terça-feira, 26 de outubro de 2010

SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL


Hoje li a notícia da morte de Romeu Tuma. Sempre tive uma ideia dele de bom policial. Depois entrou para a política. Não me impressionou. Aliás, me deixou bastante decepcionado o fato de ele, já muito doente e provavelmente já sabendo que o fim estava próximo (sua morte chegou a ser noticiada, por engano, pela Folha de S. Paulo, pouco antes do primeiro turno das eleições), não teve a dignidade de renunciar, fazendo com que quem votasse nele votasse realmente no seu suplente. Por sorte, não conseguiu o cargo - nem seu suplente: um desconhecido para a população de nome Antonio Carbonari Netto.

Ouvi no rádio que ele lutava por um projeto da Guarda Nacional, pelo que entendi, de sua autoria. Não tenho a menor ideia se era um bom projeto ou não. O fato é que, por essa notícia, lembrei-me que não era um projeto para a segurança nacional que estivesse causando muita animação de seus colegas de Senado para a sua aprovação.

Isto me faz lembrar que, embora a segurança pública no Brasil seja uma piada há muito tempo, ninguém se empenha para mudar esta situação. Tuma ficou dezesseis anos no Senado. Não conseguiu a aprovação do seu projeto, e, sinceramente, não sei se realmente lutou por ele. Há outro fato que me intriga: por que, sendo segurança pública uma enorme preocupação neste país de Deus, não se apresenta um plano decente para que se mude o atual sistema, claramente falido?

Será que é por que o sistema inteiro de Justiça deveria ser mudado, tornando-se ágil e não lento e cheio de instâncias que acabam por fazer com que condenações (principalmente para quem tem um bom e caro advogado) sejam praticamente inviáveis? Ou por que os direitos humanos aqui somente são reservados para os criminosos e assassinos? Ou por que a corrupção seria grande demais? Ou... sei lá.

Não sei qual é a solução para resolver o problema. Não sou do ramo. Porém, não gosto de ver a maioria das cidades brasileiras com casas e prédios cercados por muros e grades. De ver uma cara segurança particular ser colocada cada vez mais e mais nas calçadas das ruas (lembram-se dos guarda-sóis e dos homens de preto com rádios?). De ter de arriscar a vida quando ando nas ruas. De ver arrastões cada vez mais frequentes nos prédios de apartamentos de São Paulo. De ver condomínios de casas cercados por muros e portarias (sim, moro em um deles).

Talvez não se invista em segurança pública porque a solução mais óbvia: porque lá atrás, não se investiu em educação. Sem ela, a segurança pública será sempre válida para você, para os outros, não. Você é que importa, os outros não. E o atual sistema de vida não colabora com isto - afinal, quantos amigos v. já fez fora de casa e quantos fez somente falando pela Internet?

Um comentário:

  1. Luiz Carlos Hummel Manzione

    Não muda por que além de tudo o que voce corretamente enumerou tem o fator "povo". O povo brasileiro é egoista , desinformado e pouco corajoso. Ferve e morre qual rã colocada na panela e esquentada paulatinamente. Os politicos e o sistema judiciario são o resultado da sociedade que os suporta e não como muitos teimam em dizer , a causa.

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