quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

NOVAS LOROTAS, AS LOROTAS DE SEMPRE

O que se quer fazer e usar entre Luiziania e Brasilia.

Campos, no Rio de Janeiro, também conhecida como Campos de Goitacazes, e Luiziânia, em Goiás, não muito longe do Distrito Federal, alardeiam, pelo menos pelas imprensas locais, que vão investir em trens de passageiros num futuro próximo, aproveitando as linhas que já existem.

Mais uma vez se ouvem histórias como essas, que se avolumam em épocas eleitorais, como neste ano.

Os trens de passageiros foram eliminados há anos neste país e ninguém ligou muito, ou nada. Até trens metropolitanos chegaram a ser eliminados (remember Curitiba, Belo Horizonte e Niterói) sem grandes reclamações. Agora todos querem trens de volta: usuários e os políticos, muitas vezes o político e o cidadão que nada fez quando lhe tiraram os trens.

Ambas as linhas já foram utilizadas por passageiros. Campos, até os anos 1980, tinha o trem que fazia Rio de Janeiro-Campos-Vitória. Depois, em 2007, se não me engano, a cidade teve trens metropolitanos improvisados durante alguns neses por causa da queda da ponte rodoviária sobre o rio Paraíba do Sul depois de uma enchente: a ponte ferroviária resistiu e convenceram a FCA - concessionária da linha - a utilizar uma de suas locomotivas com carros que vieram da já extinta linha de Niterói para facilitar a vida de quem cruzava o rio. O trem acabou sob protestos depois que a ponte foi consertada.

Mesmo sendo Campos um município extenso onde a antiga Linha do Litoral, da extinta Leopoldina, tinha diversas estações, a prefeitura quer usar apenas 15 quilômetros da linha, de Ururaí ao Jardim Novo Mundo. A linha em Campos tem mais de cem quilômetros de extensão, passando por bairros afastados com estações, que são, fora a estação central de Campos, as seguintes doze: Dores do Macabu, Guriri, Cupim, Travessão, Guandu, Conselheiro Josino, Morro do Côco, Guarutaia, Murundu, Santa Bárbara, Santa Maria e Santo Eduardo. Por que não atendê-los também?

Nota: a FCA não opera mais a linha do Litoral, portanto desta vez fica difícil de negar o seu uso para trens de passageiros. O problema é mais saber se as intenções do prefeito são mesmo sérias.

Em Luiziânia, são 60 quilômetros entre a cidade e Brasilia. Os ônibus são caros. O trem seria mais barato? É o que dizem. O trem passa pelo Jardim Ingá, ou Jardim Ipê, onde a estação está abandonada desde o fim dos trens por volta de 1990. O centro de Luiziânia não está tão perto da linha assim. A FCA ainda opera a linha com areia e combustível. Concessionárias têm sido refratárias até com a cessão de pequenos trechos de linha para trens turísticos que querem operar uma, duas vezes por mês. Imaginem todos os dias. A própria reportagem que cita o trem mostra que os moradoores, potenciais usuários, duvidam de que isso venha a sair.

Tudo isso cheira a lorota. E que Deus salve o Brasil.

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