quinta-feira, 30 de julho de 2009

TUDO SE DERRETE

Há uns dias recebi fotos da estação de Coronel Correa – a nova, não a velha. Elas ficavam na linha-tronco da Mogiana, na região de Casa Branca e Santa Cruz das Palmeiras, e a nova substituiu a velha no final dos anos 1940, quando a variante entre Lagoa Branca e Tambaú foi construída.

Ela fica no meio do nada. Isto já não é uma boa referência para um imóvel hoje em dia (aliás, já há pelo menos uns 40 anos!) largado ao léu. Na beira de uma linha cargueira, então... nem se fale.

Até que resistiu bem. Estive lá em 2004 e encontrei-a já abandonada, meio cambaleante, mas... digamos, aceitável. Afinal, fazia pelo menos uns dez anos que ninguém a utilizava. Os trens de passageiros passaram e pararam por lá até meados de 1997, depois o esquecimento total.

Ainda existem por ali umas casinhas de ferroviários, típicas dos anos 1940. Essas parece... parece... que estão ocupadas ainda. Mas a estação... quanta diferença.

Totalmente depredada, já sem telhados, portas e janelas arrancadas, tudo exposto, um caos. Não que isso seja diferente de muitas estações que existem por aí. A pergunta, no entanto, é: o que leva o ser humano a fazer tamanha destruição? É certo que parte do que aconteceu foi por exposição às intempéries, mas a queda de um telhado geralmente não ocorre somente por isto. Ele deve ter sido retirado ou para uso do material, ou por puro vandalismo. Idem com janelas, portas, etc.

Por que alguns desses prédios são invadidos por gente que quer apenas morar neles e outros são abandonados? O fato de estar em local ermo não justifica, pois muitos outros estão e servem como moradia.

Enfim, é um drama que se estende por diversas dessas estaçõeszinhas, longe de tudo, onde mesmo que a Prefeitura a adquira, não vai fazer nada com ela, pois, no lugar que está, somente se a conservaria com guardas armados...

Por outro lado, deixar a construção em ruínas dá um péssimo aspecto a qualquer lugar, mesmo ermo como esse.

Enfim, a solução seria que as concessionárias contratassem pessoal para que vivessem nelas e tivessem como obrigação, por exemplo, serem fiscais de um determinado trecho de linha. Isso já existiu anteriormente. E é pelo fato de essas pessoas não mais serem contratadas que o leito das ferrovias em geral está sujo, mal-cuidado, cheio de mato e causando inúmeros descarrilamentos.

Pelo jeito, é mais barato arcar com os custos de um descarrilamento do que manter a via permanente em bom estado. É a lei do cão das concessionárias atuais.

2 comentários:

  1. Muito chato isso.
    Me entristece muito.
    Percorrí muitos lugares e ví in loco tudo isso.

    Um local onde tem uma memória muito grande para se preservar, mas ninguem percebe isso.
    Uma pena.

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  2. Bem sr.Ralph, a parte final do seu texto diz tudo: o descarrilamento é mais barato que a manutenção. Sobretudo pelo fato de que a seguradora paga os prejuízos do sinistro...

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