domingo, 22 de agosto de 2010

CIDADE MONÇÕES E O BROOKLYN

Vista aérea do Brooklyn/Monções (parcial) em 1958, extraída do site GEOPORTAL em 22/8/2010. No canto inferior direito, a av. Santo Amaro. No centro da foto, a Hípica. O córrego que corta no alto/direita é o córrego da Traição, hoje avenida dos Bandeirantes.

Sobre a postagem deste blog do último dia 20, onde falei "Brooklyn, ou Cidade Monções, como queiram", Carlos Augusto Leite Pereira me deu uma verdadeira aula sobre este bairro da capital paulista, que transcrevo abaixo como sendo a postagem de hoje. O texto a seguir é todo dele.

A Cidade Monções é apenas o núcleo central do Brooklyn. Foi um conjunto de casinhas térreas feitas para a classe média, na década de 1940, pela construtora monções do arquiteto Artacho Jurado. As casinhas eram todas iguais, com um terraço com arcos e uma garagem no fundo do quintal. Quem comprava uma casa ganhava um Ford Prefect. Quando me mudei para o bairro, em 1959, ainda havia muitos desses carros circulando por lá. Até alguns anos atrás ainda havia algumas poucas casas com a arquitetura original.

Hoje, quase todas foram reformadas e muitas transformadas em sobradinhos. Os quarteirões tinham 100 x 50 mts e ficavam entre as ruas Califórnia e Guaraiúva e entre a antiga avenida Central (atual Padre Antonio José dos Santos) e a rua Flórida. Entre essas duas ficava a rua Pensilvânia. Havia uma quadra separada das demais que ficava entre as ruas Michigan e Arizona, Ribeiro do Vale e Mangoatá.

A construtora Monções pavimentou todas as ruas com uma camada muito fina de asfalto e quando conheci o bairro este asfalto já estava todo esfarelado e as ruas esburacadas. Só a av. Central, que era mão dupla e tinha ônibus, tinha um asfalto de boa qualidade. A Guaraiúva, entre a Central e a Flórida, e esta, entre a Guaraíuva e a Ribeiro do Vale, eram calçadas com paralelepípedos. Na Flórida ficava uma padaria, uma farmácia, um ponto de táxi e lotação (daquelas antigas que eram feitas por automóveis) e o ponto terminal do ônibus Cidade Monções, que era da CMTC. No início dos anos 1960 a linha passou para a recém criada Viação Monções que também operava a linha Hípica Paulista e que faliu no início dos anos 1970 sendo substituída pela Viação Campo Belo.

Até o final dos anos 1970 havia, na rua Pensilvania, um empório que tinha nos fundos uma caixa d'agua de uns 6 metros de altura. Segundo moradores antigos do bairro, havia alí um poço artesiano que fornecia água para todo o bairro. As demais ruas de monções eram: Miami, Los Angeles, Hollywood, Filadélfia, Chicago e Cincinati.

A região da Berrini, próxima da rua Guararapes era chamada de Hípica Paulista. No extremo oposto, próxima da atual avenida Jornalista Roberto Marinho, onde as ruas têm nome de cientistas, fica o Jardim Edith.

26 comentários:

  1. Um pouco antes de falir, no final dos anos 1960, a Viação Monções - que tinha um padrão de pintura, a meu ver, muito bonito, vermelho, creme e negro, pelo que me lembro - havia comprado um modelo de ônibus "sui generis", chamado "Alfacinha", que tinha até teto solar! Mas, poucos meses depois, como o texto afirma, ela faliu e esses ônibus sumiram. Nunca mais vi esses modelos, que parecem não ter rodado em nenhuma outra viação, ao menos da zona sul de SP. No seu lugar entrou a Viação Campo Belo, que anteriormente só fazia a linha Santo Amaro-Praça João Mendes (encurtada, depois do advento do metrô, em 1975, para Santo Amaro-São Judas) e sofreu uma ligeira anabolizada no início da década de 1970, passando a fazer não só a linha Cidade Monções, como também Hípica Paulista e Chácara Santo Antonio, só usando os modelos "monobloco" da Mercedes-Benz, então novinhos em folha. Usei muito esta última linha para ir de minha casa até o Colégio Costa Manso, no Itaim-Bibi, onde estudava.

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    1. Foi a Viação Monções que acabou "espalhando" o nome Monções para todo o Brooklin Novo. Os veículos mais velhos circulavam na linha Hípica porque muitas ruas ainda eram de terra. Havia 2 ônibus tão antigos que as janelas eram de levantar o vidro, como nos carros ferroviários de madeira.

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  2. Nasci na Bahia em 1950, e vim com 10 meses para este bairro.... Conheci praticamente tudo, aqui...
    Tinha Maria Fumaça, muito mato, muitas árvores frutíferas.
    Padre Antonio José dos Santos batizou-me quando eu tinha 7 anos. Fez uma enorme festa.
    Na Capelinha de São João de Brito, havia o Grupo Escolar Profa. Diva Maria B. de Toledo, que era de madeira.
    O Onibus da CMTC fazia ponto final na Padaria do Sr. Ayres, próximo à Farmácia do Sr. Morita.
    A Av. Padre Antonio José dos Santos, antigamente chamava-se Avenida Central.
    Acompanhei de perto, a transformação deste bairro.
    Ainda moro aqui e curto-o muito!

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    1. Olá Mara
      Moro no bairro desde que nasci e estudei no Diva Maria ( conhecido como maloquinha ). vc tem fotos desta época ? ou pouco depois ?

      abs
      Jacinta

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    2. Nossa quanto depoimento bonito, nasci em 1968, morei no Brooklin até meus 13 anos de idade, como munha família pagava aluguel moramos em varias ruas desse bairro, já morei na Berrine esquina com a rua Florida onde tinha o bar do Seu Raul a esposa dele fazia um bolinho de bacalhau sensacional, até hoje não como um com o mesmo tempero!
      Morei na rua Nova Independência, onde tinha a lojinha (bazar) de Dona Matilde seu Marido entrega pão de madrugada, nossa quantas lembranças!!!!
      Na cenrtral perto da Leiriense havia um açougue que era do pai de meu amigo, me lembro da fotótica também, até hoje tem a lavanderia que era de seu Vicente, hoje quem cuida é um de seus filhos o Alemão, meu Deus, quanta saudade!!!
      porque o progresso chegou nesse bairro, era muito charmoso!!!
      Passei minha infância na praça do Guarantã(general gentil falcão)
      Ah, quem lembra do parque Imperial na av sto amaro?
      me lembro das taboas que exestiam onde hoje é o Shopping Morumbi.
      O campo do Editora, Elca, e a fabrica Mial Bras, quem lembra?
      Um Bairro muito bom, tinha bastante trabalho, meu irmão trabalhou na Bom Bril, bons tempos, me lembro da Bicicleteiro Zé Maria!!!
      Ah... quanta saudades, eu era feliz e sabia, amo de coração esse bairro, Hoje acho que ja perdeu aquele charme, mas ainda assim moraria lá novamente!!!

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    3. Nossa quanto depoimento bonito, nasci em 1968, morei no Brooklin até meus 13 anos de idade, como munha família pagava aluguel moramos em varias ruas desse bairro, já morei na Berrine esquina com a rua Florida onde tinha o bar do Seu Raul a esposa dele fazia um bolinho de bacalhau sensacional, até hoje não como um com o mesmo tempero!
      Morei na rua Nova Independência, onde tinha a lojinha (bazar) de Dona Matilde seu Marido entrega pão de madrugada, nossa quantas lembranças!!!!
      Na cenrtral perto da Leiriense havia um açougue que era do pai de meu amigo, me lembro da fotótica também, até hoje tem a lavanderia que era de seu Vicente, hoje quem cuida é um de seus filhos o Alemão, meu Deus, quanta saudade!!!
      porque o progresso chegou nesse bairro, era muito charmoso!!!
      Passei minha infância na praça do Guarantã(general gentil falcão)
      Ah, quem lembra do parque Imperial na av sto amaro?
      me lembro das taboas que exestiam onde hoje é o Shopping Morumbi.
      O campo do Editora, Elca, e a fabrica Mial Bras, quem lembra?
      Um Bairro muito bom, tinha bastante trabalho, meu irmão trabalhou na Bom Bril, bons tempos, me lembro da Bicicleteiro Zé Maria!!!
      Ah... quanta saudades, eu era feliz e sabia, amo de coração esse bairro, Hoje acho que ja perdeu aquele charme, mas ainda assim moraria lá novamente!!!

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    4. Também estudei no Diva, ele ficava na rua Nebraska. Duas classes ficavam onde hoje é o estacionamento da igreja de São João de Brito. As outras 4 classes e a diretoria ficavam do outro lado da rua, onde hoje é uma praça que vai até a rua Guararapes. Nós não chamávamos o Grupo Escolar de maloquinha mas de Forte Apache pela semelhança que tinha com o forte da série Rin-Tin-Tin (que fazia muito sucesso naquela época).
      Na semana santa de 61 fizemos a mudança para o prédio novo que existe até hoje na esquina da Padre Antonio com a Guaraiuva e onde funcionou a escola de música Tom Jobim.
      Digo que fizemos a mudança porque o governo do Estado só forneceu um caminhão com o motorista e um ajudante. Então a diretora, Professora Jeannette Cassab, pediu para que os alunos "maiores" ajudássemos na mudança.

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  3. Maria-fumaça? Onde??? O trem que começou a passar em 1957 ao longo do rio era diesel e logo depois, elétrico...

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    1. Acho que a Mara quis se referir ao troleibus que circulava na Av Santo Amaro.

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    2. Ralph, puxando trem eu nunca vi, mas uma vez eu estava com meu pai na estação Morumbi (que ficava exatamente atrás da atual sede da Globo) e lá parou uma locomotiva a vapor que estava indo para a Barra Funda, segundo o maquinista.

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    3. Os trens que iam para Santos não usavam locomotivas elétricas. Era diesel desde a Júlio Prestes. Os cargueiros também. O bairro era tão silencioso (ainda não havia a Marginal, nem a Bandeirantes, nem a Berrini e muito menos a Roberto Marinho) que a um quilômetro de distância da linha dava para ouvir os cargueiros passando de madrugada.

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    4. Exato! Na década de 1960 morávamos na Chácara Santo Antonio, próximo da avenida Santo Amaro mas, apesar de estar a mais de um quilômetro da então linha da EFS, ouvíamos nitidamente os apitos das composições. Curiosamente eles eram melhor ouvidos depois das tempestades de verão, com o bairro às escuras pela falta de luz... era algo muito soturno para o menino de então.

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    5. É mesmo, a fábrica da Bombril ficava perto de Cidade Monções... minha tia Marina trabalhou lá como telefonista. Algumas vezes tive de ir lá com ela quando meus pais tinham de se ausentar de casa. Eu ficava fazendo lição de casa numa mesa enquanto ela pilotava aqueles antigos PBX cheios de plugues... Mas legal mesmo era o café na padoca.

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  4. A caixa d'água do bairro ficava atrás da casa de meus pais, meu pai a comprou no começo dos anos 70 e ela foi demolida em 1973 (eu acho, era pequena, tinha uns 10 anos na época).

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  5. O Carlos Augusto Leite Pereira teria foto de alguma casinha da época da construção da Cidade Monções? Tenho um grupo no face - chamado Galera do Bronk's e gostamos de relembrar o passado de quando vivíamos no Brooklin.. se vc tiver fotos agradeço muito!

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    1. Tita, foto eu não tenho mas entre no Google Maps que você vai encontrar a casa tipo Monções mais preservada de todas. Fica na rua Cincinati. Passe com o Street View.

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  6. Nasci no Brooklyn em 1961 morei ate 1973 no bairro estudei no Diva Maria de 68 a 73 residi nas ruas Guaraiuva, Guararapes e Forida,foram tempos maravilhos muita saudades.

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  7. Acho que a Mara quis dizer troleibus que circulava na Av. Santo Amaro.

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  8. Curioso, onde morávamos, na Chácara Santo Antonio, também havia um comerciante que furou um poço artesiano, construiu uma grande caixa d'água e abastecia o quarteirão. Mas logo o então DAE colocou a rede de água na rua. O esgoto veio depois - como não poderia deixar de ser, exatamente um ano depois da rua ter sido asfaltada, o que acabou destruindo o asfalto e dificultando as obras.

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  9. Enquanto criança, morei no Brooklin Paulista (Avenida Morumbi), entre 1966 e 1979, um bairro próximo a Cidade Monções e Hípica Paulista. Acompanhei de perto as transformações na região, a criação da Avenida Luis Carlos Berrini (onde quando criança, perdi um chinelo na lama), e uma lagoa, na verdade um pântano, onde hoje é o Shopping Morumbi. Época maravilhosa.

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  10. Estou procurando o endereco e telefone da Escola Diva Maria B Toledo......quero tentar saber o nome completo de algumas meninas que estudaram na terceira série comigo em 1961.. 1962
    Alguém pode me ajudar?

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  11. boa tarde alguem tem foto antiga da rua florida entre ribeiro do vale e guaraiuva...ou da drogaria morita antiga.

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  12. Legal quem tiver fotos do bairro anos 60/70/80 postar aqui
    abraços Estudei e morei muitos anos no Brookklin - Rua Araçaiba

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  13. Morei na rua quatro em 1963,uma casinha alugada com um quarto, sala, cozinha e banheiro. Não havia água encanada, tomávamos banho num balde-chuveiro que era içado; não tinha energia elétrica, usávamos uma rede do japonês tintureiro.Buscavamos água potável numa obra na avenida Central na ponte do córrego. Ônibus fazia ponto final na Guararapes. O subúrbio era Toshiba

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  14. Composição com três vagões sendo um do motor, a estação era improvisada e espaço para um vagão, linha JPrestes Jurubatuba. Várias vezes o maquinista esperava eu e minha mãe chegarmos na plataforma, pois tínhamos um bar na Capela do Socorro. Corríamos para não perder o último subúrbio das 21:00, atravessamos a ponte do Socorro e desciamos a escadaria, a estação ficava debaixo da ponte.

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