sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A BELA CURITIBA

A estação em Curitiba, na sua frente para a av. 7 de Setembro. Foto minha em 2002.

Depois de quase um ano e meio, eis que volto a Curitiba, a cidade de que mais gosto no Brasil. Limpa, bonita, casas bonitas, gente bonita... a cidade de meus sonhos. Eu sempre digo à Ana Maria que vamos nos mudar para Curitiba, mas isso provavelmente nunca acontecerá, por uma série de razões.

De 2002 a junho de 2008, vim muitas e muitas vezes para cá. Quase sempre a serviço. Porém, este ano o serviço aqui acabou e o motivo de minha vinda hoje é outro. Escrevo daqui.

Hoje saí à tarde para dar uma volta a pé e visitar alguns lugares que sempre visito. Também precisava almoçar, pois cheguei aqui por volta do meio-dia. Achei que ia pegar chuva, mas apesar de estar uma tarde cinzenta e ontem a chuva forte que caiu no final do dia ter causado inundações e desabamentos, até agora, já noite, não caiu água.

Saí de novo agora há pouco e fui comer alguma coisa no Shopping Estação. A velha e original estação de Curitiba manteve somente o seu prédio principal. O pátio foi para o saco no início dos anos 1990. Ele ocupava toda a área à frente do prédio da estação (que sempre deu frente para a Avenida Sete de Setembro) e chegava até a avenida Silva Jardim. Um dos extremos laterais – que hoje é um dos extremos do prédio do shopping – ficava na avenida Floriano Peixoto. O outro lado chegava até a rua João Negrão. A linha saía do pátio cruzando a rua João Negrão por cima num viaduto de ferro, a “Ponte Preta”. Ainda existe, embora não seja o viaduto original de 1884.

O shopping tem prédios grandes e novos, que “abafam” a pequena estação, principalmente para quem olha por dentro. A plataforma e sua cobertura original ainda estão lá, mas a cobertura é inútil: entre o prédio da estação e os prédios do shopping há uma cobertura metálica em arco branco, que lembra as novas estações da CPTM na linha do rio Pinheiros, em São Paulo.

O shopping ocupou boa parte do pátio, mas não todo: sua parte traseira dá para a rua Rockfeller, que faz um “S” ao sair da Avenida Sete de Setembro e depois cruza a Silva Jardim. Ou seja, o pátio foi engolido pelo shopping e por prédios (inclusive o hotel Slaviero Rockfeller) que ficam hoje dando frente para a Silva Jardim.

A rua Rockfeller cortou o local onde ficava a rotunda do pátio, uma rotunda de 180 graus. Porém, parece-me que ela não havia sobrevivido até o arrasamento do pário, já havia sido desativada e demolida tempos antes. Não sei quando. O fato é que uma área aberta e com alguns prédios ferroviários grandes e pequenos (e a rotunda), que poderia ser um magnífico museu a céu aberto junto ao centro da cidade, foi destruída.

Na frente da estação, do outro lado da Avenida Sete, as ruínas do hotel Tassi parece que vão deixar de ser ruínas: há um início de obras, e o prédio abandonado está envolto por cortinas de obra e andaimes. Essa é uma boa notícia. Foi nesse belíssimo hotel (na época) que meu avô foi torturado por algo que não fez nos anos 1930.

4 comentários:

  1. Claro que não, ela está "engolida" dentro de um shopping.

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  2. Caro Ralph

    Fico satisfeito em saber do seu carinho por Curitiba.

    Espero que o que resta da nossa memória ferroviária também não seja "engolida" pelo "progresso"

    Um grande abraço

    Marcelo Barbosa

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  3. Marcelo, a cidade realmente me atrai muito. Meu pai, que era de Ponta Grossa e em 1927 estava em Curitiba com seus 6 anos de idade, sempre me contava da nevasca desse ano que tanto o impressionou. Ele também adorava as duas cidades.

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