terça-feira, 31 de agosto de 2010

FALÊNCIA


A que ponto chegamos.

Hoje eu fui a uma delegacia de polícia de trânsito retirar cópia do boletim de ocorrência de um acidente de carro sofrido por minha nora. Ela me deu uma procuração para que eu pudesse retirar a cópia. Para que procuração, realmente não sei. Não sei por que qualquer pessoa não pode tirar essa cópia, não consigo imaginar que problema isso poderia causar.

O atendimento foi muito bom. Policiais de trânsito, mulheres e homens, muito bem educados, todos me deram boa tarde na sala de espera quando passavam, com um sorriso no rosto. Todos foram muito bem educados.

Porém, isso não impede absurdos: primeiro, a policial que me atendeu perguntou qual foi o dia do acidente. Eu não sabia. Ela disse que somente poderia localizar o B. O. original com a data, embora houvesse um número, que eu forneci a ela junto com a procuração. Ela me disse que havia "milhares" de B. O.s e que somente com a data ela poderia identificar. Não consigo entender. Então, o número serve para que? Não há uma sequência numérica de arquivo?

Telefonei para meu filho, que falou com a esposa e me passaram a data. Aí, eles encontraram o boletim. Então, a policial me disse que eu precisaria tirar uma cópia xerox do boletim e voltar ali para eles autenticarem e me entragar essa cópia. Interessante. Eles me disseram onde era a papelaria que tinha a máquina mais próxima dali. É uma zona residencial, o distrito fica no Parque Villa-Lobos. Em volta não há comércio.

Peguei o carro e fui. Era na rua Pio XI. De carro, relativamente próximo. A pé, seriam pelo menos quinze ou vinte minutos de caminhada, em aclive, só para ir. Tirei a cópia, paguei 1 real e voltei. Ela então carimbou (autenticou) a cópia e me a entregou.

Parece piada, não? Não existe máquina copiadora no distrito. Típica economia de custos mesquinha, típica de funcionalismo público. E eu havia pensado em ir de metrô para lá, desistindo porque teria de caminhar demais para chegar da estação Jaguaré ao outro lado do parque, onde é a entrada. Imagine se houvesse ido assim mesmo. Teria levado mais da metade da tarde.

Aí começo a extrapolar. Como será o resto da polícia, em sentido de burocracia? Daqui a pouco vão pedir para o preso comprar suas algemas e voltar com elas para ser algemado. Realmente, apesar da extrema educação e cortesia dos policiais daquele distrito, não dá para ter confiança na segurança atual. E ninguém liga para ela. Governos continuam a dizer que ela está ótima, mas ou são cegos ou são mentirosos mesmo. Fico com a segunda hipótese. E São Paulo é o estado mais rico da federação, disparado...

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