sexta-feira, 20 de março de 2009

DE SANTANA PARA SANTANA

Ontem à tarde fui ao Arquivo de Estado, na rua Voluntários da Pátria, lá em Santana. Não tem sido tão comum eu sair de carro dentro de São Paulo. O trânsito é péssimo (que novidade!) e já não tenho mais o pique de antes. Geralmente vou de ônibus a partir do escritório em Pinheiros, pois é mais fácil e rápido. Ele sobe bem depressinha a “canaleta” da Rebouças e, lá na Paulista, tomo o metrô. Uma baldeação na estação Paraíso e logo desço na estação Tietê, atrás do Arquivo.

Hoje fui de carro, pois acabei saindo tarde do escritório e do arquivo eu já poderia ir direto para casa, na outra Santana, a de Parnaíba. Por volta de 4 e meia, deixei o arquivo, peguei o carro e tomei a avenida Marginal do Tietê sentido Cebolão. Trânsito nem tão pesado, como costuma ser. Quer dizer, nem tão pesado para um paulistano. Para o meu amigo Ju, que nunca sai de Santa Cruz das Palmeiras, lá perto de Casa Branca, seria um verdadeiro inferno. Afinal, ele mora na avenida principal da cidade, a uma quadra e meia da Igreja Matriz e os carros passam por ali à base de 2 ou 3 por minuto.

Como já fazia um bom tempo que não andava por lá, vi as obras, já bastante adiantadas, da nova ponte da via Anhanguera sobre a Marginal, no local da velha, que hoje parece tão pequenininha debaixo daqueles monstrengos de concreto. Fica a pergunta do chato aqui de plantão: adianta fazer tudo isso? Se considerarmos que o trânsito na avenida Marginal é definido como algo quase apocalíptico, que adianta facilitar o acesso dos milhares de automóveis que vêm da Lapa ou do interior paulista a ela? Ou se expande a Marginal, ou se conclui o Rodoanel, do qual canso de ver projetos desde o final dos anos 1960 e até hoje não ficou pronto nem em um quarto dele, ou nada à volta dela vai servir para muita coisa. Está bem, não sou técnico, não entendo de construções de estradas, mas acompanho de bem perto o que se relaciona a São Paulo, suas ruas e seu tráfego já há mais de 45 anos. Lembro-me até hoje de ler mapas abertos do antigo Guia Levi no chão da sala de minha casa no Sumaré, para saber onde eram as ruas, avenidas e bairros da cidade de São Paulo, e no fim de semana pedindo para meu saudoso pai para me levar de carro em alguns desses lugares.

Passando a ponte, aparece (mais) um monumento ao desperdício de dinheiro e que pouca gente nota: uma ponte ferroviária abandonada sobre a Marginal. Logo depois da ponte da Anhanguera. Aquela foi construída em 1982 para substituir uma anterior, ao nível da avenida (os trilhos cruzavam as pistas) e situada pouco antes da ponte da Anhanguera e que servia para passar os trens da Armour, do outro lado do rio. Demolida nessa época, tiveram de fazer uma nova, que pouco funcionou, pois o ramal foi desativado. Reparem, há muito mato sobre a estreita ponte, e provavelmente, ela não tem mais os trilhos. Tristeza, bem brasileira.

Claro, segui viagem, cheguei em casa 15 minutos depois e mudei de assunto.

2 comentários:

  1. Ralph, sou eu, o Anderson de Nilópolis. Se quiser, visite o meu orkut, chama-se IMAGENS FERROVIÁRIAS com quase 800 fotos. Entre e fique a vontade. Se quiser, salve as imagens também

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  2. Anderson, salvar 800 imagens? Nem morto! Mas vou ver seu orkut sem duvida - Ralph

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