sábado, 2 de junho de 2012

UMA VIAGEM PELA VIA DUTRA

(Portal News Comex)

Voltando de São José dos Campos neste início de tarde pela Via Dutra, fui notando certas coisas interessantes e outras tragicômicas, estas últimas que teimam em acontecer na terrinha.

A primeira delas, já perto de Guararema, foi ver a pista da esquerda não andar e a da direita sim, para depois descobrir a causa: um automóvel velho (bem velho, provavelmente um Corcel, estava na pista da esquerda (lembrem-se que a Dutra somente tem duas pistas) e pifou, com seu motorista deixando o carro exatamente na hora em que passei ao lado dele. Como podem ainda carros deste jeito ainda trafegarem nas ruas e, principalmente nas estradas e, mais especificamente ainda, na esquerda na Dutra, talvez a mais movimentada rodovia do país inteiro?

Logo depois, o episódio se repetiu (é verdade que a história se repete, mas, tão rápido assim?), quando o causador foi um caminhão bastante largo, desses que ocupam mais de uma pista com cargas grandes, que trafegava... na esquerda!!! (e sem batedor), que cruzou a pista para parar em um posto de gasolina que, sabemos, sempre ficam à direita. Alô alô fiscalização, federal, no caso. Aliás, rodovias federais no Estado são imensa minoria. Geralmente, são as piores.

Dei uma rápida entrada em Santa Isabel... fazia trinta anos que não entrava na cidade. Não perdi nada. A cidade é horrível e a tendência é piorar. Nem parece uma das cidades mais antigas da Grande São Paulo. Construções antigas praticamente não existem e as pouquíssimas que ainda sobrevivem estão em mau estado. O resto, pr~edios de apartamentos com 3 a 4 andaes de um mau gosto infernal, despencando das encostas da cidade. Sabem qual seu apelido? "O Paraíso da Grande São Paulo"... Nem a pau. Quem foi o sujeito que inventou este jargão?

Um pouco à frente, exatamente onde está a plaqueta do km 200 na via Dutra, uma "descoberta": ali é o divortium aquarium das bacias dos rios Tietê e Paraíba do Sul. Ou seja, o divisor de águas, onde, se você derrama a água de um balde naquele ponto, parte desce para o vale do Tietê e parte para o vale do Paraíba. Uma das entradas para Arujá está antes da placa (sentido SP) e outra depois. A cidade está nas duas bacias...

Um pouco depois, passei pela ponte estaiada feita sobre a Dutra no município de Guarulhos. A pintura da parte vertical de concreto que segura os "cordões" metálicos está pintada de azul escuro. Pior não poderia ficar, ainda mais com letras enormes: "Cidade de Guarulhos". Terrível.

Cheguei a São Paulo, entrei na Marginal sentido Castelo Branco e passei pela ponte, também estaiada, da avenida do Estado. Curiosamente, nunca há tráfego sobre ela. É raríssimo ver algum carro cruzando-a. Significa, então, que, pelo menos até agora, tem sido inútil. Dinheiro jogado fora? E, sim, ela está aberta ao tráfego, ligando a pista esquerda da avenida do Estado à pista direita da Marginal do Tietê. À frente dela, o nome da ponte, numa placa: "Ponte Orestes Quercia". Engraçado. Este senhor, que foi deputado, senador e governador, caiu em desgraça desde pelo menos os anos 1980 por uma série de irregularidades de que foi acusado. Perdeu todas as eleições desde que deixou o cargo de governador. Morreu no ano passado. Afinal, com todas estas qualidades, está sendo homenageado exatamente por que, mesmo?

2 comentários:

  1. E pensar que a própria Dutra era uma rodovia péssima e mortal até 1996, quando a NovaDutra assumiu a via... Eu viajei muito na Dutra "era-DNER" e a rodovia era literalmente uma armadilha onde acidentes graves ocorriam todos os dias. Graças a Deus, a estrada melhorou muito e, hoje, a Régis Bittencourt está no mesmo caminho.

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    1. Sem dúvida, melhorou muito a Dutra, até a Regis melhorou. Mas ambas ainda estão longa das rodovias paulistas, infelizmente, principalmente a última.

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