O larguinho que não existe mais, em foto de hoje. Atrás do último carro estacionado, o curto trecho de menos de 20 metros da rua Pombal que sobrou ali. Onde está o primeiro carro estacionado (escuro) é o final da Veríssimo Glória. Ao fundo da foto, para lá das árvores, o enorme leito da atual avenida Sumaré.
Hoje fui visitar minha mãe no bairro do Sumaré, em São Paulo. Ela mora desde 1950 na rua Teffé, na mesma casa. Foi lá que nasci e passei minha infância. Morei lá até os 22 anos, quando me casei. Fui lá de metrô. Peguei-o na estação Faria Lima, subi até a Paulista (são 3 minutos e meio) e de lá peguei o outro trem para a estação Sumaré. Desci na avenida Doutor Arnaldo e andei ladeira abaixo até a rua Teffé.
Parte do bairro do Sumaré em 1930 (Sara Brasil). O bairro foi criado dois anos antes. Havia pouquíssimas construções. O larguinho das 4 ruas já existia, pelo menos no mapa. Para quem conhece, duas curiosidades: o trecho entre essa rua Macaé e a rua Cardoso de Almeida não existe hoje (terá existido um dia? No meu tempo não existia). A outra: o segundo trecho dela, em "u", iniciando e terminando na Cardoso, é a atual Tácito de Almeida. Já era quando eu era criança.
Lembrei-me que ela saía de um larguinho que não tinha nome, quando eu era jovem. Quatro ruas se cruzavam nesse larguinho: a avenida Sumaré, ainda estreita (embora mais largas que as outras ruas), a rua Pombal, a rua Teffé e a rua Veríssimo Glória, que terminavam ali. Eu cruzava o largo de bicicleta quando ia visitar alguns amigos que moravam no Pacaembu. Eu prestava bastante atenção com o trânsito ali, mas a quantidade de automóveis que ali cruzava ainda era muito pequena.
Em 1966, a tal rua Macaé não mais existia no mapa, mas aparece a Veríssimo Glória. O larguinho das quatro ruas está ainda lá (embaixo do "2") e a Tácito de Almeida tem o nome trocado com a Cardoso (posso garantir que na prática não era assim).
Em meados dos anos 1970, passaram ali a ligação da rua Henrique Schaumann com a avenida Sumaré. Desapropriações mil, rasgaram a rua Pombal em duas, alargaram a Sumaré, derrubando todas as casas do lado par entre as ruas Grajaú e Pombal, do lado ímpar entre a Atalaia e a Teffé e, para fazer a Doutor Arnaldo, lá em cima, passar pelo buraco que se criou com a avenida em baixo (nomeada de Paulo VI, que morreu quando estavam terminando a obra em 1978), construíram um enorme viaduto. No final dos anos 1980, debaixo deste, passaram a linha do metrô para a Vila Madalena e construíram a estação Sumaré, ali pendurada.
Todos esses dados de datas e fatos tirei da minha memória.
1997 (hoje é igual): Já não há mais larguinho e uma enorme avenida com viaduto e estação de metrô corta o antigo lugar calmíssimo de outrora. A rua Pombal nem aparece mais no mapa, embora exista num trecho mínimo, junto à Veríssimo Glória.
O larguinho desapareceu. Mais ou menos no seu lugar, existe hoje um outro largo bem maior, com o nome de Marcia Mammana. Carros vêm com alta velocidade, um monte deles, só parando num semaforo que há em frente ao final da rua Teffé. Do lado de lá da avenida Sumaré, ou Paulo VI, sei lá, uma encosta enorme sem casas. Ainda existem restos de fundos de fundações de algumas ali. Da rua Pombal sobrou um pedacinho só. O trecho da Sumaré entre a Teffé e o seu final, na Tácito de Almeida, não foi alargado e passou a se chamar Olavo Freire, que, aliás, era o nome primitivo da rua Veríssimo Glória, ladeirão que continua ali inteira.
Tirei uma foto hoje ali, mas, do larguinho antigo que existiu até por volta de 1975, não tenho fotografia alguma, exceto lembranças na minha mente.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
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Foi difícil achar o trecho que você falava... Tentei ir de cara no google maps depois de ver a foto e nada... :P
ResponderExcluirSó mesmo lendo o post todo é que conseguir visualizar.
Triste história, mas que bom que existe a memória.
abs