quinta-feira, 9 de julho de 2009

RESTAURAÇÕES E TOMBAMENTOS



Meio que surpreendente, ontem foram anunciados nos jornais a restauração da Igreja da Boa Morte, no Centro de São Paulo, e também o tombamento do Hotel Atlântico, na esquina da avenida Ana Costa com a Presidente Wilson, em Santos.

Não conheço a igreja, nem sou nenhum conhecedor de restauro em igrejas, mas sem dúvida, pela fotografia, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte é um templo muito bonito, a uma quadra da Praça da Sé, na rua do Carmo. Já era tombada pelo CONDEPHAAT, mas estava fechada para obras desde 2005, quando estava ameaçada de ruir. O templo completa 200 anos no ano que vem.

Quanto ao Hotel Atlântico, é realmente um edifício muito bonito, construído nos anos 1920. Aberto em 1928, sempre funcionou como hotel, exceto durante oito anos nos anos 1970, quando esteve abandonado.

Tem cinco andares e mesmo assim é uma construção imponente; seu tombamento pelo CONDEPHAAT é o reconhecimento de uma história significativa e representativa para Santos e para o Estado de São Paulo. Pena que o Parque Balneário, que era situado em frente a esse, tenha sido demolido; poderia fazer hoje um conjunto arquitetônico muito bonito para quem visita Santos.

Agora, quem deveria tomar cuidado é a Prefeitura de Santos, que deixa que na rua traseira ao hotel, perpendicular à praia, se acumule lixo e restos de comida durante todas as noites, e quem passa por essa rua, pelo menos de manhã, tem de tapar o nariz (e se possível, a vista) para o que acontece nas calçadas do local.

Finalmente, anteontem foi entregue pelo restaurador Julio Moraes e sua equipe três carros de luxo da antiga São Paulo Railway, apresentados aos interessados no antigo pátio da Santos-Jundiaí entre a estação da Luz e da Julio Prestes, onde estão também algumas outras locomotivas aguardando restauração.

Estes carros deverão ser, segundo consta, entregues ao futuro museu ferroviário que deverá ser instalado na Mooca. São magníficos e sem dúvida mostram o fausto da Santos-Jundiaí quando em mãos dos ingleses, uma das ferrovias mais rentáveis do mundo apesar de sua curta quilometragem (140 km).

Enfim, não é fácil, num País em que tanto se destrói, ver tantas notícias de conservação e de restauração num mesmo dia. Parabéns a quem se decidiu pelos tombamentos, pelas restaurações, a quem os financiou e também a quem os fez. (Fotos: igreja e hotel - O Estado de S. Paulo, 8/7/2009; Interior de carro da SPR - Thomas Correa)

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