domingo, 15 de novembro de 2009

A HISTÓRIA DA SUA CIDADE

Crianças na escola em Cerqueira César, SP, em 1914. A cidade se chamava Três Ranchos em 1890. Quem escreveu sua história? (Foto do Album Ilustrado, 12.05.1914)

Quem tem interesse em saber a história das cidades brasileiras tem uma enorme dificuldade. É claro que existem exceções, mas a regra é: nem tente achar nas livrarias. São poucas as cidades que têm em suas livrarias algum livro sobre a história da cidade. Em muitos casos eles até foram escritos, mas também em muitos casos já se esgotaram e não houve reedição.

Tente a Internet. Ache pouquíssimos textos, difíceis de ser localizados. Para um sujeito como eu, que as vive procurando (especialmente, mas não necessariamente, se for alguma cidade que tem ou um dia teve ferrovia), é frustrante. Às vezes acho, mas o texto tem poucas linhas e não esclarece coisa alguma.

Para saber a história de muitas cidades, é necessário pesquisar em diversos livros, alguns esgotados e que são achados por acaso. Ou na Internet, a mesma coisa. A Wikipédia tem histórias em algumas cidades, em outras não – digamos, na maioria. Não é culpa dela, é que ninguém se interessa em escrever, mesmo.

São Paulo tem hoje diversos livros de sua história por causa dos seus 450 anos comemorados em 2004. Belo Horizonte pelos seus cem anos em 1997, mas neste caso a maioria é achada hoje em sebos apenas. Campinas não tem um livro recente de história da cidade (não estou falando de assuntos específicos, onde há alguns, também difíceis de encontrar).

As pessoas hoje em geral querem ver fotografias antigas. Há cidades, como Ribeirão Preto, Jaboticabal, São José dos Campos e outras, que mostram fotos antigas e pouquíssimo texto. O ideal é ter os dois. Quem quer ver fotos, fique só nelas. Texto, só nele. Se quer ambos, tem os dois. Santos tem livros de histórias em livrarias – pelo menos em uma que conheço, junto à avenida Anna Costa. Há cidades relativamente pequenas que resolveram investir em algo bem feito e lançaram livros magníficos sobre a cidade, como Santa Rita do Passa Quatro, Guariba (SP), Lapa (PR) e Sacramento (MG). Não que sejam as únicas: afinal, estas são as que me vieram agora à cabeça, alem do fato de o Brasil ter mais de 5 mil municípios e eu não ter ideia de muitas cidades que lançam seus livros.

A cidade onde vivo há quase 30 anos não tem livros sobre ela, com a exceção de dois já esgotados, um escrito em 1925 e outro reeditado em 1971 – o original também é de 1925. Recentemente o prefeito quis que se escrevesse um livro de história sobre a cidade atualizado. Não passou da ideia. A cidade é Santana de Parnaíba, tombada pelo CONDEPHAAT e um dos municípios mais antigos de São Paulo – data de 1625.

O que há, gente? Ninguém se importa mais com isso? Recentemente consegui um livro de uns dois ou três anos atrás sobre um bairro de um município paulista. É verdade que ele foi município por dois ou três anos nos anos 1930, mas é um bairro e dos pequenos! Muito legal a iniciativa de quem o escreveu!

Por outro lado, detesto livros que se dizem de história municipal mas têm mais da metade das páginas falando dos políticos que ela tem ou teve, a enorme maioria insignificantes. Uma cidade é uma cidade, seus políticos não são a sua história. Lembrando sempre que políticos municipais (assim como os estaduais e os federais) são em sua quase totalidade medíocres.

Se v. souber de algum livro da história de uma cidade – porque geralmente só se sabe que é lançado na própria cidade – corra para adquirir o seu, pois no ano que vem ele somente existirá em sebos.

2 comentários:

  1. Olá,
    Gostaria de presentear uma pessoa de Porto Feliz com uma foto da cidade na década de 60. Pode me ajudar? Sabe me orientar como conseguir?
    Obrigada
    Vivian 11 8456-6636
    viviangiu@terra.com.br

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  2. Caro Ralph, tem um bom texto para te dar alguma informação sobre o Circuito da Gávez, que inclusive menciona um livro que foi lançado sobre o assunto:

    http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas/b125.htm

    É um texto do Bob Sharp, curto e com muitas informações, acho que vale a pena ler.

    Abraços!

    Mario Favareto

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