Subestação de Apuãs, em Botucatu, em foto tirada ontem, dia 8/3/2011 (Foto Leandro Gouveia)
Hoje recebi fotografias de uma subestação de energia da Sorocabana. Mais especificamente, a de Apuãs, já na Serra de Botucatu. O local - ela fica ao lado da estação ferroviária do mesmo nome, do qual hoje sobram apenas ruínas - é de dificílimo acesso por carro: quem vai tem de parar o carro em outro ponto e seguir a pé.
Estas subestações se destinavam a fazer funcionar (elas têm uma função específica, que não é, claro, o de gerar a energia elétrica necessária, mas não sei descrever isto em detalhes) a eletrificação das linhas da ferrovia, eletrificação esta que, no trecho em questão, começou a funcionar em 1952. Há subestações mais antigas na linha da Sorocabana, que começaram a operar em 1944, no primeiro trecho eletrificado entre São Paulo e Santo Antonio (hoje Iperó).
Subestação do Espraiado, em Brotas
São prédios relativamente altos, que concentram instalações elétricas, fiação e transformadores de energia. Estes necessitam de óleo ascarel e também de mercúrio - um metal líquido bonito de se ver e de mexer, mas venenoso feito a peste - para seu funcionamento. Com o fechamento da eletrificação das linhas da FEPASA no início de 1999, elas foram fechadas e abandonadas. Logo em seguida, muitas foram invadidas por vândalos e ladrões. Um dos casos aconteceu na subestação de Pantojo, no município de Mairinque. Também ocorreu na de Varnhagen, na Fazenda Ipanema. O óleo ascarel e o mercúrio, claro, contaminou os invasores que neles tocaram e virou caso de polícia.
Subestação de Pantojo, em Mairinque, ao lado da Raposo Tavares
Lembro-me da notícia no rádio, em 2001. O locutor informava a invasão e a depredação de uma das duas (creio que foi Pantojo) e entrevistou um funcionário da RFFSA, que, desde meados de 1998, passou a ser a dona das instalações, com a absorção do cadáver da FEPASA. O tal funcionário, sediado então ainda na Estação Júlio Prestes, respondeu que "esse havia sido um caso isolado, pois a RFFSA mantinha guarda em volta de todos os seus bens. Um mentiroso de marca maior, a empresa jamais pôs guardas em local algum, haja vista a depredação constante de seus bens.
Subestação do Ouro, em 2001. Hoje está em ruínas (Foto Edson Castro)
Diversas dessas subestações desativadas foram invadidas e depredadas. Vi fotos e estive em algumas que sofrerem nas mãos dos vândalos, todas da Sorocabana ou da Cia. Paulista: Pantojo, Aimorés (Bauru), Ouro (Araraquara), Espraiado (Brotas)... há muitas outras. Literalmente, essas construções, em ruínas ou não, não servem hoje para nada. Algumas - não é o caso da de Apuãs - são razoavelmente bonitas por fora, como no caso da de Pantojo. Outras, nem isso. Continuam, porém sendo perigosas, pois há resquícios dos materiais citados. Não havia guardas em 2001, não há hoje.
quarta-feira, 9 de março de 2011
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Olá Ralph, conheço muito pouco sobre á Sorocabana...mas pelo artigo!!! dá pra se ter uma visão muito boa em relação aos fatos... bom este metal liquído era o mesmo daquele acidente! que houve em Goiania??? alias o de Goiania parece que era um pó azul....
ResponderExcluirRodrigo, mercúrio é um dos dois únicos metais que são líquidos a temperatura ambiente. Ele é altamente tóxico ao organismo. Nada a ver com o metal radioativo Césio-137. (Por acaso, sou químico).
ResponderExcluirRalph... tá explicado!
ResponderExcluiras sub estaçoes da efs e cp eram relativamente iguais em funcionamento apesar de compartilharem material da westinghouse e ge seu funcionamento e bastante simples ela recebia 50mil volts em corrente alternada e transformava em 3mil volts corrente continua, os transformadores (estes contem mercurio e oleo ascarel) fazem o trabalho de diminuir essa tenção depois vinham os grupos moto geradores e por fim os retificadores.
ResponderExcluirsegundo informaçoes do dnit nao houve sequer um leilao de material de subestaçoes comclusao se nao ta la e pq roubaram
Será que corre o perigo de haver óleo ascarel nestes trafos?
ResponderExcluirE roubaram muito. Depredaram também. Uma vergonha.
ResponderExcluirOlá é quase isso que o LS descreveu.
ResponderExcluirA Substação retificadora, ou seja, recebe tensão em corrente alternada e a "tansforma" em corrente contínua, ou seja ele retificava de 1/2 onda para onda completa.
Ps a sub de Conchas Sp, recebia 88 mil vots da rede da CESP, e fazia todo este trabalho aeh
Sei que todo os equipamentos de dentro da sub, vieram da Inglaterra, e tinham um complexo sistema de funcionamento.
Ps meu pai foi eletricista de manutenção de substação, tendo inclusive trabalhado nesta de Ãpuans
att
ahh, o que contém mercúrio é a ponte retificadora e que contém ascarel eram os transformadores
ResponderExcluirJudiação em Pederneiras aqui perto de Bauru também tem uma abandonada, anos, décadas de dinheiro investido para os tucanos em pouco tempo acabar com tudo, isso é a FEPASA, mas se falarmos da CESP então, que foi entregue para grupos que só tiram lucros, eu sonharia em ver novamente os três pátios de manobra de Bauru cheios de trens, aqui tinha a E.F. Sorocabana, Companhia Paulista, e a E.F. Noroeste do Brasil, o dinheiro investido foi de um século inteiro para esses políticos safados construírem praças de pedágios, até quando, o Brasil esta com um atraso de mais de 40 anos em logística, como um pais vai importar e exportar desse jeito?
ResponderExcluirOlá, Ralfh! Morei nesta casa http://vfco.brazilia.jor.br/estacoes-ferroviarias/1986-Fepasa-UR3/fotos/estacao-ferroviaria-Espraiado-UR3-Fepasa-1986-subestacao-retificadora.jpg , 1967 a 1077, meu pai era encarregado da Subestação do Espraiado, em Brotas; acompanhou a montagem de um novo gerador, mas nunca ouvi falar de óleo ascarel e de mercúrio .....
ResponderExcluirOlá, Ralph! Vivi minha infância aqui nessa casa em Subestação do Espraiado, em Brotas https://www.google.com.br/search?q=espraiado+brotas+sp&espv=2&biw=1093&bih=514&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0CCUQsARqFQoTCJ_tr__U1sgCFUsXkAodsTQNMw#imgrc=xoQ8qJMv_SmVKM%3A
ResponderExcluirMeu pai era encarregado da subestação e acompanhou a troca de novos geradores..... eu nuca ouvi que haviam óleo ascarel e também de mercúrio..... Era muito lindo por dentro tudo em bronze, o chão brilhava, o pessoal da manutenção caprichavam, muita saudades e tristeza pelo destino.
Matéria paga do governo Ademar de Barros na Folha da Manhã de 25.01.1941, sobre a eletrificação da Sorocabana:
ResponderExcluirhttp://acervo.folha.uol.com.br/fdm/1941/01/25/1/
uma pergunta: Sou colecionador de material elétrico antigo, principalmente isoladores, gostaria de saber se há muitos abandonados nestes locais? Será uma honra eu ter em minha coleção um isolador que pertenceu a Fepasa
ResponderExcluirRalph, a subestação de São Carlos que era enorme foi totalmente devastada por vândalos. No local hoje existe apenas terra batida!
ResponderExcluirRalph, eu sei que a subestação de Cordeirópolis, parece que ainda é a menos vandalizada. Mas vale a pena conferir.
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