quinta-feira, 16 de julho de 2009

SOSSEGO

Hoje recebi um e-mail de um amigo meu do interior. Ele mora numa cidade pequena, de uns 30 mil habitantes no máximo. Ele está cursando faculdade, depois de “velho” (ele tem quarenta anos) em Rio Claro. De carro, dá uns 90 km da cidade dele. Em menos de 1 hora ele vai tranquilo.
Ele mesmo diz que mora em uma “pacata cidade do interior”. Tudo ali é um marasmo só – segundo ele, que não grila nem se estressa com trânsito nem com correria. Pessoal do interior é mais calmo. Curte mais a vida. Ele diz:

“Tenho visto colegas na faculdade de outras cidades (Limeira, Piracicaba, Rio Claro, Araras, Campinas) que me surpreendem pela agitação, stress, preocupação (que eu, sinceramente, acho fúteis). E eles também me estranham, porque me acham tranquilo demais. Eles ficam apavorados com provas, trabalhos, estágios, planos de aula... a vida deles é uma correria só. Eles enfrentam um trânsito alucinante. O professor de Campinas precisa sair de lá às 4 da manhã pra chegar em cima da hora da aula em Rio Claro. Loucura.

“No intervalo das aulas (almoço) eu vou para os sebos, atrás de elepês antigos, gibis de faroeste (sou fã), ou então de Tarzan, Mandrake, Fantasma, Lucke Lucky e Flash Gordon. Ralph, eles não acreditam no que eu faço: levo comida de casa!!! Um bóia-fria em plena Universidade!! Sabe, eu faço isso não é pra economizar. Eu simplesmente não gosto da comida da faculdade. E, de quebra, fumo um cigarro de palha, que é "artigo" de luxo (!!??) para cara de perplexidade dos colegas. Um Jeca na Universidade. O pessoal é bom, entrosei bem com eles; mas nunca, jamais, entrarei naquele ritmo. Cidade grande não é comigo. Feliz ou infelizmente, já tenho raízes profundas fincadas aqui neste rincão”.

Tenho inveja dele. Eu, que saí do hospital há 15 dias tendo feito 2 pontes de safena e duas mamárias. Seria muito esforço de minha parte conseguir essa operação morando onde ele mora. E acho muito estranho as pessoas me falarem, quando visito Ribeirão Preto (18 vezes menor que São Paulo), que querem se mudar para São Paulo, para o agito da cidade grande.

Um comentário:

  1. Bom final para os sobrados dos Lunganos, triste fim para as velhas fábricas. Ainda tem a Vila Maria Zelia, abandonada, e o museu ferroviario do Moinho Santo Antonio que não saiu do papel.

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