sábado, 24 de outubro de 2009

PASSEIO DE ÔNIBUS NUM SÁBADO

Em 1905, a região pela qual o ônibus trafega hoje nem existia... e o bairro
Cerqueira Cesar era o que hoje é o Sumarezinho.

Fui esta tarde ao “mercado das pulgas” da praça Benedito Calixto, em Pinheiros. Fiquei lá pouco tempo, conversei com uns conhecidos e dali deveria me encontrar com a Ana Maria na rua Tavares Bastos, na Vila Pompéia. Fui de ônibus. Tomei o primeiro que subia a Teodoro Sampaio. Na hora de pagar, não havia jeito de aceitar o bilhete único. Aí o cobrador me disse por que: o ônibus era intermunicipal (e portanto mais caro). Estava escrito isso do lado de fora do ônibus? Não, não estava.

Desci na rua Cardeal Arcoverde, logo depois que o ônibus saiu da Doutor Arnaldo para desce-la. Subi de volta à avenida e andei até o primeiro ponto, pouco antes da rua Cardoso de Almeida. Passou o ônibus “Pompéia”, mas não parou. Aí uma das pessoas que esperavam ônibus no ponto disse-me que ali somente paravam os ônibus que desceriam a Cardoso de Almeida. Eu teria de me dirigir ao ponto seguinte, nas mesma avenida, após o cruzamento. Essa informação estava escrita ali em algum lugar? Não, não estava.

Vai mal o sistema de transportes, pelo menos os de ônibus, em São Paulo.

No ponto seguinte, peguei o ônibus que ia para a Lapa e Perus, porque na última hora consegui ler que ele passaria na avenida Alfonso Bovero. Mesmo assim, antes de subir, perguntei ao motorista se ele passava por ela e ele confirmou. Subi. O ônibus seguiu em frente, mas não continuou na Doutor Arnaldo, entrou à esquerda na rua Heitor Penteado. Aí eu achei o roteiro, rua por rua, sobre a porta de saída e fui lendo. Ele realmente retornaria à Doutor Arnaldo pela rua Apinagés, mas antes de chegar a ela ele dava outra volta, entrando na Alfonso Bovero pelo início.

Muito estranho. Muitas voltas por ruas estreitas e cheias de ladeiras. Será que compensa financeiramente? Para os passageiros, certamente, uma encheção de saco. Desci na esquina da rua Diana e andei um quarteirão e pouco para chegar no endereço da rua Tavares Bastos. Esses trajetos de ônibus cheios de curvas inúteis são espantosos. Certamente em horas de mais tráfego ajudam a congestionar a região.

Reclamações minhas à parte, passei por alguns trechos de ruas por onde não passava havia muitos anos. Prestei atenção em pequenos detalhes pelo caminho, mas o que mais me agradou foram as construções antigas que existem no velho pátio do reservatório da SABESP na esquina das avenidas Doutor Arnaldo e Alfonso Bovero, em frente ao velho edifício que abrigava a extinta TV Tupi. Como sempre passava por ali de carro, nunca tive tempo de reparar além-muros nos detalhes antigos e muito bem conservados das edificações ali dentro.

6 comentários:

  1. Curiosamente, no Estadão deste domingo, dia seguinte a esta postagem, saiu uma reportagem sobre a demora de deteerminados trajetos de ônibus pela cidade.

    ResponderExcluir
  2. O sistema de ônibus de São Paulo sempre foi ruim, desde a chegada dos primeiros ônibus à cidade.

    A criação da CMTC em 1947, deu um novo alento ao sistema, porém esse período de investimentos no sistema foi muito efêmero.

    Quando o sistema poderia ser modernizado nos anos 60, a prefeitura priorizou o metrô e assim abandonou os ônibus e sucateou os bondes (até sua extinção). Depois tentou modernizar o sistema de ônibus, mas sem mesma atenção e investimento dispensados ao metrô e assim nunca conseguiu implantar um sistema de ônibus decente.

    As vezes eu penso: será que valeu a pena para a cidade implantar o metrô antes de pensar em modernizar o sistema de ônibus e o de bondes?

    Se o sistema de ônibus e bondes fosse modernizado, será que teríamos tanta necessidade de construir várias linhas de metrô em São Paulo nos dias de hoje?

    O primeiro projeto do metrô elaborado pelo engenheiro Mário Lopes Leão à pedido da prefeitura em 1943, previa a criação de uma rede de metrô (com um anel metroviário no centro velho) integrada ao sistema de bondes e ônibus existente além de sugerir melhorias à esses sistemas. Nessa época a cidade contava com mais de 300km de linhas de bonde e mais de 3000 ônibus.

    Curitiba seguiu um caminho inverso. Ao invés de implantar o metrô nos anos 70 (como SP e Rio), preferiu investir na modernização do sistema de ônibus , além de um projeto urbanístico avançado (para a época) e assim criou a RIT (rede integrada de transportes) e o sistema BRT (Bus rapid transit), hoje utilizado em várias cidades do mundo.

    Hoje Curitiba se prepara para construir sua primeira linha de metrô, que quando pronta se juntará ao excelente sistema de ônibus da cidade, formando uma perfeita rede integrada de transportes coletivos.

    Apesar desse sucesso, Curitiba cometeu 2 erros: não implantou trólebus na RIT e desativou o sistema de bondes em 1952. . .

    ResponderExcluir
  3. Ralph,

    Os ônibus intermunicipais são identificados por serem de cores azul e cinza, todos.

    Já os de São Paulo são brancos atrás e na frente da cor que determina sua região de origem: Amarelo - Zona Leste
    Azul Marinho - Zona Norte
    Verde - Zona Oeste
    Azul Claro - Zona Sul
    Vermelho - Zona Sudeste

    No caso dos ônibus eu discordo um pouco de você, acho bastante fácil identificar se o ônibus é intermunicipal ou não, e todos os intermunicipais estão escrito "intermunicipal" ao lado da porta dianteira, logo acima da placa de itinerário.

    Porém concordo com duas coisas: É dificil descobrir que ônibus para em qual ponto. as placas que ficam afixadas nas paradas ou foram arrancadas ou depredadas.

    E também está na hora do bilhete único funcionar em qualquer ônibus, seja ele municipal ou intermunicipal.

    ResponderExcluir
  4. Douglas, desde que v. ande bastante de onibus, tá bem... mas para quem anda pouco, se ferra! Abraços

    ResponderExcluir
  5. Nossos dois avatares estão pensativos! rsrs

    ResponderExcluir
  6. Há uma linha intermunicipal na Faria Lima que não é cinza, é azul e pintada de uma forma razoavelmente parecida com a dos ônibus paulistanos. Não sei se está integrada ao bilhete único, mas a tarifa é mais cara (R$ 2,50, se não me engano).

    ResponderExcluir