Foto: Folhapress
Pois é, o cordão dos Trilhos do Mal ganha cada vez aumenta mais. Bastou um trem da ALL sair da linha e entrar em casas na zona urbana de Rio Preto há uns dois meses, que a prefeitura agora quer gastar uma fortuna para tirar a linha e fazer uma variante por fora da cidade.
Não que o acidente não tenha sido grave. Matou gente, e isto é lamentável. Porém, todos nós sabemos qual é a mautenção que a ALL dá a seus trens e vias permanentes, principalmente em São Paulo, a "casa da sogra" da concessionária. Curiosamente, é o unico Estado em sua malha em que ela opera em bitola larga de 1,60 m, teoricamente a mais segura das duas bitolas que ela usa - a outra é a métrica.
A solução é como aquela em que você acaba com os ônibus e caminhões na cidade porque os motoristas bêbados subbiram na calçada e mataram pessoas. Não, não estou afirmando que o maquinista da ALL estivesse bêbado. Ele não estava. O problema, mesmo, nesse caso, é o estado da via permanente da ferrovia, bem como no caso do ônibus e do caminhão poderiam ser a manutenção do freio ou a embriaguez de seus condutores.
Só que esse tipo de providência absurda somente acaba com trens - nunca com veículos sobre rodas de borracha. Curioso, não é? O que é que nós, brasileiros, temos para pensarmos que somos o único povo do mundo que estamos certos em não ter trens?
A reportagem, de o Diário de S. Paulo de 05/02/2014, diz (veja transcrição abaixo):
Prefeito de Rio Preto apela a Dilma para tirar trilho
"O prefeito de Rio Preto protocolou no gabinete da presidente Dilma pedido para que a obra do contorno ferroviário, que vai desviar a linha de trem do perímetro urbano, seja incluída no PAC. A solicitação acontece 70 dias (o acidente foi em 25 de novembro de 2013) depois da tragédia com trem que matou oito pessoas no Jardim Conceição. Duas casas foram destruídas.
No pedido entregue em Brasília, Valdomiro diz que por dia passam 17 composições dentro da cidade, com 80 vagões. 'A possibilidade de uma tragédia era concreta, o que de fato aconteceu', diz o prefeito. Valdomiro ainda afirma que 'outros acidentes vêm ocorrendo' ao longo de vários anos nas 15 passagens em nível existentes no trecho que cruza a cidade. O prefeito ainda lista que há risco de tragédia que possa atingir represa ou terminal rodoviário. Aponta também que em 2009 apresentou estudo no Ministério dos Transportes para o contorno.
O projeto, no entanto, está parado todos esses anos no governo federal. O contorno é estimado em cerca de R$ 300 milhões. A prefeitura quer usar a linha atual para veículo leve sobre trilhos.
Laudo encomendado pela ALL ao IPT, de São Paulo, divulgado pela TV TEM ontem, aponta que o terreno estava “saturado” por causa de infiltrações. O terreno teria afundado. A polícia apura o caso e já apontou que o trem estava em velocidade acima do permitido. A ANTT também já disse o mesmo."
Quem banca isto - se acontecer - será o governo federal. Nós, que não vivemos em Rio Preto e não elegemos esse prefeito, não somos acionistas da ALL, é que vamos bancar a falta de manutenção da ALL a 500 km de São Paulo. Ou ela, ou o governo federal (não neste caso, pois manutenção não é para ser feito pela concessionária?) deveriam fazer isso, não é?
Não se falou, claro, em usar os trilhos que passam pela cidade para transporte de passageiros metropolitano ou com veículos leves sobre trilhos - VLT. Quem se importa com isto, se existem ônibus sacolejantes para fazer isto?
domingo, 9 de março de 2014
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