quarta-feira, 6 de abril de 2011

UNIVERSO PARALELO

O bonde no canteiro central (1943). Mas aqui, na Domingos de Moraes.
Este é um texto para quem conhece São Paulo. Resolvi escrevê-lo, pois na manhã de hoje o trânsito estava inacreditável. Parecia que eu estava dirigindo na cidade na década de 1980. Fluía que era uma maravilha. Que terá ocorrido? Nenhum acidente? Pelas leis da probabilidade, fato quase impossível, com o número de carros e de barbeiros na cidade. Teria eu cruzado as barreiras de algum universo paralelo? Não creio.

Vejam o percurso: Marginal do Tietê-av. Bandeirantes-Santo Amaro-Eucaliptos-Ibirapuera-av. Jamaris. Parei onde precisava ir (em frente!!!), peguei o que precisava e segui.

Depois, Maracatins-av. Indianópolis-av. Jabaquara. Parei próximo à estação da Saúde do metrô (aqui foi em estacionamento). Dali segui para a rua Padre Machado, parei (na rua!!!!), depois continuei pela Onze de Junho-Dr. Bacelar-Rubem Berta (retorno), Maracatins, av. Indianópolis-República do Líbano, João Lourenço.

Daí, Bandeira Paulista até a Faria Lima por dentro do Jardim Europa. Inacreditável. Tudo isso em pouquíssimo tempo. Horário (contando os três lugares onde parei para resolver assuntos): entre 8:30 e 10:10. Tempo total fora do automóvel: 1h10. Realmente, inacreditável.

Andar pela avenida Indianópolis entre a Moreira Guimarães e a Jabaquara era algo que eu não fazia havia anos. Nem me lembrava direito dali. Vi, no entanto, que não há prédios. No máximo, construções, uma ou outra, de 3 andares. A avenida é muito bonita, pois v. vê o céu, não aquela muralha de edifícios. Sem dúvida, hoje é uma das avenidas mais bonitas de São Paulo.

Já a Jabaquara, também não recebeu aquela enxurrada de prédios. Tornou-se uma avenida com lojas de serviços, um outro edifício de apartamentos e ainda uma ou outra construção mais antiga, como um colégio cujo prédio é uma mansão antiga, provavelmente dos anos 1920, e um ou outro asilo e um internato, vizinhos entre si em construções dos anos 1940/50.

Sempre que passo ali me lembro das recordações de minha mãe: "eu ia visitar uma amiga que morava lá em São Judas. Tomava o bonde nos anos 1930, tinha de pagar segunda seção... não havia quase nada depois da Luiz Gois, a avenida Jabaquara passava no meio de um imenso descampado onde havia uma ou outra casa, e o bonde passando no canteiro central de uma rua com duas pistas estreitas de paralelepípedos". Da parte do bonde eu ainda me lembro. Mas nos anos 1960 que eu conheci a avenida de descampado não tinha mais nada.

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