sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
ARRANQUEMOS TUDO!!!
Há pouco mais de sessenta anos, um vereador da Câmara Municipal de São Paulo, o engenheiro Joaquim Tomé Filho, que também pertencia à Comissão de Urbanismo e Obras da Edilidade, prestou declarações afirmando que "a questão do trânsito em São Paulo não era problema de fácil solução".
Afora a afirmativa óbvia - não era preciso ser engenheiro para perceber isso (e olhem que o ano era 1952, quando o trânsito de veículos na zona central de São Paulo já era terrível, mas pelo menos ainda não se espalhava pelo município inteiro como é hoje) -, ele continuava, defendendo a imediata retirada não só dos trilhos da Cantareira como das linhas da Central, Santos- Jundiaí e Sorocabana (que formam as linhas da CPTM de hoje). Nessa época, a Sorocabana estava também construindo a linha do rio Pinheiros, que seria entregue em 1957.
No lugar das linhas, seriam construídas... avenidas. A justificativa: a rede teria de ser aumentada para fazer o mesmo efeito que faria a construção de avenidas não somente no seu lugar, mas também no restante do município. E continuava: além dísso, o aumento da rede custaria "bilhões de cruzeiros", e "com muito menos" poderíamos construir pelo menos cinquenta avenidas!
Hoje, realmente pode-se ver o que seria da cidade se não tivesse o pouco de linhas que tem de CPTM (não teria nada, se tivessem sido arrancadas) e de metrô, que finalmente surgiram mais de vinte anos depois. Por outro lado, as "cinquenta avenidas" certamente foram construídas - e muitas mais - e vejam no que resultou o planejamento - se é que houve - errado.
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Destruir é mais fácil do que construir!
ResponderExcluirA falta de planejamento e visão a longo prazo fazem com que o Brasil perca tempo e oportunidades para melhorar a qualidade de vida da população.
Estes imbecis vêm de longe, e imagine que esta semana, aqui em Tupã, um "entendido" estava falando na rádio da cidade que era preciso "arrancar os trilhos" da ferrovia, alegando que eles dividiam a cidade e eram um transtorno para a população. A antiga linha da Paulista já passa em um setor onde pega pouco a cidade, e o sujeito ainda alegava que se houvesse uma avenida no lugar dos trilhos, seria muito mais útil, pois melhoraria as condições de tráfego da região. Que região: há poucos bairros "além-trilhos", na zona sul, com um número razoável de passagens, e a tal avenida seria ainda curta. Pessoas de "visão" andam em falta neste país, e pelo visto, sempre faltaram...
ResponderExcluirCretino mesmo. Esse cara não vê o que vai pelo mundo. Avenidas são consideradas hoje foco de deterioração rápida. E eu conheço Tupã, realmente, dizer que a linha "cruza a cidade" é meio forçar a barra. Uma pena que ainda haja estúpidos desse tipo.
ResponderExcluirAdriano, sugiro que v. procure em meu blog um artigo sobre o ramal de Sertãozinho publicado em 2012, acho que no inicio do ano, em que um procurador do MP da cidade fala, bem embasado, sobre o absurdo de se retirar trilhos para fazer avenidas.
ResponderExcluirEu lembro desse artigo, referente às áreas do ramal em Ribeirão Preto. Felizmente, a coisa não foi para a frente ali, resta saber até quando...nossos políticos quando invocam com alguma coisa, costumam dar um jeito de ir em frente, só por desforra, para mostrar que a vontade que vale é a deles, e a do povo que se dane...
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