segunda-feira, 24 de outubro de 2011
O DILEMA DO POVOAMENTO - PARTE II
Recebi ontem fotografias antigas da cidade de Poços de Caldas, algumas reproduzidas aqui. São antigos cartões postais, muito interessantes e que mostram uma cidade muito bonita, com poucas edificações e jardins bem cuidados. E também muito menor que hoje.
É interessante notar que o grande aumento da área urbana e da população das cidades brasileiras começou a partir dos anos 1950. Até aí, elas tinham um crescimento lento, exceto pelas que surgiram a partir das ferrovias, que geralmente cresciam mais rápido.
No caso de Poços de Caldas, o crescimento deu-se mais pelo fato de a fama da cidade como fonte de águas termais ter crescido muito rapidamente, fazendo com que muitos paulistas (embora a cidade fique em território mineiro, eles tinham acesso mais fácil pela ferrovia, que vinha da capital paulista e não das cidades mineiras) ali comprassem terrenos, construíssem casas e prédios de apartamento para veraneio.
A cidade, evidentemente, perdeu suas características primitivas, escondendo suas belezas e suas paisagens atrás de ruas e de construções. Tal fato aconteceu com diversas outras cidades turísticas.
É estranho como o próprio homem não percebe a destruição da própria paisagem. Quanto mais ele constrói justamente para aproveitá-la ele, ao mesmo tempo, diminui-a. Problema difícil de evitar? Sim, realmente. O melhor negócio hoje é deixar seu paraíso em paz. Não alardeie que ele existe.
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