domingo, 24 de abril de 2011

WILLI E OS TRENS

Foto Jorge Ciawlowski - Soledade de Minas, 2009
Hoje meu neto de dois anos e meio me disse que andou de trem com o papai. Para ele, isso quer dizer que ele andou de trem da Lapa até Pirituba com o pai num TUE da CPTM. Meu filho disse-me que ele gostou mais de andar de trem na CPTM por que ele enxerga as coisas pela janela. No metrô, onde ele já andou, ele não enxerga nada, só escuro - todos os trecho em que ele andou eram subterrâneos.

Um pouco depois, ele estava vendo um "brinquedinho" no IPAD da minha esposa que contava uma história em inglês sobre uma família que ia pegar o trem numa estação. A voz da história era em inglês: ele não entende, mas sabe que é um trem pelo barulho do apito (é locomotiva a vapor) e por que aparece um trem (sempre caracterizado como uma máquina a vapor).

Ora bolas, nunca é um trem diesel ou elétrico. Não porque sejam mais emocionantes, mas é o que existe hoje. Trem a vapor é muito bonito, mas só existe na história, em museus um nos famigerados "trens turísticos" - mesmo assim, só em alguns. Ao vivo, ele ainda não viu uma locomotiva a vapor. Por que será que as histórias infantis ainda mostram trens a vapor e não a nossa realidade de hoje? Afinal, quando eu as lia nos anos 1950 essas locomotivas estavam no final de seu uso pelas ferrovias. Quando meus filhos leram no final dos anos 1970 e início dos 1980 histórias mais novas, o vapor ainda prevalecia. E hoje... não mudou.

O ideal mesmo seria levr meu neto para andar no trem que faz o trecho Perus-Jundiaí, também da CPTM. Aqui, além de você ver a paisagem, vê muita paisagem rural e pouca urbana. Nesse trecho, a distância entre as estações, ao contrário de quando circula na cidade, é de 6-7 quilômetros. E o trem realmente roda a cerca de 90-100 km/hora. Você vê vaquinhas, cavalos... é meio parecido com o que se via nos trens a passageiros de longa distância, que nosso estado e a esmagadora maioria dos estados brasileiros não possui mais.

Será ele outro fanático por trens no futuro? Difícil dizer, considerando-se que o futuro dos trens no Brasil é incerto, do jeito que as novas ferrovias demoram para serem construídas e do jeito que as concessionárias tratam as ferrovias utilizadas. Mas é sempre interessante observar as reações dele nas novas aventuras. Afinal, ele já descobriu que o avô gosta disso e faz questão de pedir para o pai ligar para mim para dizer que "vovô, eu andei trem de trem!"

Um comentário:

  1. Lendo o que você postou hoje, penso que felizmente muitas crianças de hoje serão apaixonados por trens no futuro. Só dos conhecidos que tenho, são três, sem contar outros que gostam de ver e que poderão, com o devido incentivo, tomarem a vacina dos "ferreoloucos". Um grande abraço.

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