segunda-feira, 19 de outubro de 2009

POÇO PRETO

A antiga estação de Poço Preto - foto minha
Na manhã de 21 de junho do ano passado, um sábado, deixei as cidades gêmeas de Porto União e de União da Vitória para retornar de carro para Curitiba. Tinha também a intenção de visitar cidades pelas quais já havia passado próximo, pela estrada que liga as cidades a Mafra e Rio Negro.

A primeira em que resolvi entrar foi Poço Preto. Vi a placa no asfalto, indicando a localidade par a esquerda, sentido rio Iguaçu. Como não me lembro das mais de 4000 estações em meu site, não me lembrava se Poço Preto seria uma das estações sobreviventes ao caos ferroviário dos anos 1980 e depois às inundações de 1983.

Dei de cara com a pequena estação, no final do caminho de terra. Muito simpático o pequeno prédio de madeira, aparentemente não alterado em sua estrutura, datada de 1923. Dentro, com a porta aberta, um balcão de bar e uma mesa de bilhar. Havia pessoas dentro jogando. Entre elas, o dono do local.

Um polonês muito simpático me atendeu e disse que era o dono, ou o inquilino do prédio junto à RFFSA, já não me lembro bem. O fato é que, segundo ele, estava lá há muito tempo já. Mostrou-me a casa, batemos papo furado e somente não seguimos ao rio Iguaçu, que ficava próximo, porque havia muito mato na ocasião e a chuva da noite anterior tinha sido forte.

Do antigo pátio, somente restaram os trilhos da linha principal, o de passagem. Nada quando olhávamos para o sentido de Mafra e nada quando mirávamos o lado de Porto União. Trens são raridade por ali. Muito de vez em quando – uma vez por ano – o trem de capina química da ALL e, com mais sorte, a locomotiva a vapor da ABPF que de vez em quando traz carros de Rio Negrinho para Piratuba e vice-versa.

A vila em volta da estação praticamente inexiste. Pouquíssimas casas, espalhadas e nada próximas umas das outras. A vegetação é rala, só se veem algumas arvores isoladas e uma ou outra araucária ao longe. Ali pertence ao município de Irineópolis, onde a estação, também de madeira e visitada por mim depois de deixar o bairro, chama-se Valões. Esta está meio capenga, no centro da sede do município.

Depois de deixar Poço Preto, visitei Valões, depois entrei em Canoinhas, atravessei a cidade tentando chegar do outro lado, onde está a estação de Marcílio Dias, mas acabei saindo mesmo foi em Três Barras. Com um museu dentro dela, foi devidamente visitada por mim. Basta rodar um pouco e chegamos à ponte que atravessa o rio Negro e desemboca em um bairro afastado do município paranaense de São Mateus.

Não segui por ali, no entanto. Fui mesmo a Rio Negro, onde almocei, e depois fui para Curitiba tranquilamente, sem me preocupar com tempo. A estrada, a BR-116, já havia sido recuperada em boa parte pela concessionária que ganhara a licitação do governo federal recentemente. Dormi em São José dos Pinhais, num hotel próximo ao aeroporto.

Foi a minha última ida ao Sul, aonde não retornei até agora, infelizmente. Realmente, essa região me fascina.

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