Folha de S. Paulo, 24/6/1961.
Lembram-se daquele filme com o Arnold Schwarzenegger, "Mentiras Verdadeiras", ou "True Lies", em inglês? A frase é dpubia, certo:
Em português, no entanto, falar-se colocando o adjetivo no início da frase, ou seja, especificamente "Verdadeiras Mentiras" é diferente de "Mentiras Verdadeiras". Nós, brasileiros, conseguimos perceber a diferença, já que podemos, em muitos casos, colocadr o adjetivo antes ou depois do substantivo.
Foram verdadeiras mentiras o que se publicou sobre diversas ferrovias no início dos anos 1960. Muitas eram "verdades verdadeiras", mas, em alguns casos, eram "verdadeiras mentiras" mesmo. Como a que está lá no topo, uma pequena nota no jornal Folha de S. Paulo publicada em 24 de junho de 1961. Não creio que fosse o jornal que estivesse mentindo; a notícia que passaram a ele é que era uma mentira deslavada que o jornal ingenuamente reproduziu.
Meu bisavô, Guilherme Giesbrecht, nos tempos áureos da "Baiminas", foi seu diretor, bem como, antes, participara dos projetos de prolongamento da estrada. Como, por exemplo, em 1924, quando se procurava ligar a estrada, que era uma ferrovia isolada, a Montes Claros - coisa que jamais aconteceu. Leia algo sobre isto numa postagem que escrevi há pouco mais de um ano.
A Bahia-Minas, nesse tempo, era uma ferrovia mais do que falida. Para recuperá-la, só mesmo construindo-a de novo. Porém, numa das regiões mais pobres da Bahia e de Minas Gerais, quem iria fazer isso naqueles tempos em que tudo o que se fazia era olhar para as estradas de ferro com desdém? Quem acompanhava o assunto certamente não acreditava no que lia. Mas como havia os incautos qua ainda dependiam dela, os políticos se aproveitavam e lançavam no ar promessas que não pretendiam transformar em realidade. A EFBM acabou em 1966.
Na mesma época, falava-se muito em recuperar a Cantareira, da Sorocabana. Mas poucos não viam que ela estava perto do fim - acabou em 1965. A E. F. de Bragança, no Pará, também ouviu muitas promessas. Em 1961, a estação de São Braz, em Belém foi ligada ao porto - incrível, não era! Para que, se acabou em 1965?
E certamente algumas outras eram citadas. Enquanto isso, primeiro os "ramaizinhos", depois os "ramaizões" continuavam a ir para o saco, tanto fazendo a que ferrovia pertencia.
E o povo olhando. Pouco reagia. Deu no que deu.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
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