domingo, 13 de janeiro de 2013

PROPAGANDA DAS RUSSAS DA PAULISTA


Em 1952, quando as ferrovias ainda eram algo sério neste país (embora claramente em decadência), publicar propaganda (reclames, como eram chamados) nos jornais enaltecendo os produtos e serviços de uma delas era algo que valia a pena.

Vejam este reclame da Companhia Paulista, na época, considerada a melhor ferrovia do país, onde os rolamentos que compunham a locomotiva e os carros Pullmann que ela tracionava eram quem deve ter preparado e publicado a propaganda na Folha da Manhã (hoje Folha de S. Paulo) do dia 24 de julho. Deve ter havido entendimentos tamto com a GE, fabricante da locomotiva - conhecida popularmente como "Russa", mas que, para os puristas sempre será a GE 2-D+D-2 - , quanto com o fabricante Pullmann e a própria Companhia Paulista. Esta certamente teria apreciado bastante aparecer na propaganda.

Tanto fazia que a "Russa" não puxava carros de passageiros (ela era somente utilizada em cargueiros, dada a alta potência) e que nas linhas eletrificadas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro não existia nenhum túnel (está bem, havia um túnel na linha da E. F. Santos a Jundiaí, por onde a Paulista era obrigada a passar - o de Botujuru), mas tinha de o fazer com locomotivas desta última em grande parte das vezes e sempre com tripulação da "outra". Em Jundiaí aconteciam as trocas.

Somente por curiosidade, o que teria acontecido com essa locomotiva especificamente, a qual tem a numeração 451 no raclame? Ela foi adquirida menos de um ano antes pela CP, importada dos Estados Unidos. Não, não era russa - esta é outra história. Depois, em 1973, já depois, portanto, que a FEPASA incorporou a CP e outras quatro ferrovias paulistas, a mesma locomotiva foi fotografada em Jundiaí pelo Ivanir Barbosa, ainda com os logotipos da sagrada Paulista (veja abaixo).

E, finalmente, ela mesmo (abaixo), já com a pintura da FEPASA, fotografada por Kleber Ragassi, abandonada em Triagem, Bauru. Vejam abaixo. O nariz já era diferente. A numeração "6451" em 1973  e no início dos anos 2000 era a numeração da Fepasa, que neste caso adicionou um "6" à frente do número original da Paulista.

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