Estação de Tatu, hoje. Foto (todas as da página) Ralph M. Giesbrecht
Pois é, depois de alguns anos estive hoje de volta a Tatu, bairro rural e estação ferroviária situada no município de Limeira, a cerca de 135 km de São Paulo. A chegada, vindo da rodovia Anhanguera pela estrada de terra de cerca de três quilômetros que a liga à vila Lopes (este á o bairro às margens da rodovia e junto ao posto de gasolina já fechado há anos), mostrou que estavam fazendo manutenção na estrada (será que vão asfaltar?) e que a velha ponte que fotografei alguns anos atrás foi substituída por uma nova de concreto, sobre o rio Tatu.
Cabritos em Tatu, atrás da estação.
Nada mudou muito no vilarejo, exceto por duas coisas: primeira, a estação está em início de reforma (não vou dizer restauro, porque já vi que não vai ser) e, segundo, soube que um dos moradores mais antigos dali, o sr. Batista Batistella, com quem eu havia conversado em 2000, infelizmente faleceu, não muito tempo depois de nosso papo.
Piso hidráulico na estação.
Fomos até lá gravar o que deve ser uma reportagem sobre ferrovias brasileiras - eu e a RedeTV, a convite destes. Não me perguntem quando vai sair a reportagem. Nem eles sabem. Espero que não tenha sido como a última, que gravei com a rede Bandeirantes no ano passado em Santa Barbara d'Oeste e que nunca foi ao ar.
Tijolos retirados de parede derrubada.
Como sempre, agradável. Só a viagem já é um descanso. Paramos na estação, depredada como sempre, mas já com operários trabalhando dentro, substituindo pisos e forros de madeira. Os pisos cerâmicos ainda estão lá. Uma das paredes internas foi derrubada e seus tijolos empilhados, pelo menos por enquanto. Obra da Prefeitura. Os operários que estavam lá trabalhando disseram que "um trenzinho maria-fumaça vai rodar entre Limeira e Tatu quando a estação ficar pronta". Sei. Quem acredita, levante a mão.
Casa da vila ferroviária.
Ao longe, as casas da vila ferroviária continuam mambembes. A subestação, vazia e depredada. A cabine de controle, ainda com as suas alavancas, depredada. Vagões da FEPASA enferrujam ao relento, à frente da cabina. Os desvios, todos retirados; muitos trilhos ainda jazem por ali, jogados. Como é rico este país.
Trem da MRS passa pela passagem de nível em Tatu, vindo de São Paulo
Durante o tempo em que permanecemos por ali - pouco mais de três horas - passaram três trens: uma da Rumo, uma de combustíveis da ALL e uma composição da MRS, esta a única que vinha no sentido Araraquara. Até que não foram tão poucas assim.
Ponte ferroviária metálica esperando transporte.
Ao lado da plataforma, jaz uma ponte ferroviária que deverá ser instalada, segundo os moradores da vila, "um pouco mais acima na linha" (onde?). Tal substituição, no entanto, deverá ser feita somente "quando acabar a safra" e diminuir o trânsito na linha.
Antiga fábrica de canivetes.
Mais acima, tomamos um refrigerante no barzinho. A fábrica de canivetes continua fechada em frente a ele, mas co o jardim impecavelmente cuidado. Ao lado do bar, a bela casa em que mora dona Irma Batistella, viúva do Sr. Batista, que citei acima.
Casa dos Batistella
Ela deu uma entrevista sobre a Tatu dos velhos tempos à repórter. Não se importou nem um pouco com isso, de pé junto à varanda da casa.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
TATU, HOJE
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Caro Ralph, como sempre nosso Brasil é carente de referências históricas, tudo que nos remete ao passado parece que não tem valor. Espero que a reportagem vá ao ar em breve, gostaria muito de vê-la.
ResponderExcluirParabéns pelo blog, adorei ver as fotos do bairro e de minha vó em nossa casa(Irmá Baptistella), a estação em fim foi restaurada porém hoje conta um morador (um sem terra da região). Cotinue com seu ótimo trabalho, espero que futuramente volte ao Tatu para ver como está
ResponderExcluirGrande abraço,
Thales Baptistella