quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

PARA QUE ORIENTAR SE PODEMOS DESORIENTAR?

A rua Olimpíadas também inunda. Tão nova - foi aberta alargada em novembro de 2009 - e já enche de água (Jolevier/http://mais.uol.com.br/view)

Hoje lá fui eu procurar uma pessoa na rua Olimpíadas, 100, na Vila Olímpia. A questão era como chegar ali, visto que as ruas nesse bairro são estreitas, todas com mão única, sem lugares para estacionar e no caso da Olimpíadas, sem saber exatamente onde ela estava e onde começava - por causa do número. Conheço bem São Paulo, mas às vezes descubro que nem tanto assim, ainda mais num bairro que recentemente teve algumas ruas alargadas com canteiro central e tudo - e que tem algumas ruas que terminam no meio do quarteirão e de repente começa outra (ou seja, o nome muda sem qualquer motivo, a não ser histórico - falei sobre isso em uma postagem anterior).

A Olimpíadas é uma delas. Fui pela avenida Juscelino, vindo pelo túnel, mas não pude entrar na primeira rua, que era contra-mão. A rua seguinte era a Faria Lima. Tomei-a à direita, mas as primeiras duas ruas também eram contra-mão no sentido da Vila Olímpia. Entrei na outra rua e caí na que supus que fosse a Olimpíadas, já que meu filho havia me dito que ela é uma das ruas que foi alargada, que tinha o hotel Caesar Park, etc.

Não há uma placa de nome nessa rua - que é uma avenida, na verdade. A única que achei era uma placa com o nome de uma praça (para que? Só pra atrapalhar, pois a praça não tem endereços com o seu nome). Segui, passei em frente ao número cem e não vi, pois o número do outro lado da rua, que é exatamente o hotel, tinha escrito bem grande: 205. Ora, o 100 não pode ser em frente ao 205, numa numeração métrica como o é em São Paulo.

Mas era. Descobri isso depois de dar duas voltas no bairro. E incrível: havia um lugar para parar em frente ao prédio, na rua. Não era proibido (depois descobri que era, mas a placa confusa depois do ponto de onde estacionei me confundiu). Não fui multado, embora junto ao meu carro houvesse pelo menos dez motos em diagonal ocupando o espaço de pelo menos dois carros estacionados.

Portanto, mais três causas para a desorientação em São Paulo só nesta pequena aventura: rua sem placa, numeração errada e ilógica e praças sem razão de terem nome.

Mas aí me lembrei de outras coisas que alguns conhecidos meus comentaram outro dia: o Shopping Morumbi não fica no Morumbi, mas no Brooklyn, do outro lado do rio em relação ao rio Pinheiros. Na verdade, não fica nem junto à avenida Morumbi, que, saindo do bairro do mesmo nome, cruza o rio para terminar na avenida Santo Amaro, no Brooklyn (Sim, São Paulo tem um bairro - aliás, três - com o mesmo nome do bairro de Nova York, que, no caso, inventou o nome, corruptela de "broken land", terra quebrada). Também se chama Hilton Morumbi o hotel na Marginal, do lado da Berrini. Por que não Hilton Berrini? Para quem não conhece bem a cidade, isto atrapalha bastante.

E ontem isso se provou: minha filha foi numa festa de fim de ano no Espaço Villa-Lobos. Endereço: rua Gonçalo Ferreira. Alguém sabe onde fica essa rua? Não, com certeza, a maioria não sabe (eu não sei, ela não sabia). Ora, o Parque Villa-Lobos e o shopping do mesmo nome ficam na Marginal Esquerda do Pinheiros. O tal "espaço" fica no outro lado do rio, na primeira paralela à Marginal... Direita. Resultado: minha filha (e outros convidados) se perderam, procurando a rua do outro lado do rio. Claro, hoje existe GPS, existe guia de ruas, mas pouca gente tem ambos nos carros. Para que dificultar?

O Shopping Ibirapuera não fica no Ibirapuera. Com este nome, aliás, não existe um bairro na cidade. O Shopping tem esse nome provavelmente por causa da avenida que tem esse nome, onde fica a frente do mesmo. Porém, há gente que acha que o shopping fica perto do Parque Ibirapuera, este sim, muito conhecido e nada perto dali. Afinal, para que ser lógico se podemos ser ilógicos?

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