Ver no blog www.botucatuecultura.blogspot.com Maximo de Moura Santos, PROGRAMA ESCOLAR CIÊNCIAS 4° ANO LIVRARIA FRANCISCO ALVES DE FEVEREIRO DE 1950

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