A estação de São Manuel estava assim há um ano atrás (foto Luciano Secato). Hoje, está pior: por exemplo, o dístico escrito acima (São Manoel) já foi retirado ou roubado - ou caiu.
Hoje eu e meu amigo Douglas fomos até São Manuel. A intenção era verificar o estado das estações ferroviárias da cidade, São Manuel e Rodrigues Alves. Parece que a cidade não dá a mínima importância para as duas que tem, ambas no antigo ramal de Bauru. Este ramal, que liga Bauru à estação de Rubião Júnior, em Botucatu, sempre foi a continuação natural da antiga Noroeste de Bauru. Hoje, ambas são operadas pela concessionária ALL.
A ALL não tem a menor intenção de manter essas duas estações - nem a obrigação contratual. Certamente, a prefeitura da cidade também não pensa nisso. Isso está mais do claro no que claro no que vimos lá. A estação central está mais depredada do que jamais esteve. Toda a cobertura em volta da estação suspensa por madeiras já caiu. As madeiras ainda não, mas é questão de tempo. O piso de madeira da estação foi retirado (roubado). O prédio está às moscas, aranhas e tudo quanto é bicho. As portas e janelas estão escancaradas. A sujeira interna e externa é horrorosa.
Como o prédio está numa parte alta da cidade e naquele ponto, mais alta que a rua que tem casas com moradores, ninguém vê, ninguém liga. Assim como a União, dona da estação, não se preocupa de forma alguma em reparar e limpar o que lá existe - sempre lembrando que a estação central de São Manuel é uma das mais bonitas dessa antiga ferrovia e é uma construção que fará cem anos no ano que vem (2011) -, quem mora em frente também não se preocupa em ver o lixo ser jogado ali todos os dias. A União não cuida do que é do povo, nem o povo cuida do que é dele.
Tudo isso ocorre também em Rodrigues Alves, onze quilômetros mais à frente. Ali, a estação está em ruínas, juntamente com seu armazém e a casinha de funcionários em frente. O mato cresce por fora e por dentro, a concessionária cortou parte da plataforma de pedras à frente e largou o entulho ali mesmo, as abelhas zunem dentro e fora do prédio, o piso também foi roubado. Ao lado, o armazém já teve parte do telhado desabado. Trilhos arrancados do leito estão jogados ali de qualquer forma. Do outro lado dos prédios, uma terceira linha se tornou desvio morto.
Naquele pequeno bairro abandonado fora da cidade, ninguém se importa com tudo isso, mesmo porque pouca gente o vê. Ao lado, a entrada da sede da antiga Fazenda Simões, mas essa é outra história.
Isso tudo é uma tristeza.
sábado, 14 de agosto de 2010
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Ola Ralph
ResponderExcluirConheci bem a estação de S. Manuel...nos anos 60...é muito triste ver a sua lenta agonia...a placa dos 120 anos ainda esta lá....ou roubaram também ?...
Daniel Gentili
Sem falar do desperdício do dinheiro público, gasto nas desapropriações e terraplanagem da retificação que iria ser feita, tirando os trilhos ao norte da cidade e cruzando Aparecidinha e voltando ao leito atual, próximo de Toledo.
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