Córrego do Curtume, sentido montante, visto do pontilhão da rua Lidia D. Maksoud, em 18/6/2012.
Pouca gente conhece ou já ouviu falar do córrego do Curtume - também chamado de Córrego do Pau Arcado. Este é mais um córrego paulistano, situado no Morumbi, região de Vila Andrade, fadado a desaparecer.
Ele acompanha a rua Itapaiuna, antiga Estrada do Morumbi ou Estrada da Penhinha, rua ligava a região de matas da Vila Andrade à ponte da João Dias. Hoje, ela está parcialmente duplicada, na frente do Colégio Visconde de Porto Seguro, unidade 2, e também na frente do condomínio que abriga 15 prédios de apartamentos residenciais de nome Villaggio Panamby, atrás do Parque Burle Marx.
Mapa de 2005 - nele pode ser visto o córrego, aqui nmomeado como do Pau Arcado, à esquerda. Para o sul, a foz no Pinheiros
Nesse trecho o córrego já desapareceu: foi canalizado e entubado ou debaixo da própria rua Itapaiuna ou a seu lado, mais provavelmente dentro do atual terreno do condomínio Villaggio citado acima. Ainda pode ser visto a céu aberto (veja a fotografia acima) no ponto em que passa por baixo de um pontilhão na rua Lidia D. Maksoud e também mais acima, onde a rua segue sendo não pavimentada, mas já com movimento de terrra de obras de duplicação de leito para a construção de uma avenida que virá do bairro (favela) de Paraisópolis.
Há pouco mais de dois meses (13 de abril), o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem onde denunciava a construção de uma série de edifícios residenciais na nascente e curso de outro córrego, o Córrego Alegre, na região, afluente do córrego do Curtume. Eles se juntam muito próximo ao pontilhão que citei mais acima. Estes edifícios teriam apagado a existência do manancial e de boa parte do outro córrego Alegre, que é proibido por lei.
Neste mapa de 1976, o mesmo córrego, aqui nomeado como do Curtume e ao lado da estrada da Penhinha - também chamada antigamente de Estrada do Morumbi
A canalização e entubamento de córregos e rios não é certamente açgo que deveria ter sido feito, especialmente em uma cidade cheia de morros como é São Paulo. O certo teria sido deixá-los em seu curso original a céu aberto, o que serviria para amenizar áreas de inundação. Porém, são um chamariz de sujeira, graças à má educação do povo que joga tudo o que é tipo de materiais dentro de seu leito; além disso, sem tratamento constante, as águas são focos de pernilongos. O mais fácil, então, é fugir do problema, tapando-os ou eliminando-os - esta última opção, pior do que a primeira.
Portanto, embora um córrego seja sempre igual a outro, é preferível vê-lo "ao vivo": aproveite quem com eles se importa e assistam, pela fotografia ou indo ao local, os seus últimos suspiros.
sábado, 23 de junho de 2012
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